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VocĂȘ desconta a ansiedade na comida?

Pesquisa aponta que 60% das pessoas consomem guloseimas para melhorar o humor.

Muita gente, quando estĂĄ triste, busca alĂ­vio na comida. Um docinho aqui, um salgadinho ali… Compensar angĂșstias com alimentação Ă© uma prĂĄtica mais comum do que se imagina. Pesquisa recente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e SĂ­ndrome MetabĂłlica (Abeso) em conjunto com o Ipec, envolvendo mais de 2,5 mil brasileiros, mostrou que 60% das pessoas comem guloseimas para melhorar o humor.

A chamada “fome emocional”, uma forma de lidar com emoçÔes por meio da comida, tem sido um fenĂŽmeno cada vez mais estudado, porque gera consequĂȘncias para a saĂșde fĂ­sica e mental.

A pesquisa Abeso/Ipec revelou que 66% dos entrevistados tĂȘm vontade repentina de comer algum alimento especĂ­fico, principalmente os doces e gordurosos. Mesmo que se sintam saciadas, muitas pessoas tĂȘm impulso de consumir alimentos que provoquem algum prazer ou amenizem sensaçÔes desprazerosas.

Considerando que a ansiedade Ă© uma queixa quase generalizada e que as frustraçÔes sĂŁo experiĂȘncias cotidianas, fica fĂĄcil entender porque a fome emocional merece atenção. AlĂ©m de poder resultar em vĂ­cios alimentares nos casos mais severos, pode gerar uma sĂ©rie de outros problemas de saĂșde associados ao consumo de açĂșcares, gorduras e de outros componentes que, em excesso, prejudicam o organismo.

Fique de olho se vocĂȘ costuma comer por impulso e nĂŁo pĂĄra mesmo quando estĂĄ satisfeito, se come rĂĄpido demais e de modo ansioso, se tem o hĂĄbito de ficar buscando comida quando percebe qualquer alteração emocional, mesmo que seja alegria, se sente alguma culpa depois desse comportamento…

Importante! Fome emocional nĂŁo Ă© sinĂŽnimo de transtorno ou compulsĂŁo. Esse tipo de diagnĂłstico cabe exclusivamente a profissionais de saĂșde. Se hĂĄ dĂșvida, se vocĂȘ se identifica com esse comportamento e tem dificuldade para se livrar dele, convĂ©m procurar um especialista. A depender do caso, cabe ajuda mĂ©dica, psicolĂłgica, de nutricionista ou um apoio multidisciplinar. Fundamental Ă© nĂŁo negligenciar a situação.

Experimentar frustraçÔes, ansiedades, expectativas, Ă© inevitĂĄvel. Uma hora ou outra todo mundo passa por isso. SĂł nĂŁo dĂĄ para tentar resolver um problema criando outro. Como “remĂ©dio caseiro”, aquelas tradicionais atitudes de bem-viver sempre ajudam: atividade fĂ­sica, sono regular, hobbies e atividades prazerozas que aliviem a pressĂŁo do dia a dia, meditação… Se, ainda assim, encher a barriga continuar parecendo a Ășnica salvação, talvez seja hora de buscar ajuda profissional.

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FĂĄbio Cadorin (@fabiocadorin) Ă© psicĂłlogo, jornalista, professor e doutor em CiĂȘncias da Linguagem. Nesta coluna fala sobre saĂșde mental e impactos da cultura sobre o psiquismo.

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