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Família de paciente vítima de Covid-19 diz que parente, internado em Içara, morreu por falta de medicamento

A família de Flávio de Luca, de 65 anos, afirma que ele morreu por falta de medicamento para tratamento do Covid -19. Flávio é de Criciúma e estava internado no Hospital São Donato, em Içara. Deu entrada no dia 27 de maio e morreu no dia 17 de junho. Ele ficou cerca de 20 dias na UTI com auxílio de respiração mecânica.

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De acordo com Deivid de Luca, sobrinho de Flávio, o tio precisava de um bloqueador neuro-muscular para ficar de bruços (posição prona), o que facilita a respiração. Mas a medicação acabou na terça-feira, 16, à noite e Flávio foi colocado novamente com a barriga para cima, ficando apenas em sedação profunda.

A família se mobilizou a ir atrás da medicação, mas nenhum hospital cedia ou vendia para o São Donato porque não tinha mais ou precisava garantir o estoque.

“Procuramos em todos os hospitais da região e o único que tinha a medicação era o Regional de Araranguá. Eles não cederam, mas aceitaram a transferência do paciente, só que os médicos não recomendaram porque ele estava muito fraco”.

A família conseguiu a medicação cedida pelo Hospital Materno Infantil Santa Catarina, de Criciúma. Flávio voltou a ser medicado somente às 10 horas da manhã de quarta, 17, e a família se preparava para fazer a transferência, mas ele não resistiu e morreu à noite.

Contra-ponto do Hospital São Donato

A assessoria de imprensa do Hospital São Donato confirma que houve a interrupção do medicamento do paciente, porém, foi feita por conta do longo tempo de uso. “Ele ficou quase um dia sem, mas com sedação profunda. No dia seguinte foi reiniciado, mas acabou não resistindo”, informou em nota.

O Hospital também informou que notificou de forma oficial, já na quinta-feira, 18, às autoridades sobre o baixo nível de bloqueador neuro-muscular. Disse também que o estoque do hospital é suficiente para um único dia de ventilação mecânica em terapia intensiva para Covid-19 e, por isso, o comunicado foi encaminhado para a regulação estadual e também ao conhecimento do Ministério Público.

“A busca pelo medicamento continua, contudo, nota-se um desabastecimento mundial devido a demanda. O remédio é também utilizado em cirurgias que, neste caso, ainda serão realizadas enquanto durar o estoque”, finaliza.

Informações do site Notisul

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