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Dia de alerta e conscientização sobre doença silenciosa e perigosa

Como forma de alerta e conscientização sobre a doenças renais, nesta quinta-feira, dia 10, ocorre o Dia Mundial do Rim; o Hospital São José de Criciúma monitora cerca de 70 pacientes que tiveram que realizar transplante de rim

Visando levar um alerta e conscientização sobre a Doença Renal Crônica (DRC), ocorre nesta quinta-feira, dia 10, o Dia Mundial do Rim (DMR). Idealizada pela Sociedade Internacional de Nefrologia e aplicacada no Brasil pela Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN), a campanha, este ano, possui o tema: “Saúde dos Rins para Todos: Educando sobre a Doença Renal”.

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“Ela ocorre todos os anos na segunda quinta-feira de março. A campanha deste ano tem o enfoque na educação sobre doença renal e quer dessa maneira atingir a população e o pessoal da área da Saúde para que todos se conscientizem da importância da Doença Renal Crônica no mundo hoje”, comenta a responsável pelo serviço de nefrologia do Hospital São José e professora da Unesc, Dra. Cassiana Mazon Fraga.

De acordo com a SBN, a Doença Renal Crônica afeta uma em cada 10 pessoas no mundo. Nos casos mais graves é necessário a realização de diálise (filtragem do sangue) ou transplante renal. Por isso a importância da realização dos exames de urina e  de dosagem de creatinina, regularmente.

“É importante que se busque uma avaliação dos rins através dos exames de urina e dosagem no sangue da creatinina, para identificar cedo e tratar. Porque a maioria das doenças renais são silenciosas”, alerta a nefrologista.

As doenças renais podem ser crônicas – quando uma lesão permanece por mais de três meses no rim- que não tem cura ou agudas em que existe a possibilidade de cura.

“Existem muitas outras formas de doença renal, mas geralmente classificamos em Doença Renal Crônica, causada pela diabetes e hipertensão, e temos também as lesões renais agudas, causadas por medicamentos tóxicos, infecções, doenças autoimunes, entre outros. Na pandemia tivemos um aumento importante na incidência de Lesão Renal Aguda, pois a Covid-19 é uma das causas, sendo que dos pacientes que são internados mais da metade desenvolve lesão renal”, explica Cassiana.

Por isso, um diagnóstico precoce é importante para o tratamento dessas doenças. No caso da Doença Renal Crônica, ela pode ser controlada e ter o avanço retardado.

“O diagnóstico é feito através de alterações nos exames de urina e, também, dosando a creatinina no sangue, que é uma toxina que se acumula quando o rim vai disfuncionando”, explica a nefrologista. “Com o diagnóstico precoce não conseguimos curar, mas conseguimos retardar a progressão da Doença Renal Crônica com medicamentos, dieta, e mudanças no estilo de vida”, completa.

Quando em um estágio avançado, pode ser necessário a realização de transplantes dos rins. Atualmente, no Hospital São José existem cerca de 60 pessoas na lista de espera de um novo rim e 32 transplantados. “Acompanhamos mais de 70 pessoas que realizaram o transplante e transferidos de outros setores para nós”, conta Cassiana.

Causa e prevenção

Uma das principais prevenções para doenças renais é manter um estilo de vida saudável, com uma boa dieta e exercícios físicos. Sendo que a Doença Renal Crônica afeta, geralmente, quem possui diabetes ou hipertensão.

“As principais causas de Doença Renal Crônica são a hipertensão e o diabetes. Os cuidados com essas doenças, seu tratamento correto, diminui o risco de desenvolver doença renal. Fazer o diagnóstico precoce é também uma forma de podermos prevenir a sua progressão”, ressalta a nefrologista.

Pandemia afeta transplantes

Os rins possuem a função de filtrar o sangue e remover as toxinas. Por isso, quando a Doença Renal Crônica atinge seu estágio mais grave os pacientes necessitam de diálise – filtragem das toxinas- ou o transplante.

“O tratamento da Doença Renal Crônica se chama terapia renal substitutiva que compreende a diálise – que pode ser hemodiálise e diálise peritoneal – ou o transplante renal, que pode ser de um doador vivo ou de um doador falecido”, explica Cassiana.

Diversos critérios são utilizados para a realização do transplante. “Para fazer o transplante os pacientes passam por uma série de avaliações e exames e aí definimos se estão aptos.Eles entram na fila e os rins doados são distribuídos pela Central Estadual de Transplante que fica em Florianópolis. Para isso utilizamos critérios genéticos”, explica Cassiana.

Em 2020, o Hospital São José de Criciúma iniciou as cirurgias de transplante renal na unidade. Porém, com a piora da pandemia da Covid-19, em 2021 esse serviço teve que ser paralisado por um período.

“Foi muito afetado, muitas equipes de transplante tiveram que parar o atendimento, por conta do risco de infecção dos pacientes que precisam ficar internados. E também o número de doadores caiu muito por causa da infecção de possíveis doadores. Porém, o número de doações já está voltando a patamares anteriores”, destaca Cassiana.

No primeiro ano, em 2020, o São José realizou 22 transplantes renais. Já em 2021, por conta da paralisação, foram realizados, apenas seis transplantes. “Esse ano já realizamos sete transplantes”, conta Cassiana.

Além disso, devido a Covid-19, aumentou o número de pacientes com doenças renais agudas e atendimentos. Das pessoas internadas devido à doença, mais da metade desenvolveram lesões nos rins.

“O número de atendimentos na pandemia aumentou muito e o número de sessões de diálise nestes pacientes também foi muito expressivo. As doenças agudas algumas vezes podem se recuperar, enquanto a Doença Renal Crônica não tem cura”, afirma a nefrologista.

Linhas de Cuidado

No início deste ano, o Ministério da Saúde disponibilizou, na internet, um conjunto de informações para ajudar profissionais de saúde, gestores públicos e a população a identificar e tratar a doença renal crônica em adultos. A enfermidade a feta cerca de 1,5% da população brasileira.

O material está disponível na plataforma Linhas de Cuidado, ferramenta interativa criada pela Secretaria Nacional de Atenção Primária à Saúde, que já reunia orientações sobre oito temas em saúde: acidente vascular cerebral (AVC); hipertensão arterial sistêmica; HIV/aids e obesidade (todos em adultos), além do transtorno do espectro autista (TEA) em crianças e do diabetes mellitus tipo 2, hepatites virais e tabagismo em qualquer idade. Mais 17 temas estão em desenvolvimento.

Você pode acessar o guia clicando aqui.

Câmara dos Deputados e Senado iluminados 

 

Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Os prédios da Câmara dos Deputados e do Senado Federal estão iluminados desde esta quarta-feira, dia 9, de azul e vermelho em celebração ao Dia Mundial do Rim. A iluminação atende solicitação do Ministério da Saúde.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

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