As redes sociais estão cada vez mais sendo palco para empreendedores e empresas, marcas expõem seus produtos, serviços e negócios, afinal de contas, o poder de compras está a um clique de nossas mãos. E claro, como em todo o mercado, existem todos os tipos de estratégias para chamar a atenção e tornar o seu produto o objeto de desejo de seus potenciais clientes. Recentemente, comecei a observar com mais critério a exposição de alguns empreendedores – de palco ou não, sobre a forma como decidem “se vender” e pasmem, os modelos são muito parecidos, zero autenticidade, mas alguns pontos chamam a atenção: falar da dor das pessoas, se colocar como um protagonista de sucesso e fazer promessas quase milagrosas, reconhecem?
A vantagem do mercado é que ele abre espaço para todo o tipo de profissional e também todo tipo de cliente. Mas me parece que para os empreendedores que se colocam na posição de super-heróis ou heroínas, que há um público com características semelhantes: pessoas carentes emocionalmente, além de outras carências, com urgência em mudar, associam a vida ou a trajetória do empreendedor como um case a ser referenciado, modelado. Minha pergunta: será que se questionam sobre como é o bastidor destes profissionais? Certo dia vi duas propagandas uma chamando mulheres para eventos com dizeres do tipo: “do zero ao mil” ou de “de zero a duas empresas” e outra, chamando as mulheres de rainhas, cria-se todo um cenário com direito à coroa, roupa, jantar com a “rainha” e seguem sem limites em sua fantasia narcisista. Sim, porque toda essa estratégia esconde ou expõe, literalmente, uma necessidade de apreciação e desejo de grandiosidade. Do tipo, façam o que fiz que sua vida será majestosa, ou façam o que fiz, saí do nada e hoje conquistei todo esse império, será mesmo?
Meus caros, a questão é que esse tipo de empreendedor usa como estratégia a causa do sofrimento de muitos, e por vezes, a inocência em acreditarem que estas pessoas são seres tão especiais que, de fato, enxergaram o que elas/eles, pobres mortais não conseguiram. Falta criticidade! Sou super a favor que tenhamos modelos e inspirações, mas que eles sejam reais, que se baseiem em métodos, ferramentas e processos e não apenas em seus próprios experimentos. Acredito muito nos empreendedores que desejam que seus negócios mudem os problemas do mundo e não apenas o do seu próprio bolso. E temos exemplos incríveis em nosso mercado, e estes tem uma característica em comum, sabem ganhar dinheiro sem promessas mirabolantes ou que ataques a todo momento às fragilidades humanas. E todos, sem exceção, declaram sua gratidão, principalmente as pessoas que no passado o ajudaram, seja por meio do conhecimento, seja por meio de recursos. Empreendedores arrogantes começam com a frase…”do zero ao…” ninguém começa do zero!
A grande vantagem neste mar de empreendedores de palco ou não, é que o mercado existe para todos, a pergunta é: em qual palco você dá show e quem será sua plateia. Os narcisisitas existem porque existe a plateia que os coloca em lugar de superioridade. Minha sugestão é: faça, mas faça mais pelo que você é de verdade e não daquilo que te disseram – e talvez mentiram, que se fizeres terás dinheiro e fãs (você pode ser o palhaço).
Pense nisso!