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Delegado esclarece duplo homicídio que chocou Araranguá

Detalhes da investigação do assassinato de duas jovens e do seqüestro de um casal foram esclarecidos pelo delegado da DIC de Araranguá, Jair Pereira

Um desentendimento entre um ex-namorado e Karoline Souza, de 24 anos, teria sido a motivação para a execução dela e de Gabriela Rocha, de 21 anos. As duas dividiam uma casa no bairro Coloninha, em Araranguá, de onde teriam sido sequestradas, levadas a pé por 3km até a margem do Rio Araranguá e assassinadas.

Os dois suspeitos do crime, o ex-namorado e um conhecido das vítimas, já estão presos temporariamente. Em entrevista coletiva nesta segunda-feira, dia 23, o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Araranguá, Jair Pereira, detalhou a investigação do caso.

“Um dos presos teve um relacionamento com uma das vĂ­timas a um tempo atrás, eles terminaram o relacionamento. E ele tentou voltar agora nos Ăşltimos meses, ela nĂŁo aceitou, e acabou gerando essa situação toda. O outro era conhecido das vĂ­timas. As duas vĂ­timas estavam residindo na mesma casa. O que apontamos Ă© que uma das vĂ­timas foi morta para nĂŁo deixar testemunhas”, afirmou o delegado.

Crime teria sido premeditado

De acordo com as investigações, os dois suspeitos teriam premeditado o crime. No último dia 2, segundo o apurado pela DIC, eles teriam tirado as duas de casa amarradas e amordaçadas, percorrido um trajeto de cerca de 3h por meio do mato e trilhas, até chegar na beira do Rio Araranguá, onde teriam executado as duas jovens e jogado o corpo no rio.

Posteriormente, os dois teriam pego uma carona de carro com um terceiro suspeito que chegou a ser preso temporariamente, mas foi liberado.

“A pessoa que foi lá nĂŁo sabia em princĂ­pio do crime, sĂł depois. Por isso foi liberada da prisĂŁo temporária”, ressaltou o delegado. “Motivação teve uma relação Ă­ntima entre eles que nĂŁo posso revelar, mas houve um desentendimento entre o principal autor e uma das vĂ­timas que levou a essa situação do crime”, comentou.

Delegado da DIC de Araranguá, Jair Pereira – Foto: reprodução/Portal Agora

Antes do crime, segundo aponta as investigações, Karoline vinha sofrendo ameças graves do ex-namorado. Principal supeito, ele ficou calado durante o depoimento. Já o outro suspeito preso, que era conhecido das vítimas, admitiu parcialmente a participação. A arma do crime, em princípio uma faca, não foi encontrada.

“Um admitiu em parte participação no crime, esteve na casa da vĂ­tima, o trajeto, sĂł nĂŁo confirmou na hora da morte. Ele morava perto das vĂ­timas. Hoje está preso”, disse o delegado.

Um suspeito foi preso em Santa Rosa do Sul e o outro em Turvo. Além disso, segundo as investigações, o ex-namorado de Karoline cumpria pena por homicídio e estaria utilizando tornozeleira eletrônica. O dispositivo teria sido arrancado por ele, assim que ele teria iniciado as ameaças. Desta forma, se tornando foragido.

Pereira ressalta que foram realizadas diligĂŞncias em busca do principal suspeito do crime, assim que ele rompeu a tornozeleira. PorĂ©m ele estaria mudando de ‘esconderijo’ constantemente e nĂŁo teria sido localizado antes do assassinato das jovens.

“Assim que tiveram desentendimento ele rompeu a tornozeleira e começou as ameaças que foram por mais de um mĂŞs. Hoje a gente ouvindo era uma situação que inspirava cuidado. Infelizmente a vĂ­tima nĂŁo procurou a delegacia para evitar. Ela nĂŁo tomou nenhuma providĂŞncia e para pessoas prĂłximas ela tambĂ©m nĂŁo divulgou isso”, ressaltou o delegado.

Inquérito concluído

O inquérito já foi concluído e encaminhado ao Ministério Público que irá definir quais serão as acusações. Os dois suspeitos foram indiciados pela Polícia Civil por seqüestro, feminicídio e ocultação de cadáver. Auxiliaram nos trabalhos de investigação desde o desaparecimento das jovens, a Polícia Militar (PM) e a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (DPCAMI).

“O inquĂ©rito foi concluĂ­do no prazo. Ainda restam algumas diligĂŞncias, laudos periciais e algumas oitivas”, finalizou o delegado.  Veja a coletiva completa:

Casal teria sido sequestrado em ‘investigação’ particular

Outro caso ocorrido no mesmo bairro em que moravam as jovens chamou a atenção logo após o desaparecimento delas no último dia 2 de janeiro. Um casal que morava próximo à elas foi sequestrado de casa no dia 3 de janeiro e teria ficado nas mãos de pessoas próximas de uma das vítimas.

Um Fiat Uno teria chego ao local, entrado na casa e levado o casal. No dia seguinte, 4 de janeiro, o casal foi encontrado já em casa e os dois suspeitos do seqüestro foram presos pela PM. Os corpos das jovens foram localizados no Rio Araranguá no dia 5 de janeiro.

“O seqĂĽestro tem relação com o crime na medida que pessoas muito prĂłximas a uma das vĂ­timas decidiu fazer a investigação por conta prĂłpria, decidiram investigar tambĂ©m, e aĂ­ acabaram sequestrando esse casal para obter informações sobre o paradeiro das vĂ­timas. NĂŁo tem vĂ­nculação com os mesmos autores da morte das mulheres”, explicou o Pereira.

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