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Crianças são transferidas, enquanto falta de leitos no HMISC em Criciúma não é solucionada

Após a superlotação e visita do governador, Carlos Moisés, Estado busca solução para o Hospital Materno Infantil Santa Catarina em Criciúma

Helicópteros e ambulâncias, crianças sendo transferidas para outras unidades hospitalares e muita apreensão. Esse foi o cenário no Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) durante o final de semana em Criciúma. O que culminou com a visita do governador, Carlos Moisés e do prefeito, Clésio Salvaro. A situação alarmante da unidade hospitalar está sendo debatida nesta segunda-feira, dia 11.

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O Governo do Estado, que é o responsável pelo hospital, o instituto Ideas, que administra a unidade e a Prefeitura de Criciúma buscam uma solução para o número elevadíssimo de atendimentos no HMISC. “Estamos em contato direto com o secretário (de Estado da Sáude), Aldo Baptista Neto, em busca de construirmos uma solução juntos  porque é o Estado que administra o hospital”, comenta o secretário de Saúde de Criciúma, Arleu da Silveira. 

Em nota a Secretaria de Estado da Saúde, informou que estão sendo realizados encontros entre as equipes da secretaria e das regionais de saúde da Grande Florianópolis e Criciúma. Regiões que estão em situação mais preocupante neste momento.

“A Secretaria de Estado da Saúde (SES) está trabalhando em um plano de ação emergencial em complemento ao que já vem sido desenvolvido nas unidades hospitalares e nos municípios para ampliar os leitos pediátricos em todo o Estado e, neste momento, em especial, nas regiões da Grande Florianópolis e Carbonífera, devido ao alto número de atendimentos registrados nesses locais nos últimos dias”, diz a nota.

Acompanhe abaixo a nota emitida pelo Hospital sobre a transferência das crianças:

O Hospital Materno-Infantil Santa Catarina (Hmisc) está adotando todas as providências possíveis para garantir o melhor atendimento à comunidade. No domingo, o governador Carlos Moisés, o prefeito Clésio Salvaro e do secretário municipal de Saúde, Arleu Silveira, estiveram no hospital. Em acordo com as duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da cidade ficou acertado que os pacientes de menor gravidade, aqueles classificados clinicamente como de riscos cores verde ou azul, e que acessarem o hospital serão encaminhados para atendimento nas UPAs. A direção do hospital também está alinhando com as secretarias de Saúde dos municípios vizinhos para todos estenderem seus horários dos prontos atendimentos até as 22h.

Somente no domingo, informa o diretor do hospital, César Magalhães, com apoio de veículos do Estado e com ambulâncias contratadas pelo Hmisc, foram transferidos três pacientes que estavam na UTI pediátrica, dois pacientes da UTI neonatal e sete que estavam em leitos clínicos pediátricos. Todos os 29 leitos pediátricos estavam ocupados e mais 23 crianças estavam sob atendimento, em um total de 52 crianças internadas, sendo seis desses entubados. Para conseguir absorver todos esses pacientes, estabilizá-los e garantir maior segurança foi montada uma UTI na área de pronto-atendimento do hospital.

“Hoje, a gente atende toda a região Sul de Santa Catarina, além de pacientes da Serra e até do Litoral Norte gaúcho. Por isso é importante os pais terem a consciência que muitas vezes a UPA mais próxima pode fazer o atendimento e atender a demanda médica, evitando aglomeração e maiores esperas na recepção do hospital, onde a prioridade sempre serão os casos de maior gravidade, aqueles de urgência e emergência”, destaca o diretor César Magalhães.

Envio de insumos e transferência de crianças

De acordo com o Estado, devido a grande lotação do Hospital Materno Infantil Santa Catarina ainda no sábado, dia 9, foram enviados equipamentos, insumos hospitalares e medicações para dar suporte aos atendimentos da unidade. Além disso, uma reunião foi realizada com todos os superintendentes e cargos estratégicos da Secretaria de Estado da Saúde na qual foram discutidas e definidas ações para esse momento.

“Entre elas está a ampliação de mais leitos, de equipes, de rede de apoio, de aporte financeiro às unidades, além da estratégia de transferência inter hospitalar de pacientes menos graves para desafogar as unidades e envio de equipamentos, medicamentos e insumos hospitalares”, informou a nota.

