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Rápido enriquecimento de gestores motivou investigação na Cooperaliança, explica delegado

Conforme o delegado de polícia civil, Rafael Iasco, foram apreendidos R$40 mil escondidos na casa de um dos envolvidos, carros, escrituras, contratos de compra e venda

O delegado André Milanese, responsável pela 6ª Delegacia Regional de Polícia (6ª DRP), informou em coletiva na tarde desta terça-feira, 16, que as investigações sobre a Operação “Iluminado”, que aconteceu na manhã de hoje, iniciaram há um ano e partiram de denúncias relatando sobre possíveis práticas ilícitas ocorridas durante a gestão da atual diretoria da Cooperativa Aliança de Içara (Cooperaliança).

Na oportunidade, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, bloqueadas contas bancárias, bens móveis e imóveis. Quatro pessoas presas temporariamente, duas delas ainda se mantem presas. A operação investiga os crimes de peculato, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica.

“Durante um ano foi realizado levantamento de patrimônio, questões financeiras, imóveis e hoje culminou na operação com a prisão de quatro pessoas que tem envolvimento direto com a gestão da cooperativa. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão, tanto na cooperativa na casa dos investigados e comércio dos investigados com fortes indícios de que estava havendo um desvio de dinheiro da cooperativa para fins ilícitos, considerando possivelmente crime de lavagem de dinheiro e peculato”, disse ele.

O delegado de Polícia Civil de Içara, Rafael Iasco, responsável pela operação confirmou que as denúncias davam conta de que poderia estar ocorrendo desvios financeiros dentro da Cooperaliança pela atual gestão. “Com base nessas informações os policiais civis iniciaram as investigações, instauração de inquérito policial, diversas medidas cautelares foram representadas pelo Poder Judiciário, foram feitas diversas consultas em cartórios de registro de imóveis, tabelionatos, onde se chegou à conclusão do relatório e culminou com todas essas prisões, bem como os mandados de busca e apreensão. Houve um enriquecimento muito rápido de alguns gestores da Cooperaliança e foi comprovado indícios por meio de trabalho de investigação que isso ocorreu”, destacou a autoridade policial.

 Bens materiais, escrituras apreendidas e prisões

Foram apreendidos R$40 mil escondidos na casa de um dos envolvidos, carros, escrituras, contratos de compra e venda, que segundo Iasco, serão apurados e identificados. Um dos mandados de busca e apreensão foi cumprido em uma revenda de carro em Içara. ” Pelo que apuramos foi uma forma em tese de lavagem de dinheiro, por meio de imóveis também”, informou. “Trata-se de uma investigação morosa, pois será feita a análise de muita documentação e telefones celulares. É um trabalho árduo da Polícia Civil. Há muitos indícios”, completa.

Ainda conforme o delegado, caso sejam encontrados mais alguns indícios que se faça necessário manter os suspeitos presos, será representado pela prisão preventiva. “Mas a princípio o Poder Judiciário entendeu que eles devam permanecer presos. Alguns já foram colocados em liberdade, sendo que outros continuarão presos”, ressaltou.

Valor do desvio

O valor do possível desvio ainda não foi apurado, mas o delegado Rafael Iasco revelou que houve uma movimentação muito atípica financeira feita por alguns gestores. “Muito aquém do lastro financeiro dele formal”, contou. Outra situação destacada pela autoridade policial é de que possam surgir outros nomes e que a investigação tenha mais etapas. “Agora é o momento de quem tem que falar alguma coisa, que sabe de alguma coisa, que procure a Polícia Civil e fale. A hora é agora”, finaliza Iasco.

Participam da ação desta terça-feira, 16, a 6ª Delegacia Regional de Polícia, Delegacia de Combate à Corrupção e Investigação de Crimes Contra o Patrimônio Público (Deic/Decor), Laboratório de Lavagem de Dinheiro da 6ª região (LAB/Sul), Núcleo de Inteligência da 6ª Delegacia Regional (NINT), Saer e Polícia Científica.

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