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Falta de UTIs gera críticas e cobrança ao governo de SC durante audiência

Declarações foram realizadas na manhã desta terça-feira, dia 21

Deputados estaduais e entidades médicas criticaram o governo do Estado por causa da falta de leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) pediátricas e neonatal. As declarações foram realizadas na manhã desta terça-feira, dia 21, durante audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc).

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Presidente do colegiado, o deputado Neodi Saretta (PT) destacou que o Parlamento já havia alertado sobre a importância de um planejamento adequado para o momento quem que a pandemia estivesse sob controle. “Era necessário que os leitos utilizados para o enfrentamento da Covid ficassem credenciados em face da necessidade que o Estado tem em todas as áreas, principalmente sobre os leitos pediátricos e UTI neonatal. Há defasagem em todas as regiões do Estado e há locais que não tem nenhum leito, como no Meio-Oeste, em cidades como Joaçaba, Videira e Caçador que não têm UTI neonatal e usam as de Concórdia e Curitibanos”, argumentou.

Proponente da audiência, o deputado Vicente Caropreso (PSDB) citou que o problema é complexo e depende de todos os entes públicos e exige uma presença maior de pediatras na rede pública. “Algumas ações feitas inicialmente pela Secretaria de Estado da Saúde amenizam a situação. Mas a audiência pública não é para debater apenas o agora, mas a evolução do problema e o enfrentamento dos próximos invernos. Quais são as alternativas e estratégias que a Secretaria de Estado e as secretarias municipais farão para enfrentar estas dificuldades geradas pela praticamente lotação total dos leitos?”, questionou.

Nilza Maria Medeiros Perin, presidente da Sociedade Catarinense de Pediatria, fez uma das intervenções mais contundentes. Segundo ela, a “saúde pediátrica no Estado está cada vez pior”, algo que considera como “consequência de vários anos de descaso e falta de planejamento, sendo que o aumento de infecções respiratórias típicas da estação foi somente o estopim” da crise atual.

Cyro Veiga Soncini, presidente do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) criticou a ausência de representantes da Secretaria de Estado da Saúde na audiência pública, pois os servidores da entidade participaram de modo virtual. “Dá a impressão de apenas estarmos cumprindo tabela. A Secretaria não é só o secretário. Há muitos anos estamos vivendo esse problema. Quase quatro meses para se ter uma resposta. Não basta anunciar que [o governo vai] abrir leitos, tem que abrir leitos”, disse ele.

O presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM), Eduardo Porto Ribeiro, concordou que uma das soluções é a valorização dos profissionais para que o Estado tenha mão de obra suficiente. “A situação é de caos e sobrecarga do sistema. Um reflexo de um sistema que está sempre no limite e que colapsa com aumento de demanda”, citou. Para Ribeiro, há um problema crônico de falta de planejamento e é preciso que o Estado pense em ampliação no número de leitos para longo prazo e não somente de modo emergencial.

Por sua vez, o presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Ademar José de Oliveira Paes Júnior, sugeriu que os médicos sejam sempre ouvidos pela secretaria. “Nós estamos lá na ponta, tem que haver um aumento de interação. O SUS tem princípios que envolvem atendimento muito amplo na sociedade e precisamos de interação harmonizada entre os entes federativos. Ninguém vai conseguir resolver esse problema sozinho”, avaliou.

Diagnosticado com o vírus Influenza A, o secretário de Estado da Saúde, Aldo Baptista Neto, participou de modo remoto da audiência . “Concordo que é um caso crônico o número de leitos, ainda que estejamos muito próximos dos números preconizados pelo ministério. Mas precisamos sim de um movimento emergencial”.

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