Grupos de renovação avançam nos municípios, mas enfrentam resistência nas eleições para as Câmaras e Prefeituras em 2020. Mesmo marcando a entrada de 244 representantes de grupos cívicos como RenovaBR, Raps, Acredito, Agora, Livres e Vamos juntas.
Apesar da alegria por estes números tiveram que enfrentar resistências e desconfiança em busca de espaços. A tendência indicada de 2018 não foi uma realidade neste pleito. O RenovaBR terá 147 vereadores em 121 cidades, 10 prefeitos e 1 vice-prefeito.
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Temos um em criciúma do PSDB e vamos acompanhar suas posições se realmente a teoria fará igualdade a prática. O Raps foram 50 eleitos em 44 cidades com 10 prefeitos também. O Acredito será representado por 2 prefeitos e 16 vereadores. O Livres terá 12 vereadores na câmara. O Vamos juntas, 11 vereadoras; e o Agora, um prefeito.
Em Bezerros (tamanho de Içara), cidade do agreste pernambucano, a prefeita Lucielle Laurentino, viu seu jeito de fazer política recebido com desconfiança. Subestimaram a renovação, falam que é coisa de sonhador, de jovem, num município pequeno ou médio há vícios na política, como a compra de votos (eu ouvi em vários lugares por aqui). Assustou um pouco, o povo duvidou, mas encarou o desafio e o resultado veio das urnas. Penso que os movimentos se pulverizaram, é importante fortalecer uma frente ampla que traga a discussão política para o centro, que é o campo que a renovação representa.
Neste ano, há uma rejeição no eleitorado a nomes eleitos em 2018 e que se mostraram como “renovação”. Governadores afastados. Há ainda uma demanda por renovação, o problema é achar espaço sem o efeito da onda que foi 2016 e 2018. Há um desafio para tornar mais eficiente a busca por espaços desses novos quadros.
Em todo o Brasil, o cidadão optou por ficar nos candidatos conhecidos e que demonstraram experiência. Com a pandemia, as pessoas exigem o conhecimento necessário para tratar deste problema. Por isso, é um voto menos propenso a experimentações e novidades. E neste ano a prioridade foi quem vai resolver meu problema.
Prefeito eleito em Ascurra (SC), Arão Josino (PSD) de 28 anos, associado a Agora e RenovaBR acredita que a mudança no comportamento de eleitor possa haver ainda com uma expectativa por mais qualidade na política. Em 2018, queriam mudança por si só, alguém diferente. Agora, as pessoas buscaram uma renovação com preparo e com experiências.
Mudando o foco para os (as) eleitos os temas participação, representatividade e a diversidade que tem trazido muitos incômodos para as pessoas preconceituosas e diferentes. Começando pela representatividade das Mulheres com o acréscimo de 2,5% em 2020 em relação há 2016. Ao todo foram 9.228 mulheres eleitas em 43 cidades, a gente pode considerar como a câmara das vereadoras, exemplo é Floriano Peixoto (RS) em que 7 das nove cadeiras serão ocupadas por elas (oh brigalhada).
Menos que crescimento, um desafio grande que teremos em outros pleitos, eleger mulheres em 971 cidades onde nenhuma estará sentada na câmara. Como prefeita tivemos 650 mulheres num total de 12% das cidades.
Uma outra informação relevante, foi o aumento de pretos e pardos como vereadores nesta eleição e 44 % eleitos. Também na análise das etnias, para Quilombolas, por exemplo, a gente teve 56 vereadores, um número significativo. É tivemos pela primeira vez um prefeito Quilombola, o Vilmar Kalunga, lá em Cavalcante (GO), onde vivem a maior legião de quilombos do Brasil., tendo 6 vereadores eleitos.
Outro recorte de destaque nas etnias foi indígena, teve 181 eleitos como vereadores e 7 prefeitos. Outra novidade desse ano foi que pela primeira o TSE permitiu candidatos (as) utilizarem seus nomes sociais e pessoas transgênero também usassem. 12 se elegeram nos pleitos e a gente tem destaque em 3 cidades. Em São Paulo, teve duas pessoas transgêneras que ficaram entre os TOP 10 mais voltadas na câmara.
A Erika Hilton e o Thammy Gretche e em Belo Horizonte, a vereadora Duda Salabert como a mais votada. E em Aracaju o destaque foi a Linda Brasil com maior número de votos. Panorama Geral. 57.000 vereadores e vereadoras eleitas. E que venha o segundo turno, com surpresas a observar.
CÉLIO BOLAN – ESTRATEGIA ALÉM DO ÓBVIO