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Sul em alerta com possível presença do vírus da dengue

Após a suspeita de infecção da dengue em um senhor de 60 anos, Araranguá aguarda o resultado dos exames para saber se o vírus está ou não presente no município; Sombrio já registra mais de 300 focos do mosquito

O crescimento no número de focos do mosquito Aedes aegypti e a suspeita de um caso com transmissão regional, acendem o alerta para a dengue no Extremo Sul catarinense. Em Araranguá, um idoso de 60 anos estava internado no Hospital Regional com suspeita da doença. Ele já está em casa.

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“Visitamos e conversamos com ele. Ele mora em uma região considerada infestada. Estamos aguardando ainda o resultado do exame. As amostras foram todas enviadas ao Lacen, em Florianópolis. Acredito que nesta semana devemos ter esse resultado”, explica o coordenador do Programa de Combate a Dengue em Araranguá, Joélcio Anastácio.

Ao todo, neste ano, já houveram cerca de cinco notificações de casos suspeitos. Destas, três foram de casos atendidos fora do município, sendo dois no Balneário Arroio do Silva que foram confirmados e uma em Florianópolis. “Temos dois aqui, um que já foi descartado e esse que está em invetigação. Nesses casos fora do município fizemos a pesquisa de campo para ver onde essa pessoa poderia ter sido picada, porque passaram por aqui.  Concluimos que não foi aqui que ocorreu a infecção”, ressalta Anastácio.

Caso o resultado do exame do senhor de 60 anos ateste que ele teve dengue, será o primeiro caso de transmissão do vírus no Extremo Sul. “Será algo inédito, porque até então temos a presença do mosquito e não do vírus. Aí teremos que realizar um trabalho que se chama de bloqueio do vírus, um fumacê, onde passamos o inseticida através de fumaça na região onde mora o senhor. Tivemos uma morte no início do ano em Criciúma, mas era caso importado, quando a pessoa é infectada fora do município”, explica o coordenador.

Mosquito Aedes aegypti transmissor da dengue | Foto: Divulgação

Até agora em 2022, foram identificados 14 focos do mosquito da dengue em Araranguá. Número considerado alto, já que durante todo ano de 2021 foram identificados 10 casos. O bairro Mato Alto, onde mora o senhor de 60 anos, é o único considerado infestado e concentra o maior número de focos do mosquito. Foram registrados focos também nos bairros Coloninha, Cidade Alta, Centro, Soares e Sanga da Toca.

“Nós realizamos semanalmente o monitoramento de 250 armadilhas espalhadas por Araranguá. Além de 90 pontos estratégicos que são cemitérios, borracharias, floriculturas e ferros-velhos. Realizamos, também, visitas em 1.600 casas nos locais infestados em um período de 60 dias”, comenta Anastácio.

Sombrio registra mais de 300 focos do mosquito

Com pouco mais de 30 mil habitantes, Sombrio já registrou 366 focos do mosquito Aedes aegypti neste ano. Por isso, a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) de Santa Catarina coloca a cidade como de alto risco para transmissão da dengue. Além de Sombrio, outras 44 cidades apresentam alto risco em SC, segundo o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti (Liraa) que leva em consideração o mês de março.

“Desde 2019 o município é considerado infestado. Temos três bairros que possuem mais focos, que são o São José, Nova Brasília e Januária. Durante todo o ano passado tivemos o registro de 463 focos”, comenta a enfermeira e coordenadora do Programa de Combate a Dengue em Sombrio, Luana Da Silva Rosa.

A cidade registrou um caso confirmado de dengue, no dia 8 de abril. O morador de Sombrio foi atendido em Florianópolis e foi considerado um caso ‘importado’, que quando a pessoa é contamida fora do município onde reside. “Realizamos um trabalho no local onde ele morava e nos arredores. Tomamos todas as medidas de prevenção”, ressalta Luana.

São monitorados em Sombrio, cerca de 160 armadilhas, além de 61 pontos estratégicos. “No dia 30 de abril vamos realizar uma ação de recolhimento de pneus, vidros, eletrônicos, lâmpadas, latas, entre outros. Será no Centro Multiuso Deldi Garcia no Parque das Avenidas.  Com isso esperamos a diminuição no número de focos já que muitos moradores nos falam que não tem como descartar esses materiais”, afirma Luana.

Conscientização é a maior arma contra a dengue

Apesar de todo o trabalho de monitoramento realizado pelas equipes, a consicentização é a melhor prevenção para a dengue. “O apoio da população é fundamental. A conscientização de, por exemplo, jogar no lixo um pote que não vai mais utilizar. Não deixar água acumular. A conscientização é a melhor prevenção”, ressalta Luana.

Dicas de prevenção:

  • Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
  • Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
  • Mantenha lixeiras tampadas;
  • Deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
  • Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
  • Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
  • Mantenha ralos fechados e desentupidos;
  • Lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
  • Retire a água acumulada em lajes;
  • Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
  • Mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
  • Evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
  • Denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
  • Caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.

Veja dicas de como eliminar o mosquito da dengue em casa:

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