SC deve decretar situação de emergência por falta de leitos de UTI até esta sexta

Com falta de leitos de UTI, o Governo do Estado deve decretar situação de emergência até esta sexta-feira, dia 3, em especial devido ao aumento de casos de doença respiratória

De Lucas Colombo Em 2 jun, 2022 | 11:56 Últimas atualizações 2 jun, 2022 | 12:03

Sete crianças estão na fila de espera por leito de UTI em Santa Catarina - Foto: Divulgação

O Governo do Estado deve decretar situação de emergência em saúde em Santa Catarina entre esta quinta-feira, dia 2, e sexta-feira, dia 3. O motivo é o grande aumento nos casos de doenças respiratórias. Tendo uma das consequências a falta de leitos de Unidade Terapia Intensiva (UTI) para bebês e crianças nos hospitais.

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De acordo com dados do Estado, dos 94 leitos de UTI para crianças pelo SUS, 92 estavam ocupados. Sendo que os dois leitos estavam localizados no Planalto Norte de SC. Já quanto aos leitos de UTI para bebês, dos 176 ativos pelo SUS, 172 estavam ocupados. Sendo que quatro leitos estavam disponíveis, também, na região do Planalto Norte. Os dados foram atualizados no início da noite desta quarta-feira, dia 1º.

O problema de falta de UTIs, veio a tona após diversas mães, em especial, no Sul catarinense, fazerem campanhas nas redes sociais em busca de leitos. Atualmente, segundo a Secretaria de Estado da Saúde, sete crianças estão na fila de espera por um leito de UTI em Santa Catarina, destas três são no Sul catarinense. Sendo que das 7 crianças, seis apresentam problemas respiratórios.

Por isso, o Governo do Estado, em alguns casos, está custeando a internação em leitos particulares e anunciou a instalação de 68 novos leitos em diversos hospitais, destes sete no Hospital Materno-Infantil Santa Catarina, em Criciúma, e cinco no Hospital Nossa Senhora da Conceição, em Tubarão.

Porém deve demorar até que esses leitos sejam instalados. “Temos como ampliar. O estado está atrás dos hospitais para fazer ampliação disso, coisa que demora um pouco. Costumo dizer que não é como um carro que freia, ele para. Acelera e ele anda. É como um navio que demora para andar, demora para parar também. Algo mais pesado. Eles já sinalizaram com 68 leitos, a grande preocupação é que são leitos pediátricos, menos hospitais tem capacidade de ampliar, mas, enfim, está se buscando essa situação para tentar atender toda população”, explica o presidente do Conselho de Secretarias Municipais da Saúde de Santa Catarina, Daisson Trevisol, titular da pasta em Tubarão.

Desta forma, o decreto de situação de emergência poderia dar mais celeridade a esse processo.”Decreto emergencial não vem só para as questões de leito. Mas, também, para toda a organização. Nós tinhamos solicitado ao Governo Federal pelo Conasems e Conass, que reúnem todas as secretarias unicipais e de estado do país, que prorogasse (decreto de situação de emergência devido a Covid-19) por três meses. Eles mantiveram por um mês. Então isso tem dificultado muito todas as compras emergenciais que temos de ações específicas da saúde. Só por essa questão, estamos trabalhando no decreto emergencial”, destaca Trevisol.

Problema antigo de falta de leitos

A falta de leitos de UTI pediátrica e neonatal é algo que já vem de anos. Especialmente, segundo Trevisol, nos períodos mais frios devido as doenças respiratórias. “Nessa época do ano, normalmente, são todos lotados e em outros momentos, também. O que aconteceu é que tem se dado mais atenção, agora, nesse momento, em virtude de tudo o que aconteceu com pandemia da Covid-19. Toda essa questão nos preocupa muito”, diz Trevisol.

De acordo com ele, além de SC, outros Estados, também, tem registrado a falta de leitos de UTI. “Isso tem acontecido em outros estados como o Rio Grande do Sul, o Paraná. A sazonalidade influencia nessa situação pela doenças respiratórias. Aí vem a importância da vacinação, de fazer a questão preventiva nos postos de saúde, as consultas de rotina. Voltar a normalidade para que evite que isso aconteça. Crianças, também, um pré natal bem feito”, destaca Trevisol.