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Bom e barato? Quero!

Quero começar esse artigo com uma reflexão, você já vendeu algo seu em algum momento? Pode ser a sua casa, um carro, celular? Já teve essa experiência? Imagino que sim! E, quando você estava negociando seu produto com alguém, em algum momento, você supervalorizou sua mercadoria ou teve a sensação de que o outro, possível comprador, estava desmerecendo seu produto? Na maioria das vezes nos comportamos assim, quando o benefício é próprio, quero valorização, quando é para o outro, demérito. No mundo dos negócios, negociação é sinônimo, para alguns, de aproveitamento e não de bom senso. Faz sentido!?

De onde vem esse meu pensamento? Obviamente das minhas escutas e vivências. Esta semana estive em um estabelecimento comercial e uma pessoa me perguntou se eu conhecia uma Psicóloga boa e “barata” (esse conceito é subjetivo), na hora veio um insight sobre a incoerência humana, pois neste estabelecimento tudo tem um valor altamente agregado e, na minha percepção, vale todo o investimento de tudo o que se adquire lá, pois você vive uma experiência, você acessa a produtos de qualidade, profissionais treinados, ambiente agradável, estacionamento de fácil acesso e, obviamente, isso tem custo. Mas a mesma pessoa que vive financeiramente deste ambiente é a que busca a Psicóloga “barata”.

Novamente em evidência temos em pauta as relações humanas e comerciais se apresentando com incongruência e com necessidade de vantagem sobre o outro. É fato que existem bons profissionais e que cobram pouco – ainda não descobriram seu valor ou tem baixa confiança. Mas é impossível um profissional se especializar, adquirir bons produtos, investir em seu negócio, e cobrar o valor do “barato”, a conta não fecha. Desculpe, mas não acredito que seja apenas a proposta de valor que não está clara e por isso alguns interpretam como caro, existe muita gente para quem o entendimento de valor está apenas em seu benefício e para isso, se utiliza do que chamo de miopia intencional, quando o indivíduo vê apenas o que lhe proporciona ganhos, para mim tudo para o outro, nada.

É fato que nem todo profissional caro é bom, ético e gera resultados, assim como nem todo profissional que cobra menos seja ruim ou faça serviço de baixa qualidade. Essa não é a questão! O cerne aqui é como ficamos míopes quando o tema é comportamento, a mesma pessoa que deseja valorização não a exercita para com o outro. Por isso, reforço alguns ditos: nem todo dinheiro é bem vindo, nem sempre fazer negócios com pessoas próximas será interessante, você vai descobrir quem são seus amigos quando for vender ou comprar algo deles. Comece se questionando, quem é você nos diferentes papéis? Para o outro nada, para você, tudo. Pare de precificar e desmerecer o trabalho alheio. Reflita e faça um exercício de empatia, e se fosse comigo?

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