Vamos vencer o preconceito
Movimento em comemoração ao Dia do Psicólogo também será de combate a ideias equivocadas em torno da saúde mental
A coluna de hoje é diferente. É uma celebração e um convite.
Começo pela celebração. Neste sábado, 27 de agosto, comemoramos o Dia do Psicólogo e os 60 anos da regulamentação da Psicologia como ciência e profissão no Brasil.
A data é emblemática não apenas para estudantes e profissionais da área, mas para toda a sociedade, porque graças aos avanços dessa ciência tem sido possível amenizar o sofrimento psíquico de milhares de pessoas que precisam de ajuda.
Nem sempre é fácil entrar em um consultório e escancarar nossos medos, limitações e dificuldades, ainda mais hoje em dia em que somos incessantemente convocados pelas redes sociais a colocar em cena apenas nossas vitórias e conquistas.
Buscar acompanhamento psicológico é um ato de humildade e coragem. Humildade para reconhecer nossa incompletude e coragem para olhar de frente os fantasmas que nos assombram. A experiência pode não ser fácil, mas costuma ser libertadora.
O problema é que muita gente ainda resiste a procurar ajuda profissional por vergonha, por associar sofrimento psíquico a fraqueza ou, simplesmente, porque ainda acredita em uma das ideias mais preconceituosas já construídas em torno da saúde mental: “não vou ao psicólogo, porque é coisa de ‘maluco’”.
Primeiro: o estigma da loucura é resultado de um processo histórico de exclusão. Cabe uma coluna à parte para explorar o tema. Segundo: tratamento psicológico é coisa de gente, como eu e você. Quem nunca olhou para si ou para o mundo com um certo estranhamento em algum momento da vida que atire a primeira pedra.
E aqui vem a segunda parte que prometi lá no início, o convite.
Neste sábado, 27 de agosto, às 15 horas, eu e mais um grupo de psicólogos voluntários faremos uma ação de conscientização no Parque das Nações, em Criciúma.
Nosso objetivo, além de comemorar o Dia do Psicólogo e as seis décadas de Psicologia no Brasil, é mobilizar as pessoas para o combate a ideias equivocadas que ainda permanecem em torno da saúde mental e impedem tanta gente de buscar apoio.
Teremos roda de conversa, tira-dúvidas e distribuição de brindes.
Venha celebrar conosco. Vamos juntos entrar nessa luta em favor da saúde mental!
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Fábio Cadorin (@fabiocadorin) é psicólogo, jornalista, professor e doutor em Ciências da Linguagem. Nesta coluna quinzenal fala sobre saúde mental e impactos da cultura sobre o psiquismo.