Todos pela diversidade

O tema desta semana não poderia ser outro. Em 28 de junho, celebramos o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Anualmente, em muitos lugares ao redor do mundo, a data tem a marca da alegria, com desfiles, paradas, dança, música e muita cor. Afinal, é dia de orgulho e visibilidade. É dia de celebrar a vida como expressão de liberdade. A manifestação festiva, no entanto, representa um dos lados dessa luta. O outro é bem menos colorido e alegre.

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Quando se fala do cenário de ódio e preconceito que incide sobre essa comunidade, o Brasil, infelizmente, segue muito mal na fita. Segundo o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, ainda somos o país que mais mata de forma violenta essa população.

O mesmo relatório aponta que essa forma de violência aumentou 33,33% entre 2020 e 2021. É uma triste constatação de que, mesmo com alguns avanços sociais e de políticas públicas, o preconceito por aqui não recua.

O assunto é extenso, pode ser abordado por mil vieses, mas quero tocar em um ponto que me parece extremamente necessário e que atende pelo nome de “aceitação”.

Ainda há por aí muito discurso de prepotência maquiado de aceitação. Ele ocorre quando alguém diz aceitar a diferença com um velado sentido de bondade, caridade ou até pena. É como se nas entrelinhas se dissesse: “o ideal seria outro, mas aceito que seja diferente”.

Esse tipo de aceitação sustenta o preconceito.

Quando se trata de natureza humana e, especificamente, de gênero e orientação sexual, não existe ideal, muito menos condição de normalidade. Há apenas diversidade! Somente esse reconhecimento será capaz de provocar uma real mudança de paradigma.

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Fábio Cadorin (@fabiocadorin) é psicólogo, jornalista, professor e doutor em Ciências da Linguagem. Nesta coluna quinzenal fala sobre saúde mental e impactos da cultura sobre o psiquismo.