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Síndrome mão-pé-boca gera alerta em SC; Em Criciúma, Afasc contabilizou mais de 120 casos

Doença é muito comum em crianças, especialmente nas menores de cinco anos

A Diretoria de Vigilância Epidemiológica de Santa Catarina (Dive/SC) orienta sobre as medidas frente ao aumento de surtos de Síndrome Mão-Pé-Boca (SMPB) no Estado. A doença é uma infecção transmissível causada por um enterovírus e é muito comum em crianças, especialmente nas menores de cinco anos. Uma nota informativa com esclarecimentos foi emitida para a prevenção da doença. Acesse aqui a Nota Informativa completa.

O pequeno Christopher dos Santos Fortunato, de oito meses de vida, foi diagnosticado com a doença. Segundo a avó, Janaina Machado Fortunato, o pequeno foi levado ao médico, após o surgimento de bolhinhas em sua pele e aumento de temperatura. “Teve muita febre e estava bem aborrecido, na consulta foi diagnosticada a doença. Ele chorava muito, foram sete dias difíceis de tratamento e sem ir para a escola. Graças e Deus que tudo passou”, disse ela.

Conforme o setor de Saúde do Departamento de Educação Infantil da Associação Feminina de Assistência Social (Afasc), nesse ano nos 40 Centros de Educação Infantil (Cei’s) da Afasc foram contabilizados 123 casos ativos (com diagnóstico clínico) de pé, mão e boca. Hoje a instituição atende 5.556 crianças, totalizando conforme o setor de Saúde, apenas 2,21% de crianças infectadas. “Desde 2020 a instituição em parceria com a Vigilância Sanitária de Criciúma adotou uma série de medidas preventivas, treinamentos e protocolos (incluindo um Guia de Procedimentos com um passo a passo a ser seguido em casos positivos) visando à diminuição nos casos, bem como o retorno mais rápido possível das crianças para o ambiente escolar”, informa o setor de Saúde.

Foto: Divulgação

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Transmissão

A síndrome mão-pé-boca (SMPB) é uma infecção de origem viral, sendo causada por diversos enterovírus, principalmente o Coxsackie, caracterizada por pequenas feridas avermelhadas na cavidade oral, mãos e pés. Costuma acontecer na forma de surtos, acometendo crianças que frequentam creches e escolas, principalmente os menores de 5 anos.

A transmissão ocorre através do contato direto ou indireto com fezes de pessoas contaminadas, por meio das gotículas espalhadas por tosse/espirros/saliva no ambiente e/ou objetos de uso compartilhado ou pelo consumo de alimentos contaminados ou mal-cozidos. Outra forma de contágio é o contato direto com as lesões.

Mesmo depois de recuperado, o paciente pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas. Dessa forma, a higiene das mãos deve se manter intensificada mesmo após melhora dos sintomas.

A médica infectologista da Dive/SC, Lígia Castellon Gryninger alerta que em caso da doença, a criança deve ser afastada imediatamente do convívio com outras crianças até que se recupere. “A transmissão da síndrome mão-pé-boca ocorre através da tosse, espirros, saliva e do contato direto com bolhas que tenham estourado ou fezes infectadas. Além disso, o vírus pode ser transmitido através de objetos ou alimentos contaminados. É muito importante lavar os alimentos antes do consumo, trocar a fralda do bebê com luva e depois lavar as mãos com água e sabão”.

Sinais e sintomas

Usualmente o período de incubação, que vai desde a transmissão do vírus até o aparecimento dos sintomas, é de 3 a 7 dias e manifesta-se com febre em torno de 38-39°C, embora alguns casos possam ocorrer sem febre. O paciente pode apresentar, também, falta de apetite, dor de garganta, dor de cabeça, pequenas úlceras dolorosas dentro da boca, na língua, na parte interna das bochechas e gengivas, além de erupção (bolhas) de cor acinzentada com base avermelhada na palma das mãos, dedos e na sola dos pés durante 7 a 10 dias.

Na maioria das vezes não é preciso realizar exames complementares para diagnosticar a síndrome mão-pé-boca porque o quadro é bem típico e autolimitado, ou seja, melhora espontaneamente. O tratamento recomendado é sintomático e a orientação é para a criança aumentar o consumo de líquidos, repouso e alimentação leve. A médica infectologista ainda explica que nesse período, é importante manter a criança hidratada e bem alimentada. “Ofereça líquidos constantemente e, se ela sentir dificuldade para comer, prepare alimentos mais pastosos, de fácil deglutição, como cremes, sopas, e gelatina, por exemplo”, enfatiza Lígia.

Investigação

O quadro clínico é bem característico e geralmente são dispensados os exames complementares. A realização de exames laboratoriais, para detecção viral, poderá ser realizada para esclarecimento diagnóstico de surtos e casos graves.

Medidas de prevenção

As principais medidas de controle são o afastamento dos sintomáticos até resolução dos sintomas e a intensificação das medidas de higiene de mãos e do ambiente e superfícies, com especial enfoque em objetos compartilhados, como brinquedos, nos casos das creches, conforme detalhado a seguir:

– Lavar frequente e correta das mãos, especialmente após a troca de fraldas e de usar o banheiro (a pessoa pode transmitir o vírus pelas fezes durante aproximadamente quatro semanas);

– Limpar as superfícies e artigos incluindo brinquedos, primeiramente com água e sabão e então desinfetando com uma solução a base de alvejante com cloro/água sanitária (feita com uma colher de sopa do produto adicionada à 4 copos de água);

– Evitar o contato próximo (beijar, abraçar, dividir talheres e copos) com pessoas com a doença;

– Limitar a exposição das crianças doentes, mantendo as que apresentam sintomas afastadas da escola ou creche até o desaparecimento dos sintomas;

– Manter uma boa higiene ambiental e um sistema de ventilação adequado em recintos fechados;

– Descartar adequadamente as fraldas e os lenços de limpeza em latas de lixo fechadas;

– Não compartilhar mamadeiras, talheres ou copos.

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