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“As cores de cada vida”: exposição retrata vítimas de feminicídio

Abertura da primeira edição será nesta terça-feira, 22, às 14 horas, no Nações Shopping, em Criciúma. O evento é aberto ao público

Vinte mulheres vítimas dos crimes de feminicídio e tentativa de feminicídio em Santa Catarina passam a ser vistas pelas cores de suas histórias. Elas foram retratadas por artistas em quadros do Projeto “As cores de cada vida”, do Programa Polícia Civil por Elas. As telas percorrerão os espaços públicos do Estado em uma exposição itinerante. A abertura da primeira edição será nesta terça-feira, 22, às 14 horas, no Nações Shopping, em Criciúma. O evento é aberto ao público.

A delegada Patrícia Zimmermann D’Ávila, coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCamis), explica que o projeto lança novos olhares para o tema do feminicídio por meio da linguagem artística, de imagens e sons. “É uma forma de sensibilização da população para um tema que tem causado cada vez mais perplexidade: os casos de feminicídio consumados e tentados no Estado de Santa Catarina dos últimos anos”, aponta.

Juntamente à exposição, foi produzido o documentário: “As cores de cada vida”, com o making off do projeto, em que familiares e vítimas foram entrevistados. Assim, cada caso deixa de ser um número estatístico para ganhar vida pela mão dos artistas, em suas cores mais vívidas, evidenciando a importância dos papéis desempenhados por cada uma dessas mulheres em nossa sociedade.

Exposição itinerante

A exposição itinerante é composta de retratos estilizados de mulheres que foram vítimas do crime de feminicídio e tentativa de feminicídio nas cidades de Tubarão, Criciúma, Araranguá, Braço do Norte, Içara e Laguna entre os anos de 2012 e 2021. Os quadros foram produzidos por artistas catarinenses, que utilizaram de grande delicadeza e sensibilidade para compor uma obra sensível a fim de homenagear essas mulheres.

Duas das vítimas de Criciúma que estão retratadas no Projeto “As cores de cada vida” foram pintadas pela artista plástica Simoni Coelho. “Fiz uma reflexão muito grande ao pintar as mulheres que retratei ao me questionar sobre a realidade que, às vezes, o crime está tão perto e não enxergamos”, conta. Ela ainda considera que é papel do artista usar de sua poética para fazer a sociedade refletir sobre a violência. “Desejo que possamos colocar um pouco de paz na família de cada vítima e fazer uma ressignificação desta realidade”, expressa Simoni.

Os outros artistas participantes são: Abraão Scotti, Albertina Prates, Ana Mendes Simões, Carlos André Oliveira, Dudu Rodrigues, Eliza Mackay, Juliano Ferreira, Lica Comin, Luis Fernando Siqueira, Nadya Becker, Rayssa Beatriz Bussolo, Sonia Alves e Soraya De Pieri. Diversos apoiadores colaboraram para viabilizar a produção das telas e do projeto. A Polícia Civil de Santa Catarina agradece a sensibilidade de cada um deles. Esta primeira etapa da exposição itinerante fica aqui em Criciúma até o dia 22 de dezembro. Depois as obras serão expostas na cidade de Laguna.

 

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