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Dia da Mulher: arte e empreendedorismo em escola circense

Kalyne Machado e Alexsandra Luz uniram coragem e paixão pela arte para fundar escola circense em Criciúma

Duas mulheres com profissões completamente diferentes, mas, em comum, elas têm o amor pela arte do circo. Kalyne Machado, 37 anos, professora de matemática, e Alexsandra Luz, 22 anos, gerente de um pub, juntas fundaram a escola circense Solaris, localizada em Criciúma.

A arte, geralmente apreciada em circos, vem ganhando destaque na cidade. Nas escolas e parques, por exemplo, tem sido visto cada vez com mais frequência. Para quem vê os movimentos delicados e leves sendo realizados em panos e arcos, pode pensar que somente pessoas com algum dom especial são capazes de fazer. Realmente se equilibrar, ter força para segurar o corpo e fazer os movimentos é algo bem difícil, mas não impossível, garantem as duas.

Luz no tecido e Kalyne no arco – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

 

A dupla fundou a escola de circo justamente com esse objetivo: mostrar que qualquer pessoa que queira é capaz de fazer. Além de uma ótima opção de exercício, as aulas de circo são capazes de ajudar a melhorar a postura, equilíbrio, condicionamento físico e elevar a autoestima, sem contar que é como uma terapia para muita gente.

“Usamos os elementos circenses na atividade física, na promoção de saúde, consciência corporal e para movimentar o corpo. É uma atividade mais lúdica, isso que é legal. É engraçado, desafiador demais. As pessoas vão vencendo os medos, às vezes em uma aula nada dá certo e na outra tudo já dá certo. É muito bom”, explicou uma das sócias da Solaris, Kalyne Machado.

Como surgiu a Solaris

Antes de ter a escola circense, a dupla realizava apresentações em escolas e parques de Criciúma, realizados por meio de projetos aprovados em editais. Em uma das apresentações na Escola Filho do Mineiro, no bairro Metropol, Kalyne conheceu a Alexsandra. As duas começaram a realizar algumas apresentações juntas e se tornaram amigas e colegas de profissão.

Na mesma época, o movimento circense começou a ganhar força e crescer na cidade. Os ensaios para as apresentações eram realizados nos parques de Criciúma. “Começamos a ensaiar e não tinha espaço. A gente ia para o Parque, mas não estava ficando legal, pois ficamos refém do tempo e das pessoas que passavam pelo local, que às vezes pediam para repetir para gravar”, explica Kalyne.

Com isso, surgiu a necessidade de ter um espaço para os ensaios. Foi quando as amigas decidiram procurar uma sala comercial onde poderiam ensaiar e também dar aulas de circo. “Quando a Alexsandra aparece, começamos a pensar nisso e decidimos então abrir o espaço. Procuramos a sala ideal, pois precisávamos de um pé direito alto, para fixar os tecidos e a lira (arco). Então em setembro de 2022 abrimos a Solaris”, regozija Kalyne.

Segundo as fundadoras, no início não era nem uma escola, mas um espaço seguro e acolhedor para as pessoas que praticam o mesmo esporte. Hoje, a escola dá aula de circo para todas as idades. Fernanda Sabino mora na região central de Criciúma e uma vez por semana, frequenta as aulas.

Kalyne, Fernanda Sabino e Luz – Foto: Caroline Sartori/Portal Litoral Sul

“Comecei a fazer com a Kalyne ainda no parque. Ela chamava a gente para participar. Comecei de metida, pois não faço atividade física nenhuma. Só que o circo é divertido, dá vontade de fazer pois é muito divertido. Então comecei a participar e gostei” disse.

Mudança de vida

Kalyne é criciumense e Alexsandra Luz gaúcha. As duas tiveram uma mudança de vida desde que conheceram a arte do circo. Seguir o caminho não foi algo pensado ou herdado da família. Surgiu no decorrer do dia a dia das duas.

Luz sofria de depressão e teve a vida transformada e, segundo ela, praticar a arte circense foi essencial no processo. Quando ainda morava no Rio Grande do Sul, a jovem fazia dança. Na cidade gaúcha fazia balé clássico e, quando se mudou para Criciúma, precisou parar devido ao agravamento da doença.

“Quando comecei a melhorar decidi retornar para a dança e conheci por acaso o tecido. Me apaixonei muito rápido, comecei a dar aula e depois conheci a Kalyne. Através dela comecei a ter mais contato e fui me superando”, relatou Luz.

Professora de matemática, Kalyne também é formada em Educação Física. Em 2019 ela decidiu fazer mestrado em Aracajú (SE) e teve bastante contato com a arte circense. “Em Aracajú a cultura circense é muito forte. Lá conheci uma escola de circo e treinei um tempo. Quando as minhas colegas descobriram que eu também era formada em Educação Física, me convidaram para trabalhar com elas, então comecei a dar aula para as crianças”, contou Kalyne.

Com isso, a professora de matemática aprendeu também a ensinar a arte do circo. O que era apenas um hobby, passou a ser profissão. Hoje, as duas fazem muito mais que ensinar a arte, elas espalham coragem, força e determinação para todos que passam pela Solaris.

Veja abaixo apresentação de circo de Kalyne e Luz:

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