Notícias de Criciúma e Região

Polícia é chamada no HMISC após mãe ‘perder a cabeça’ devido a falta de atendimento

Inconformada ao ser orientada no HMISC a levar a filha até uma UPA, uma mãe teria 'perdido a cabeça' e desacatado os funcionários do hospital nesta segunda-feira, dia 11

A situação de falta de leitos e o atendimento de, apenas, urgência e emergencia no Hospital Materno Infantil Santa Catarina (HMISC) virou caso de polícia. Uma mãe inconformada desacatou os profissionais do hospital e a Polícia Militar (PM) foi chamada nesta segunda-feira, dia 11.

📲 Entre em nosso grupo e receba as notícias no seu celular. Clique aqui.

Ao saber que a filha não seria atendida no hospital e que deveria se deslocar para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a mãe teria ‘perdido a cabeça’ e desacatado os funcionários do HMISC.

De acordo com o relatado a PM, a criança apresentava problemas clínicos. Por isso a mãe foi orientada a levar a criança para a UPA. Devido ao desacato, os policiais lavraram um Termo Circunstanciado.

Desde esta segunda-feira, dia 11 devido a superlotação do Materno Infantil, a orientação da direção em conjunto com a Secretaria de Saúde de Criciuma é que os casos sem gravidade sejam atendidos pela UPA. Ainda na tarde de segunda, o Portal Litoral Sul esteve na unidade e muitos familiares das crianças manifestaram a indignação com a nova recomendação.

Porém, sem leitos suficientes, diversas crianças tiveram que ser transferidas do Santa Catarina para outros hospitais.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde essa transferência está sendo realizada, caso necessário, pelo Samu e, até, helicóptero do Corpo de Bombeiros. O governador, Carlos Moisés, ao lado do prefeito, Clésio Salvaro, esteve visitando a unidade no final de semana quando ao menos sete crianças tiveram que ser transferidas em uma grande operação. 
Casos de menor gravidade devem ir para UPAs

De acordo com a direção do HMISC, o hospital adota o Protocolo de Manchester para determinar a gravidade de um caso. Desta forma, as crianças que passarem pela triagem e forem classificadas de risco com as cores verde ou azul serão encaminhadas para as UPAs.

“Em acordo com as duas Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) da cidade ficou acertado que os pacientes de menor gravidade, aqueles classificados clinicamente como de riscos cores verde ou azul, e que acessarem o hospital serão encaminhados para atendimento nas UPAs”, informou em nota o HMISC.

Leia Mais

 

Protocolo de Manchester

O Hospital Materno-Infantil Santa Catarina adota o Protocolo de Manchester, que estratifica os pacientes em cores de acordo com o grau de gravidade de cada um.

Vermelho: O atendimento deve ser imediato. Doentes com situações clínicas de maior risco, como por exemplo:

  • Politraumatizado grave – Lesão grave de um ou mais órgãos e sistemas.
  • Queimaduras com mais de 25% de área de superfície corporal queimada ou com problemas respiratórios.
  • Trauma Cranioencefálico grave.
  • Estado mental alterado ou em coma, com histórico de uso de drogas.
  • Comprometimentos da coluna vertebral.
  • Desconforto respiratório grave.
  • Dor no peito associada à falta de ar.
  • Crises convulsivas (inclusive pós-crise).
  • Intoxicações exógenas ou tentativas de suicídio.
  • Reações alérgicas associadas à insuficiência respiratória.
  • Complicações de diabetes (hipo ou hiperglicemia).
  • Parada cardiorrespiratória.
  • Hemorragias não controláveis.
  • Alterações de sinais vitais em paciente com sintomas diversos.

Laranja: Tempo de espera recomendado até 20 minutos. Casos muito urgentes, como:

  • Cefaleia intensa de início súbito ou rapidamente progressiva, acompanhada de sinais ou sintomas neurológicos, alterações do campo visual, dislalia, afasia.
  • Alteração aguda de comportamento – agitação, letargia ou confusão mental.
  • Dor severa.
  • Hemorragia moderada sem sinais de choque ou instabilidade hemodinâmica
  • Arritmia (sem sinais de instabilidade).

Amarelo: Tempo de espera recomendado até 30 minutos. Casos urgentes, como:

  • Politraumatizado sem alterações de sinais vitais.
  • Trauma cranioencefálico leve.
  • Convulsão nas últimas 24 horas.
  • Desmaios.
  • Alterações de sinais vitais em paciente sintomático.
  • Idade superior a 60 anos.
  • Hemorragia moderada (controlada) sem sinais de choque
  • Vômito intenso
  • Crise de pânico
  • Dor moderada
  • Pico hipertensivo

Verde: Tempo de espera recomendado até 3 horas ou antes, de acordo com o fluxo de pacientes mais graves. Casos pouco urgentes, por exemplo:

  • Asma fora de crise.
  • Enxaqueca – pacientes com diagnóstico anterior de enxaqueca.
  • Estado febril sem alteração nos sinais vitais
  • Refriados e viroses sem alteração nos sinais vitais.
  • Dor leve
  • Náusea e tontura
  • Torcicolo
  • Hemorragia em pequena quantidade controlada (sem sinais de instabilidade hemodinâmica)
  • Drenagem de abscesso

Azul: Tempo de espera recomendado até quatro horas ou antes, de acordo com o fluxo de pacientes mais graves. Casos sem urgência, como:

  • Queixas crônicas sem alterações agudas.
  • Unha encravada.
  • Troca de sondas.
  • Aplicação de medicação externa com receita.

 

 

Você também pode gostar