Onde e porque surgiu a tradição de soltar fogos de artifício no Ano Novo?
Você já se perguntou por que soltamos fogos de artifício no Ano Novo? Descubra a origem dessa tradição realizada mundialmente!
Imagem ilustrativa de fogos de artifício no Ano Novo / Crédito: Pixabay
A comemoração do réveillon é um dos feriados mais esperados do ano. Os costumes associados à virada do ano acabam contribuindo e muitos hábitos se perpetuam pelo mundo. A data significa para muitas pessoas cumprir rituais que trazem sorte e alegria no ano que chega.
“Réveillon” é uma palavra de origem francesa, derivada do verbo “réveiller”, que significa acordar. Durante o século 17 a palavra foi usada para dar nome a jantares longos e chiques. Após algum tempo se popularizou como sinônimo da festa de passagem de ano.
Mas um dos momentos mais aguardados do Ano Novo é a belíssima queima de fogos de artifício que acontecem em diferentes regiões do mundo. O costume sempre acontece ao badalar da meia-noite, marcando o início de um novo ano e um novo ciclo. Mas, você sabe de onde surgiu essa tradição? E pra quê tantos fogos?
Acredita-se que os fogos tiveram sua origem na China, há mais de 2 mil anos, quando alquimistas manipulavam fórmulas que misturavam salitre, enxofre e carvão. Naquela época, o costume dos chineses era de utilizar o chamado “fogo químico” na ponta de seus bambus, com o intuito de afastar todos os espíritos malignos durante a passagem do ano. Diziam que os ruídos altos afugentam os maus espíritos, de modo que era preciso fazer barulho para iniciar o novo ano livre dessas más influências.
Com o passar dos anos, a pólvora utilizada nos fogos de artifício foi levada para a Europa e Oriente Médio onde, graças ao avanço do estudo da química, foi possível aperfeiçoar o item, e transformá-lo nos belos fogos que vemos nos céus hoje em dia.
Os fogos de artifício aterrissaram no Brasil junto com os imigrantes italianos e portugueses, há mais de um século e, teriam se popularizado com a chegada da família real, em 1808. No entanto, por aqui, o item passou a ser utilizado muito além das festividades de final de ano, sendo extremamente comum as pessoas soltarem fogos em eventos esportivos, celebrações religiosas, ou até mesmo eventos particulares como pedidos de casamento ou chá revelação.
Além disso, o segundo maior produtor de fogos de artifício, ficando atrás apenas da China, também é brasileiro: a região de Santo Antônio do Monte, em Minas Gerais. O município é considerado o maior polo de fogos do Brasil, sendo responsável por mais de 90% dos fogos de artifício produzidos por aqui.
Hoje em dia, uma das queimas de fogos de réveillon mais populares de nosso país é a da praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Mas, você sabia que essa tradição não começou nas areias?
A primeira edição do evento aconteceu em 1980, no extinto hotel Meridien, também em Copacabana. Naquela época, os fogos foram lançados do 39º andar do edifício, chamando a atenção de todos por ali. Dessa forma, diversos hotéis passaram a aderir à ideia, com o intuito de atrair mais turistas.
A grande festa na areia da praia só começou a ser feita na década de 90, quando a prefeitura do Rio de Janeiro decidiu incrementar a festança, adicionando além de um espetáculo de fogos de tirar o fôlego, um palco para a realização de shows no momento da virada do ano.
Mas afinal, como são produzidas as cores dos fogos de artifício? Como em quase tudo na vida, o segredo está na química, e conta com uma importante participação da indústria do setor de cloro-álcalis.
A coloração que vemos durante a queima dos fogos é produzida a partir do uso de diferentes sais em reação ao calor liberado nas explosões da pólvora. A cor vermelha, por exemplo, é produzida utilizando-se sais de estrôncio ou de lítio. Já o laranja, em geral, é produzido a partir dos sais de cálcio, entre eles o cloreto de cálcio. Para o amarelo, é usado o cloreto de sódio, para o verde o cloreto de bário e o azul vem do cloreto de cobre.
Alguns desses sais são encontrados na natureza e são obtidos diretamente pela extração ou mineração. Já outros precisam ser produzidos e fornecidos pelas indústrias de cloro-álcalis utilizando-se diferentes metodologias, entre elas o processo conhecido como eletrólise, que consiste na passagem de corrente pela salmoura, solução de água e de sais.
O estampido dos fogos de artifício causa muita polêmica por conta dos impactos causados em idosos, pessoas com deficiências, crianças e animais, especialmente aqueles que possuem uma audição apurada, como os cães. Por conta disso, muitas cidades têm restringido o uso de fogos com estampido. Mas isso não significa o fim do espetáculo. Há diversas opções de fogos que produzem apenas efeitos visuais, sem estampido ou com barulho de baixa intensidade. A pirotecnia exige conhecimentos químicos avançados. Não basta misturar os insumos de forma aleatória. Segurança, responsabilidade e respeito aos idosos, as crianças pequenas e aos animais são, afinal, a receita de ouro para começar o Ano Novo com o pé direito!
E aí? Gostou de conhecer a origem dessa tradição tão popular no mundo todo? Para quem é adepto e também aos que não seguem nenhum costume, desejo que 2024 traga boas vibrações e muitas experiências enriquecedoras. Para conferir mais conteúdos, não deixe de navegar pela coluna aqui no Portal Litoral Sul e me acompanhar nas redes sociais!
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