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“Cheguei a me despedir da família”, diz criciumense sobre fuga da Ucrânia

Magda Nunes, viveu momentos de sofrimento até conseguir chegar sã e salva em casa

Sem conseguir dormir desde domingo, dia 27, a criciumense Magda Regina Nunes, empregada doméstica, se emociona ao lembrar do que viveu para sair da Ucrânia durante os ataques da Rússia e chegar ao Brasil, mais precisamente em Criciúma, na última terça-feira, dia 1. A expectativa era trabalhar na casa da família do jogador brasileiro Fernando, do Shakhtar Donetsk, a realidade foi junto dele e de mais jogadores e famílias fugir da guerra.

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“Eu cheguei a me despedir da minha família. Falei pra minha neta que estava indo para um lugar onde o telefone não pegava. Ela perguntou porque, e eu falei que ele estava velho, não estava funcionando direito e não tinha dinheiro para comprar”, lembra Magda. Entretanto, a verdade era que ela estava saindo de casa às pressas, deixando para trás todos os bens materiais e enfrentando uma rotina de bunker, viagem de trem, avião, e força para vencer o frio, a sede e a fome.

Com três filhos, sendo duas mulheres e um homem, e seis netos, Magda ainda tem o desejo de voltar a trabalhar fora do país, afinal de contas, recentemente esteve em Londres, onde trabalhou por sete meses e viveu muito bem. “Agora vou esperar passar uma, duas semanas, para ver como vai ficar a situação. Ainda não falei com o Fernando e a família desde que chegamos”.

Magda conta que uma de suas filhas está vindo de viagem para visitá-la, pois acha que a mãe não está bem e que precisa de cuidados. “Eu tive uma crise de choro, chorei mais de uma vez, mas quando eu vi o sofrimento de mães mais novas, crianças, bebês, eu tive que me recompor para poder dar o suporte para eles”.

Magda nunca imaginou passar pelo que viveu nos últimos dias, ainda está digerindo a situação. Foram horas de viagens, cruzando fronteiras, ouvindo explosões, passando por soldados armados, sabendo de ataques e mortes, até a recepção calorosa no Brasil e a sensação de alívio. Hoje, em casa, ela organiza o passaporte, as passagens, os medicamentos, e a vida, a qual espera que tenha dias melhores.

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