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Dazaranha comemora 30 anos com show e novo disco

Banda é considerada um dos maiores símbolos da cultura catarinense

“O Dazaranha não tem fãs, tem torcida”. Essa frase cunhada e repetida há tempos pelo baixista Adauto Charnesky indica a principal conquista da banda nesses 30 anos de história. Um dos maiores símbolos da cultura catarinense, o Daza preparou uma série de atividades para comemorar essa trajetória de sucesso com o seu público devoto. A programação começa no dia 6 de setembro com o pré-estreia do videoclipe “Saiu da vida torta”, no John Bull, segunda casa do grupo, na Lagoa da Conceição, e encerra no dia 8 de outubro com show gratuito no Largo da Catedral. Ainda tem os lançamentos do novo single “Vai saber” e do oitavo álbum de estúdio nas plataformas digitais. Tudo isso (e mais algumas surpresas) no espaço de um mês.

O disco “Dazaranha 30 Anos” foi gravado no estúdio Midas Music, em São Paulo (SP), com direção artística de Rick Bonadio, e representa a busca pela nacionalização do Dazaranha, que é formado por Moriel Costa (voz e guitarra), Chico Martins (voz e guitarra), Fernando Sulzbacher (violino), Adauto Charnesky (baixo), Gerry Costa (percussão), JC Basañez (bateria) e Dinho Stormowski (guitarra). Segundo Muruca, o momento é de confirmação do Daza como patrimônio cultural do estado e, possivelmente, o melhor da banda em toda a sua trajetória. “O que trabalhamos e crescemos em seis anos, crescemos proporcionalmente nos últimos 20 e poucos anos”, afirma o compositor. Moriel também destacou a oportunidade de poder trabalhar com Rick Bonadio, sem esquecer dos produtores que ajudaram a lapidar o som do grupo.

“Essa é a hora que o Dazaranha se organiza com uma estratégia de nacionalização do nosso som, com uma gravadora que tem estrutura e histórico de realizar hits no Brasil. Tivemos grandes produtores como Murillo Valente, Luiz Carlini, Ricardo Vidal, Carlos Trilha, e agora chegamos no Rick Bonadio. São grandes nomes de produção que vão entregando para o Dazaranha sonoridades e, digamos assim, interpretação da nossa obra, sempre trazendo um Dazaranha um pouco diferente. São décadas de confirmação de uma banda que representa Santa Catarina. É uma responsabilidade. A alegria da galera, o público presente, esse é o espírito da coisa, é o que gera motivação para a próxima empreitada”, comenta Moriel.

Além de não poder fazer o que sabe de melhor, que é levar alegria ao público, o Daza ficou afastado presencialmente dos fãs durante a pandemia. Nesse momento de retomada, o Dazaranha vem fazendo até 20 shows por mês (em setembro serão 21), e a cada vez que a banda pisa no palco é uma festa. Para o vocalista e guitarrista Chico Martins, a troca com a torcida é um presente do universo, uma conexão difícil de explicar e que faz toda a diferença. E não tem melhor maneira de comemorar uma data tão importante como essa do que com estar com milhares de pessoas que incentivam a banda a continuar. O show da Catedral promete ser histórico.

“30 anos é uma idade bem difícil para uma banda, se manter passando por tantas situações delicadas, quebras de mercado, é uma grande vitória. É uma comemoração que dá uma sensação de parte da missão cumprida, de ter um público que nos ama tanto e o quanto isso significa pra minha segurança como profissional e para a manutenção de um grupo. Parece que a gente tem muito mais a fazer, pelo tamanho das portas que temos aberto. Estamos vivos pra caramba no coração das pessoas e isso é muito promissor. Esse show é o momento mais especial que tenho para viver. A ligação do público com a gente provoca tudo isso”, declara o guitarrista.

