Direto de Quilombo, no Oeste do Estado, onde anunciou recursos para a melhoria do complexo turístico das cataratas, na comunidade de Salto Saudades, o governador Carlos Moisés da Silva foi registrado em uma foto com os deputados emedebistas Mauro De Nadal, presidente da Assembleia, e Valdir Cobalchini em tom apoteótico, na última sexta (2).
Isso não passaria de uma gentileza se não fosse poucas horas antes da decisão do partido sobre a eleição de 2022 e ambos não figurassem como um eventual vice na chapa e um coordenador de campanha. Moisés que fazia coro à nova política quando eleito e no primeiro ano de administração, descobre que a arte de conversar e compor é necessária para garantir governabilidade, além de pavimentar projetos políticos. Na mesma agenda oestina, estava o presidente Celso Maldaner, um dos emedebistas mais difíceis de decifrar neste momento. Na mesma linha de que estar próximo e conversar não retira a legitimidade ideológica ou conceitual de um governador, Moisés foi ao aniversário do presidente estadual do Podemos, o ex-prefeito de Palhoça Camilo Martins (foto abaixo), em Santo Amaro da Imperatriz, festa tripla que reuniu as comemorações também do pai, o deputado estadual Nazareno, e do irmão Diego. Um encontro político que também contou com a participação do prefeito Gean Loureiro (União Brasil), de Florianópolis. O Podemos é cortejado e já esteve entre os que seriam o caminho natural de filiação do governador.
Em Brasília
Na semana passada, na Capital Federal, Moisés reuniu-se como senador Álvaro Dias (Podemos-PR), com a deputada federal Geovânia de Sá, presidente estadual do PSDB e teve uma agenda secreta, que seria com representantes graduados de uma sigla que representaria, agora, o plano A para a filiação.
Tudo isso, na semana que Jair Bolsonaro chegou ao PL e mudou a perspectiva falaciosa de que era possível esperar o fim de março do ano que vem para definir o novo endereço partidário.
Aliás
Foi de Brasília, na última quinta (1°), que moisés foi o primeiro a ligar para o recém-eleito presidente do Tribunal de Justiça, desembargador João Henrique Blasi.
Quem acompanhou os processos de impeachment contra Moisés, sabe que, volta e meia, usavam o nome de Blasi para citar um lado ou outro da causa, provavelmente sem ouvir o magistrado.