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Polícia detalha conclusão da investigação sobre ataque a creche em Blumenau

Entrevista coletiva aconteceu na tarde desta segunda-feira; quatro crianças foram assassinadas e autor segue preso

A Polícia Civil de Santa Catarina e a Polícia Científica detalharam em coletiva de imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, 17, o trabalho de investigação e de perícia feito no caso envolvendo o ataque à creche Bom Pastor, em Blumenau, no último dia 05. O homem que matou quatro crianças vai responder por quatro homicídios consumados e por outros cinco tentados, todos eles quadruplamente qualificados. As qualificadoras dos crimes são motivo torpe, uso de meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e prática contra menores de 14 anos.

A investigação agora será repassada ao Ministério Público, que poderá dar andamento ao caso ao oferecer denúncia na Justiça.

O delegado e coordenador da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Blumenau, Roni Reis Esteves, contou que em conversa com a mãe do criminoso, ela informou que o filho sempre foi uma pessoa respeitável, mas que seu comportamento começou a mudar há três anos, ao começar a fazer uso de cocaína.

“Ela nos relatou que o filho começou a ficar diferente, que tinha um bom relacionamento com o padrasto, mas que mudou o comportamento devido ao uso de drogas. Começaram os atritos, o padrasto o mandou embora, ficou por um período na casa de um tio e tempos depois voltou pra casa. Ela ainda contou que ele estava tendo alucinações e que também havia sido internado”, informou a autoridade policial.

O coordenador da DIC, relatou que toda a rotina do criminoso no dia do ataque foi detalhada, desde o momento em que acordou até a chegada na creche. “Nos interrogatórios ficamos sabendo que duas semanas antes do ataque, ele conversou com um amigo numa praça e teria dito que faria algo grande. Mas como ele falava muita coisa e não se acreditava em mais nada não deram muita importância”, disse o delegado.

Criminoso tem histórico de surto

Até então segundo as autoridades policiais, não há informação de que o assassino tenha transtorno mental, mas sim, histórico de surtos, quem sabe devido ao uso de droga. Além disso, no dia do crime, o delegado-Geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Ulisses Gabriel informou que havia indícios de cocaína no sangue do criminoso, mas disse que não consegue precisar a quantidade. “Ainda não conseguimos avaliar se a droga presente era do dia ou do dia anterior por conta de metabolização”, explicou o delegado geral.

Ao analisar o celular do criminoso, o delegado geral, contou que foi realizada uma extração profunda dos dados e mostrou que a ação não foi coordenada e planejada. “Não tinha ato coordenado nem coordenação do crime. O celular mostrou que ele participava de grupos de pesquisas satânicas no facebook”, destacou o delegado.

Combate a fake News

“Desde o dia 5, estamos enfrentando enxurradas de fake News, estas noticiais falsas tem causando pânico na população e isto nos preocupa. Pedimos a população que não divulgue notícias falsas. Não divulgue fake News, é algo que estraga todo um trabalho de investigação. Cuidado com as informações que você passa”, destacou na oportunidade, o delegado-geral Ulisses Gabriel.

 

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