Gravação de DVD com a Camerata e viagem para Portugal estão entre os momentos preferidos dos músicos

Nesses 30 anos de história, o Dazaranha acumulou muitos feitos e parcerias importantes. Gravou com Jorge Ben Jor, Lenine, Vitor Kley, entre outros, ganhou disco de ouro com “Tribo da Lua” (1998) e fez mais de três mil shows. Cada integrante da banda tem o seu momento preferido, mas a maioria deles acaba citando dois pontos fundamentais na trajetória do Daza: a viagem para Portugal, em novembro de 2019, e a gravação do DVD acústico com a Camerata Florianópolis, que marcou os 25 anos do grupo e recebeu disco de ouro pelas mais de 20 milhões de streams no Spotify.

“Eu sempre acreditei que o Dazaranha poderia encaixar uma música para o Brasil. Estamos chegando cada vez mais perto. Compramos a gestão com o Midas por seis músicas e eles compraram o Dazaranha por 28 obras ou cinco anos. A gente precisava de uma gravadora. O Dazaranha é o projeto mais importante da minha vida e estou dizendo pra todo mundo que esse é o momento mais importante da nossa história”, Moriel Costa.

“Eu fico imaginando como será o pós, o que vão falar de nós. Construímos uma história em Santa Catarina, atravessamos quatro décadas. O Dazaranha nunca teve uma força como agora. São tantos momentos significativos, a história com a Camerata, a ida a Portugal. Um momento especificamente não tem. Quando gravamos o primeiro disco, depois ganhamos o disco de ouro, assinar com o Midas. Tudo é especial. O momento mais especial é estar aqui hoje programando os 30 anos e fazendo essa festa depois de tanta coisa vivida”, Chico Martins.

“Ter ido a Portugal por causa do som do Dazaranha e não precisar ter pago ou programado férias com a minha família, ter ido a trabalho mostrar o som em outro continente para mim foi uma coisa que marcou bastante. Tem várias outras coisas legais que fizemos, mas ter ido para lá e ter público nos lugares que tocamos foi muito legal. Eu quero viajar mais com o Dazaranha, quero tocar, levar a minha música o mais longe que eu puder e que isso dure mais uns 30 anos. Sei que vamos comemorar 50, não sei quem estará por aqui, mas o Dazaranha vai estar”, Adauto Charnesky.

“Lá em 1992 quando nos encontramos e formamos o Dazaranha, eu nunca imaginei que aquela sonoridade, aquilo que começou de forma tão simples e espontânea se tornaria agora essa força musical, comemorando três décadas de carreira e tocando tantos corações”, Fernando Sulzbacher.

“Uma coisa que marcou foi a viagem para Portugal. Ir para fora do país foi muito simbólico, além de ter viajado para outros lugares do Brasil e ter feito bons shows. Ter gravado no Rio de Janeiro e agora em São Paulo também. São tantas emoções, como diz o outro. Uma das coisas que mais gosto no Dazaranha é que a gente está sempre começando. Estamos começando a conquistar mais e mais e é muito legal começar. O Dazaranha conquistou um público maravilhoso, eclético e amigável”, Gerry Costa.

“Até agora foram dois momentos muito fortes, a gravação do DVD com a Camerata foi uma paulada, volta e meia eu escuto. Parece que ainda nem caiu a ficha. Todo mundo queria estar no show, foi uma correria, todos trabalhando e se esforçando para acontecer da melhor maneira possível. A reunião com a Camerata deu muito certo, houve muito amor ali. É sempre um grande encontro. E a viagem para Portugal foi uma coisa muito legal”, JC Basañez.

“Foram vários momentos nesses seis anos e por motivos diversos. Tenho algumas imagens inesquecíveis. A gravação com a Camerata foi emocionante pra mim, ouvir aqueles arranjos da orquestra foi uma situação muito especial. A nossa viagem para Portugal também, de convívio intenso, dez dias em campo neutro, não estávamos jogando em casa e sentimos uma ótima resposta do público. Sinto que talvez esse momento (mais especial) ainda esteja por vir. A perspectiva é de muita coisa boa acontecer num futuro próximo”, Dinho Stormowski.

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