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O que exatamente o MDB catarinense quer?

Mauro De Natal retrata indecisões internas que requerem muita discussão. Estabelecer um bandeira pode ser o esperado caminho da reconstrução do partido - Foto: reprodução vídeo.

Ouvi atentamente uma recente entrevista do presidente da Assembleia Legislativa Mauro De Nadal MDB), concedida ao colega colunista político, Roberto Azevedo. Sobre o que o MDB quer na vida política, é, sem dúvida, o que mais fustiga todos os integrantes da sigla. Essa questão abordei em outra oportunidade com o então presidente da Alesc, Moacir Sopelsa, ano passado. A palavra reconstrução foi a que ele mais pronunciou. Nadal também se utilizou do mesmo termo. A verdade clara é a de que o MDB vem acumulando derrotas nos últimos pleitos, e acaba sempre se escorando em caronas pós eleição. Interesses do jogo político o aproxima da linha de frente do governo, pela própria expressividade e representatividade política no Estado, a partir da ideia de unir forças em prol do coletivo.

Convite

Perguntado sobre o que pensa o MDB para se inserir no governo de Jorginho Mello, Nadal disse que primeiro o partido precisa ser convidado. Bem. Sobre isso, o convite já foi feito há tempo. Imagino que dependa mais do que está para ser oferecido. Esse é o ponto em questão. Entendo também as necessidades internas da sigla. Não basta somente ingressar no governo, assumir secretarias. A discussão passa pela real participação. Ou seja, ter voz e vez, e não apenas ocupar espaços. Compreensível essa dúvida que paira entre os emedebistas. Como disse, antes, o partido não teve sucesso nos dois últimos pleitos, e isso requer reflexão. Em 2026 vai querer se lançar novamente em busca do cargo maior. Por outro lado, vai estar comprometido com funções importantes no atual governo. E aí? Lá no final, vai fazer o que? Simplesmente agradecer e desembarcar? Sinto dizer, mas será assim mesmo.

Reconstrução

Uma coisa o partido precisa entender. Hoje, por mais que tenha conseguido conquistar a Presidência da Alesc, o que lhe dá poderes decisivos no contexto político catarinense, a imagem do MDB está desgastada, diminuída. A tal reconstrução será necessária. Mais que isso. Fazer com que o eleitorado entenda e aprove a nova formatação. Hoje nada tem a apresentar. Nacionalmente, com o partido aliado ao governo Lula, grande parcela da população eleitora, que não comunga com a esquerda, já o deixou de lado. E, em Santa Catarina, os conservadores são maioria, e daí? Daí que não vão apoiar ninguém atrelado à esquerda. Exatamente a condição em que se encontra o MDB atualmente. Vai precisar desvincular a imagem negativa atrelada à política nacional, para se reconstruir; dar formatação a um novo processo no Estado. Notem o quanto está complicada a situação do partido em Santa Catarina. Por fim, terá sim que definir a própria bandeira, e logo, bem longe do reflexo nacional. Sim deputado Mauro De Nadal, o sinal amarelo está aceso; muito próximo do vermelho. Por hora, aliar-se a Jorginho Mello é a melhor alternativa. Procurar amainar os ânimos, e a partir do andamento das ações conjuntas ir delineando o futuro. E, por fim, ir avaliando a situação interna, para então, tentar alcançar a esperada reconstrução.

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