Enquanto isso, pacientes com menor gravidade serão transferidos do Santa Catarina para outros hospitais para ‘desafogar’ a unidade.  “As transferências de pacientes estão ocorrendo por meio de ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e serviços aeromédicos, inclusive com helicópteros do Corpo de Bombeiros”, destaca a nota.

O Estado destaca, ainda, que até esta segunda-feira, dia 11, já “foram abertos 60 leitos de UTI infantil em Santa Catarina. Destes, 27 são de UTI pediátrica, 20 de UTI neonatal, 08 de cuidados intermediários pediátricos e 05 de cuidados intermediários neonatal”, completa a nota.

Governador Carlos Moisés esteve no Hospital Materno Infantil Santa Catarina em Criciúma e conversou com corpo técnico e familiares de crianças internadas- Foto: Divulgação/Governo do Estado

Grande parte dos casos poderia ser atendido nas UPAs

Um dos pontos levantados pela dieração do Hospital Materno Infantil Santa Catarina, durante a visita do governador é o alto número de atendimentos que poderiam ser realizados na atenção básica. “Segundo relato médico do corpo clínico aqui 70% dos casos que vem não deveriam ser atendidos aqui e sim na atenção primeira que é do município. Então porque não juntar as duas iniciativas?”, disse Moisés no domingo, dia 10.

De acordo com o secretário de Saúde de Criciúma, os postos de saúde e as duas Unidades de Pronto Atendimento (UPA) da Próspera e do Rio Maina podem atender crianças, de acordo com o caso. “Estamos com dez unidades sem médicos, mas todas as unidades dão o suporte”, explica. “Nas UPAs  temos o atendimento para crianças, claro que elas passam pela triagem e se não for caso de urgência e emergencia são atendidas na UPA”, completa.

Segundo ele, o município possui um médico pediatra por região. “Além dos postos e das UPAs temos um pediatra para cada distrito, temos, também, o TeleSaude que foi realizado pela nossa secretaria e será ampliado”, aponta Arleu.

Com pediatria pronta, Hospital Sao Donato não consegue médicos 

 

A nova ala de pronto atendimento pediátrico do Hospital São Donato poderia ser uma solução para a alta demanda. Porém, apesar de toda a estrutura estar pronta e os recursos para o funcionamento garantidos pela Prefeitura de Içara. Faltam médicos pediatras para fechar a escala de plantões e dar início as atividades.

Falta de vacinação leva a alta nos atendimentos

O grande número de atendimentos que estão sendo registrados em Criciúma e em todo o estado nos hospitais infantis, tem como causa o número de casos de doenças respiratórias. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde aponta o baixo número de crianças vacinadas contra a gripe como um dos fatores para a superlotação.

“É necessário ressaltar que a situação enfrentada pelas unidades hospitalares públicas e privadas, que levou inclusive a decretar situação de emergência no início do mês de junho, é reflexo da baixa cobertura vacinal de diferentes enfermidades, em especial da gripe (Influenza) e covid-19. Neste momento sazonal, as doenças respiratórias são as que mais têm atingido crianças e idosos, os mais vulneráveis”, afirma a nota da Secretaria.

Fila no Parque dos Imigrantes durante a Campanha Vacina Criciúma- Foto: Portal Litoral Sul

Em Criciúma foram realizadas diversas campanhas de vacinação devido ao baixo número de crianças imunizadas. A maior delas foi a Campanha Vacina Criciúma, onde foram realizadas a imunização de 4 mil pessoas nos três parques da cidade. Já no em todo o Estado a cobertura vacinal está em 20%.

A vacinação contra a gripe e outras enfermidades seguem ocorrendo em Criciúma. Basta procurar qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS) que será realizada a imunização.

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Veja onde foram abertos leitos de UTI:

Os leitos de UTI pediátrica abertos pelo Estado estão localizados: 06 no Hospital e Maternidade Jaraguá do Sul; 06 no Hospital Pequeno Anjo, em Itajaí; 05 no Hospital Seara do Bem, em Lages; e 10 no Hospital Infantil Jeser Amarante Faria, em Joinville.

Os leitos de UTI neonatal abertos foram: 03 no Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis; 05 no Hospital Hélio do Anjos Ortiz, em Curitibanos; 10 no Hospital Azambuja, em Brusque; e 02 no Hospital Regional Alto Vale, em Rio do Sul.

Leitos intermediários:  05 neonatais no Hospital Regional de São José e 08 pediátricos no Hospital Infantil de Florianópolis.

 

 

 

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