Historicamente, o esporte é um grande mecanismo de marketing e influência para a sociedade. Ao longo do tempo, diferentes ações comerciais geraram uma enorme repercussão de vendas e consumo, criando tendências e ditando comportamentos. Mais do que isso, promoveram experiências inesquecíveis e marcaram a vida de milhões de pessoas.
Na Fórmula 1, isso não é diferente. Além de servir como um laboratório para a indústria automobilística e de inspirar inovações dentro e fora das pistas, o principal campeonato de monopostos do mundo foi o pano de fundo ideal de algumas das maiores parcerias e cases publicitários da história do esporte, no Brasil e no mundo.
Mais de 60 anos de Ferrari e Shell
Uma das mais longevas e bem-sucedidas parcerias do automobilismo mundial é também um fenômeno de publicidade. Juntas há quase sete décadas (com um hiato de 20 anos no período), a petrolífera inglesa e a equipe italiana não apenas brilharam com vitórias e títulos nas pistas como também protagonizaram grandes ações de marketing ao longo do tempo.
Uma das mais marcantes promoções aconteceu no Brasil durante o fim da década de 90 e início dos anos 2000, quando os clientes da Shell ganhavam miniaturas de carros da Ferrari conforme o consumo de combustíveis e outros produtos em seus postos. Já no GP São Paulo de 2022, a empresa britânica levou cerca de 2 mil pessoas para viverem uma experiência exclusiva nos três dias de evento.
Um novo conceito entre Red Bull e PokerStars
Mais recentemente, uma nova parceria tem dado o que falar na Fórmula 1. Em vigor desde o início da temporada 2022, o patrocínio da plataforma de jogos online PokerStars na atual campeã mundial de construtores, a Red Bull Racing, tem se mostrado um case bem interessante no que diz respeito a ações de marketing em via de mão dupla.
Afinal, tratam-se de duas marcas de segmentos diferentes que se aliaram para unir públicos distintos. Assim, além de estampar seu logótipo nos carros de corrida, equipamentos e uniformes da equipe austríaca, o site criou uma série de jogos temáticos da RBR, visando atrair novos fãs e aproximar os adeptos das jogatinas ao universo do automobilismo em eventos exclusivos, bem como trazer os torcedores das pistas para os cassinos virtuais.
A criatividade de Williams e Sega
Em 1993, o domínio da equipe Williams diante dos adversários trouxe uma grande sacada publicitária. Naquela temporada, o time ganhou o patrocínio da Sega, desenvolvedora japonesa de jogos eletrônicos, que tinha Sonic como personagem principal. Para fazer jus à rapidez do inesquecível FW15, a Sega criou um desenho na lateral do carro com as pernas do veloz ouriço azul, dando a impressão de que era ele quem pilotava o monoposto.
Para o GP da Europa daquele ano, a companha asiática, que também patrocinava o evento em Donington Park, promoveu uma corrida temática com direito a um troféu customizado do Sonic para o vencedor, esperando um triunfo da Williams. Porém, o ganhador da prova foi o brasileiro Ayrton Senna, da rival McLaren. Para sorte da Sega, o tricampeão também tinha uma boa relação com a empresa, tendo protagonizado dois jogos para o console Mega Drive.
Heineken apoia F1 dentro e fora do Brasil
Uma das nove parceiras globais da Fórmula 1, a marca de cervejas holandesa é também a principal patrocinadora do Grande Prêmio de São Paulo, no circuito de Interlagos, e de algumas outras provas do calendário. Além disso, faz parte do grupo de anunciantes da Band nas transmissões televisivas no Brasil.
Falando especificamente da corrida brasileira, em 2022, a empresa criou um espaço exclusivo para seus clientes a cerca de 30 metros de distância da pista. O Heineken Village comporta até 5 mil pessoas por dia e conta com uma série de atividades como simuladores de F1, tirolesa, apresentações de DJs, alimentação e bebidas.
Equipe Red Bull fantasiada de Star Wars
Antes de se tornar uma das maiores equipes do grid, a Red Bull Racing já era uma campeã das ações publicitárias na Fórmula 1. Na sua temporada de estreia, em 2005, a equipe austríaca fechou um contrato com Lucas Film para promover o filme “Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith”, produção com a maior bilheteria dos Estados Unidos e a segunda maior do mundo naquele ano, atrás apenas de Harry Potter e o Cálice de Fogo.
No GP de Mônaco, a produção da equipe foi inteiramente temática com Guerra nas Estrelas. Além dos carros decorados com pinturas e o título da obra, os mecânicos da RBR estavam todos vestidos de Stormtroopers, enquanto o mecânico-chefe se fantasiou de Darth Vader, o grande vilão da saga.