Notícias de Criciúma e Região

Antídio erra na narrativa e na estratégia para a alegria dos adversários

Nas últimas horas ficou evidente que o ex-prefeito de Jaraguá do Sul Antídio Lunelli busca uma narrativa para o episódio policial que o persegue desde 2009 e que agora, nas declarações a jornalistas e aos integrantes do MDB, afirma ter sido vítima de extorsão, à época dos fatos.

📲 Entre em nosso grupo e receba as notícias no seu celular. Clique aqui.

O que Antídio ignora ou não quer perceber é que, se dentro do partido a situação precisa ser contornada, inclusive com o dedo no rosto de prefeitos e delegados do partido, como o verificado na reunião do diretório, na última segunda (27), no ambiente eleitoral os adversários só esperam a oportunidade para usar e abusar do ocorrido, sempre minimizado, porém jamais negado.

Começar uma pré-campanha dando explicação, provar que o desabono não é bem assim ou que tem uma candidatura viável sem ter amealhado o apoio de outros partidos, só transforma a estratégia do ex-prefeito, que é um empresário de sucesso, em pesadelo eleitoral, ainda mais quando pretende ganhar a indicação no grito e quebrar o acordo com o governador Carlos Moisés (Republicanos), em nome de uma hegemonia discutível.

Antídio segue à risca a sequência de pixotadas e equívocos que levaram o MDB ao retumbante fracasso de 2018 com posterior encolhimento, manobra desastrosa capitaneada por Mauro Mariani e Dário Berger (hoje ambos longe do partido que ajudaram a prejudicar), que fulminou o partido em Florianópolis nas duas últimas eleições, adernou o barco em Joinville e São José, além de piorar, se é que possível, o quadro de quase inanição em Blumenau, só para citar os quatro maiores colégios eleitorais do Estado.

Em síntese

As agruras de Antídio não devem ser transformadas nas do MDB, há um substancial abismo entre o problema com o CPF e as consequências para o CNPJ, que colocam a crise em um embate que interessa às raposas adversárias, muito longe de ser considerada uma disputa de altíssimo nível e bondade entre monges tibetanos ou frades beneditinos.
Usem a lupa para saber quem, desde o início, torce para uma candidatura sem força do MDB, gente abrigada hoje na pré-candidatura de Gean Loureiro (União Brasil), e que, mesmo sem chance de sucesso futuro, chegou a oferecer a vaga ao Senado ao então pré-candidato emedebista ou ao seu primeiro escudeiro, o deputado federal Carlos Chiodini.

Antídio não tem tempo de usar a raiva pela negativa de Moisés ao posto de vice na chapa, lógica do ponto de vista conservador ou religioso, para aumentar a miopia política ao beneficiar os que conspiram para enfraquecer o MDB em cima da vaidade do ex-prefeito, pois aos do lado de fora não interessa a unidade no maior partido do Estado, se contentarão com fragmentos, pedaços, despojos de uma guerra injustificável.

Você também pode gostar