Dengue em SC: casos continuam subindo e faltam testes, informa Lacen

Segundo o Laboratório Central (Lacen), Santa Catarina tem hoje somente seis mil unidades de testes de Dengue. Essa unidades são reservadas para situações especiais como por exemplo, casos graves de dengue, gestantes ou óbitos suspeitos. Somente nos meses de março e abril, Lacen fez 20 mil testes de dengue. O comunicado sobre a falta de testes foi enviado aos municípios nesta semana e causou preocupação quanto ao monitoramento do avanço da dengue.

📲Entre em nosso grupo e receba as notícias no seu celular. Clique aqui.

A coordenadora da Vigilância Epidemiológica de Criciúma, Andrea Goulart de Oliveira, explica que o LACEN enviou um comunicado, explicando que devido a falta de insumos seriam necessárias algumas mudanças nos critérios de testagem. “Em Criciúma, os testes continuarão sendo coletados e procederemos da seguinte forma: Se for até 5 dias de sintomas: município cadastra NO GAL dengue -PCR (porque o NS1 está em falta) e manda no tubo de SORO. Mais de 5 dias: cadastra dengue IGM e o tubo é o mesmo, estão congelando amostras porque também estão sem kits. Não se tem um teste coleta-se outro”, explica.

Desde o início de abril, a Diretoria Estadual de Vigilância Epidemiológica (Dive), já havia flexibilizado os diagnósticos de dengue nas cidades onde se registrava uma transmissão sustentada, reduzindo o envio de amostras ao Lacen.

A Superintendência de Vigilância em Saúde diz que a falta de testes é reflexo de um represamento no Ministério da Saúde, que está com problemas na aquisição. No caso do RT-qPCR, o fornecedor teve problemas na produção dos kits e suspendeu a entrega dos lotes encomendados pelo Governo Federal. Outro teste com problemas de fornecimento, segundo o Estado, é a pesquisa de antígeno NS1, como também colocou a vigilância Epidemiológica de Criciúma. O motivo, segundo o governo de SC, seriam a crise sanitária na Ásia e a guerra na Ucrânia, que estariam prejudicando o envio dos testes.

O Estado tem, até agora, mais de 230 notificações de casos de dengue com sinais de alarme e 13 casos de dengue grave. São 16 óbitos confirmados, e outros 13 em investigação.

O que diz o comunicado

Considerando a falta de insumos reagentes no mercado nacional para a realização dos exames de dengue, solicitamos às unidades municipais de Vigilância Epidemiológica, núcleos de Vigilância Epidemiológica de hospitais e demais serviços de saúde que obedeçam aos seguintes critérios para a solicitação dos testes para diagnóstico de dengue, estabelecidos em concordância com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica Estadual em Nota Técnica Conjunta

• Casos suspeitos em municípios sem transmissão estabelecida da doença (após a confirmação dos primeiros casos, passa a ser aceito resultados dos laboratórios privados e conforme o cenário de transmissão o critério clínico epidemiológico);
• Casos em gestantes;
• Casos de dengue com sinais de alarme independente do cenário de transmissão;
• Casos de dengue grave independente do cenário de transmissão;
• Óbitos suspeitos.;
• 10% dos casos, por semana epidemiológica, das áreas com transmissão estabelecida para o monitoramento viral e realização da sorotipagem.