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Criciúma tem mais de 200 mulheres com câncer de mama avançado

Neste ano, foram onze óbitos por conta da doença na cidade

Em Criciúma, há mais de 200 mulheres com câncer de mama em estágio avançado na Região Carbonífera. Além disso, neste ano, foram registrados onze óbitos por conta da doença. Esses dados foram divulgados pela presidente da Associação Amor à Vida (Amovi), Vera Lúcia Duarte, na Tribuna Livre da Câmara Municipal de Criciúma nessa quinta-feira, dia 06.

As informações passadas por ela foram alarmantes e ultrapassam os casos avançados de várias cidades do estado, até mesmo a capital. “[Esse] número passa o do Estado. Para se ter uma ideia, em Florianópolis são 30 pacientes. Fiquei apavorada. Também foram registrados 11 óbitos e não era para morrer ninguém, porque o câncer de mama tem cura. Focaram na Covid-19 e esqueceram as outras doenças”, lamentou.

Em relação a outros dados, no ano passado, foram mais de 24 mil consultas. Até agosto de 2022, mais de dez mil pacientes foram positivados para o câncer em geral. Em 2021, mais de 19 mil pessoas foram submetidas à quimioterapia e, neste ano, o número ultrapassa nove mil. No ano passado, foram mais de duas mil pacientes radioterápicos, enquanto em 2022 já são mais de 1,7 mil.

“Isso é alarmante. É muito triste. São meus irmãos e perdê-los é dor, porque são como se fossem da família e somos uma família. Enquanto eu puder eu vou continuar lutando, mas precisamos de um olhar diferenciado para essa batalha. Precisamos de respeito”, desabafou.

No mês de conscientização contra o câncer de mama, o Outubro Rosa, o Legislativo de Criciúma convidou a Amovi para a Tribuna Livre, a fim de ouvi-la. A indicação foi feita pelo ex-vereador Daniel Schelp (PP), que é um dos padrinhos da Associação. Como acolhida, o presidente da Comissão de Saúde, vereador Paulo Ferrarezi (MDB), sugeriu uma reunião com a Secretária Municipal de Saúde para saber como o poder público pode contribuir.

A Amovi proporciona, gratuitamente, atendimento psicológico e nutricional, fisioterapia, assessoria jurídica e atividades envolvendo artesanato. São mais de 90 associados, voluntários e parceiros trabalhando há mais de duas décadas no combate ao câncer. Nessa quinta, a Associação completou 22 anos. Para comemorar, ela promove neste sábado, dia 08, às 14h30min, uma confraternização em sua sede, com objetivo ainda de angariar fundos.

Sobre a missão, Duarte destaca que o trabalho é árduo, 24 horas por dia, sem nenhuma verba do governo e batalhando para se manter e ajudar por meio de eventos e doações. “É dia após dia. Por amor, não por cargo, não por salário. Muitas pessoas só têm a Amovi a quem recorrer, pois não têm condições. Estamos falando de uma doença devastadora, que atinge a nós, nossos próximos e nossos familiares. Sem saúde nós não somos nada”, alertou a presidente da Amovi.

Ajuda

De gasolina a papel higiênico, tudo é buscado. “É dia a dia com o pires na mão. É uma luta grande com poucos soldados. Buscamos solidariedade com a causa e que o nome da Amovi seja fortalecido para que essa batalha prossiga”, comentou Daniel Schelp. Dentre os meios para angariar recursos, a Amovi promove pedágio, bazar, conta com o troco solidário e realizará no próximo mês (data a ser confirmada), um almoço drive-thru, em parceria com a Unesc, quando será comercializada uma galinhada.

Por meio de parcerias, a Amovi realiza doações, visando humanizar o atendimento às mulheres, da bolsa da autoestima. É um kit que contém cosméticos, produtos de higiene pessoal e bijuterias. Além disso, promove a distribuição de suplementos para aqueles que estão em tratamento. Aliás, recentemente foram furtados, além de outros itens, oito caixas de leite especial a quem só disso pode alimentar-se.

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