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Sequestro: Motivação foi financeira e autores não tinham proximidade com as vítimas

PolÍcia Civil detalhou desfecho do crime em entrevista coletiva à imprensa na tarde desta sexta-feira, dia 15, em Criciúma

Em apenas três semanas após a ação criminosa, de grande proporção e planejada, que resultou no sequestro de uma menina de 11 anos, em Criciúma, a Polícia Civil de Santa Catarina, identificou e prendeu todos os seis envolvidos no crime que teve como motivação a vantagem financeira. O desfecho, que aconteceu nesta sexta-feira, dia 15, foi detalhado em entrevista coletiva à imprensa, na sede da Delegacia Regional, pelas equipes da Delegacia de Roubos e Antissequestro da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (DRAS/DEIC) e da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma. 

As linhas de investigação, segundo o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Criciúma, Yuri Miqueluzzi,  apontaram que o grupo, composto por cinco homens e uma mulher, agiu por vantagem financeira, excluindo todas as especulações que cercaram o crime até então. “A motivação é exclusivamente financeira, esse grupo coordenou, planejou e executou e não teve outra participação. Não existe nada contratual ou relacionado com empresas da vítima ou familiares. Esse grupo que foi preso, atuou em conjunto e foram todos capturados, são seis pessoas presas, identificadas e a investigação está praticamente encerrada”, esclareceu Miqueluzzi. 

Mentor tem 28 anos e agiu com companheira

Todos os envolvidos com o sequestro são da região de Criciúma e sem antecedentes criminais de grandes proporções, sendo que dois deles não tinham qualquer passagem policial, o que conforme o delegado da Divisão de Roubos e Antissequestro (DRAS) e da Diretoria de Investigações Criminais (DEIC), Anselmo Cruz, possibilitou grande volume de informações da comunidade e denúncias, mas também deu margem para muita especulação. “Chegou a ser ventilado que poderia ser vingança ou outro objetivo, mas não foi o que a investigação apurou, a  não ser a vantagem financeira”, acrescentou.  

Nesta quinta-feira, dia 14, dois envolvidos no crime foram presos, sendo um deles investigado como o mentor intelectual do crime, um jovem de 28 anos que já tinha antecedentes criminais por roubo. A outra pessoa presa foi uma mulher, namorada do mentor, que não participou do momento em que a menina foi capturada, mas que teria permanecido com a vítima posteriormente em dos veículos utilizando como “cativeiro”. “Entre os envolvidos, um deles atuou como uma espécie de gerente, contratando os demais”, detalhou. 

Sem moeda de negociação

A maioria dos acusados confessou a participação no crime, com exceção do mentor que, de acordo com Cruz, foi o que mais mentiu e caiu em muitas contradições. A desmobilização do grupo diante da proporção da ação, teria levado a libertação da vítima. “Não existiu uma moeda de negociação, é um enorme quebra-cabeça, foram muitas informações, denúncias e o desafio foi montá-lo contra o tempo. Os contratados não sabiam que seria uma criança, chegaram até a mencionar que seria apenas um roubo, com isso, diante desse cenário, acabaram desistindo, se escondendo e sobrando só dois, justamente o casal que planejou e com isso eles ficaram sem o respaldo de mais pessoas, mais carros, para dar a continuidade”, detalhou Cruz. “Tanto que uma das pesquisas deles, na manhã do dia seguinte, um dos criminosos, fez uma pesquisa no google, no seu celular com a pergunta: “Antissequestro da polícia civil funciona?”, completou o Delegado Geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel.  

Não houve herói

A escolha da menina, segundo o delegado Anselmo Cruz, se deu pela facilidade de contenção e manter em cativeiro, que neste caso foram os veículos. “Eles não tinham nenhum contato direto com as vítimas.  São pessoas conhecidas na cidade, enxergaram vantagem financeira e o fato de ser uma criança, é mais fácil de ser sequestrada e mantida num porta mala, não têm resistência e nem iniciativa de fuga”, sublinhou. 

A polícia tem 10 dias para concluir a investigação e os acusados devem ser indiciados pelo de crime de extorsão mediante sequestro, com o agravante de a vítima ser menor de 18 anos e o crime ter durado mais de 24 horas, com pena prevista de 12 a 20 anos de reclusão, além do crime de associação criminosa que prevê até três anos de pena. “Temos um histórico de elucidação de todos os sequestros em Santa Catarina. São pessoas que estudam e se dedicam para isso, o Anselmo são 20 anos de polícia, nove só na de sequestro e se especializando junto com a equipe. A atuação não é para amador ou super herói, o que existe é trabalho bem feito, executado, ações de inteligência e investigação”, enalteceu o delegado Ulisses Gabriel. 

Confira coletiva na íntegra:

 

Entenda o caso

Na noite da quarta-feira (23 agosto) uma menina de 11 anos foi sequestrada em Criciúma. Em menos de 24 horas, na quinta-feira (24 de agosto), a Polícia Civil conseguiu resgatar a vítima. A menina foi encontrada com pés e mãos amarradas e olhos vendados e deixada à beira de uma estrada no município de Três Cachoeiras, no Rio Grande do Sul. A Polícia Civil já tinha prendido três envolvidos no crime. Dessa forma, contando com os presos de ontem e hoje, a Polícia Civil prendeu todas as seis pessoas envolvidas no crime. Todos os envolvidos no crime são de Criciúma.

Leia mais: https://portallitoralsul.com.br/presos-mais-tres-acusados-de-participacao-no-sequestro-de-menina-em-criciuma/

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