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“100% dos autores presos”, enaltece coordenador da DIC sobre caso do ex-delegado Vargas

Polícia Civil identificou cinco criminosos envolvidos diretamente no latrocínio que aconteceu em Criciúma no dia 6 de janeiro

Na tarde desta segunda-feira, dia 30, a Polícia Civil de Criciúma realizou uma entrevista coletiva detalhando a conclusão do caso do latrocínio do ex-delegado José Tadeu Vargas dos Santos, de 66 anos, com presença do delegado regional da Polícia Civil, Vitor Bianco Júnior, e o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC), Yuri Miqueluzzi. De acordo com o responsável pela DIC, foram 25 dias de investigação desde a data do crime, no dia 6 de janeiro, no bairro Capão Bonito, em Criciúma, que terminaram com dez criminosos identificados.

Ainda de acordo com o delegado, esse número de pessoas localizada são: cinco homens envolvidos diretamente no latrocínio e outros cinco que auxiliaram, de alguma maneira, os autores do crime. Desse total, oito pessoas foram presas, um adolescente, de 17 anos, apreendido e um criminoso morto durante confronto policial, ocorrido na última sexta-feira, dia 27, em Cocal do Sul.

Na abertura, Miqueluzzi enalteceu o trabalho feito pela Polícia Civil e o sigilo em que foi feito. “A investigação é eficiente quando tem discrição, quando ela é reservada. Nós recebemos a informação, trabalhamos com ela, mas não podemos divulgar o que está acontecendo, porque vai dificultar o nosso trabalho ou, até mesmo, atrapalhar o andamento das investigações. Conseguimos chegar ao resultado com qualidade, atingindo 100% dos autores, identificados e presos”, comentou.

Entenda como foi feita a investigação

Na entrevista coletiva, o delegado responsável pelo caso, Yuri Miqueluzzi, trouxe alguns detalhes da investigação do crime. O latrocínio aconteceu na noite do dia 6 janeiro em uma bar no bairro Capão Bonito, em Criciúma, quando cinco pessoas foram ao local para furtar uma caminhonete, que pertencia ao ex-delegado Vargas. Segundo Miqueluzzi, os criminosos não tinham a intenção direcionado ao ex-profissional de segurança pública. Nisso, a vítima reagiu, o que gerou a troca de tiros, sendo que ele foi atingido. Quatro autores empreenderam fuga no veículo que usavam e outro se embrenhou no matagal nas proximidades.

Logo após o crime, as Polícias Civil e Militar já iniciaram os trabalhos. Pela manhã seguinte, dia 7, o criminoso que fugiu pela mata foi identificado e preso em flagrante. Na mesma data, um segundo autor foi localizado e preso. Além deles, outros dois homens foram detido por favorecimento pessoal. No dia 8, com mandados de busca para endereços de interesse, mais informações foram coletadas, culminando na identificação dos outros três envolvidos diretamente, sendo um deles um adolescente, de 17 anos, que, junto à Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami), foi apreeendido.

No dia 17, junto a sua defesa, o adolescente se apresentou na DIC e apresentou duas armas de fogo, entre elas a do ex-delegado Vargas, que foi subtraída durante o crime. Com três criminosos já identificados e presos, “assamos a trabalhar com mais afinco nas buscas e localização pra captura desses dois foragidos”, explicou Miqueluzzi. Para isso, a DIC realizou uma integração especial com a Diretoria Estadual de Investigação Criminal (Deic), com a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e com a Divisão de Roubos e Antissequestros (Dras).

Com essas parcerias, a investigação contra os dois autores restantes se aprofundou e identificou-se que eles se mudaram algumas vezes, passando por Lages, Cocal do Sul, Içara, Santa Rosa do Sul e Torres (RS). Depois de algumas buscas a partir de medidas cautelares, mais informações foram colhidas até um dos envolvidos ser encontrado em Cocal do Sul na sexta-feira, dia 27. Na abordagem, o investigado não acatou as ordens policiais para se render e houve o confronto. Nisso, ele acabou sendo morto. Junto dele, foram conduzidas outras duas pessoas que estavam dando guarida para ele. Felizmente, nenhum policial se feriu.

Foto: Divulgação/Policia Civil

O último investigado foi localizado nesta segunda-feira, dia 30, no bairro Vila Nova, Içara. Segundo o delegado Yuri Miqueluzzi, não houve resistência, o suspeito acatou as ordens, foi preso e conduzido à Delegacia. “Então, esse é o desfecho de toda história. Muitos detalhes não podemos falar, mas foi um trabalho de muita complexidade e que finalizamos com os cinco pessoas envolvidas em latrocínio e cinco envolvidas com favorecimento pessoal”, explicou ele.

Histórico dos criminosos

De acordo com o delegado Yuri Miqueluzzi, a Polícia Civil possei informações embasadas de que o grupo que realizou esse crime, que culminou na morte do ex-delegado Vargas, já cometeu outros delitos, visando a subtração de veículos, em especial caminhonetes. “Não só em Criciúma, mas na região de Araranguá, de Tubarão e de Laguna. Então, era um grupo bem estruturado e articulado. Aqui houve um indiciamento desses investigados pelo latrocínio consumado, pela associação criminosa e por corrupção de menores”, disse o responsável pela DIC.

O Adolescente apreendido

Por conta da idade, o adolescente não responde a um crime, mas sim a um ato infracional. “Então, ele pode ser penalizado com uma internação de até três anos em um centro socioeducativo. Atualmente, ele está internado provisoriamente, decretada por um juiz. Vai haver um processo com relação a isso e, ao fim disso, se for entendido que ele teve essa conduta e o juiz assim entender, ele pode sofrer uma sanção de até três anos de internação”, explicou Miqueluzzi.

Quem disparou o tiro que matou o ex-delegado Vargas?

“Estamos esperando alguns laudos a serem finalizados pela Polícia Científica que vão ajudar a esclarecer. Por enquanto, temos algumas versões que são destoantes, então não está ainda definido realmente quem foi o autor do disparo. Sabemos que um ficou como motorista e um outro não teria entrado no local segundo as testemunhas. Então, restam três que ingressaram no estabelecimento armados e, a partir disso, aconteceram os tiros”, disse o delegado Miqueluzzi.

Materiais apreendidos durante a investigação

Segundo o delegado Yuri Miqueluzzi, no decorrer de toda a investigação, foram encontradas durantes as buscas munições de vários calibres, meio quilo de maconha, o veículo utilizado no crime, as duas armas apresentadas pelo adolescente e os telefones dos investigados. “Isso pode trazer mais informações, esclarecendo alguns pontos que faltam ainda, como o possível autor dos disparos, que podem ser verificados, com a autorização judicial, após uma análise”, afirmou ele.

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