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Amigos e ex-colegas de Criciúma lamentam morte de David Coimbra

Jornalista e escritor renomado nacionalmente deixou um legado que teve início em Criciúma

Amigos e ex-colegas de Criciúma lamentaram a morte do jornalista David Coimbra, aos 60 anos, nesta sexta-feira, dia 27. O jornalista renomado nacionalmente atuou no Jornal da Manhã (JM), Rádio Eldorado e RCE TV, antes de voltar a Porto Alegre (RS) para trabalhar no Jornal Zero Hora.

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Além de amigo de infância, o fotojornalista Ulisses Job trabalhou com Coimbra no extinto JM. “A gente é amigo de infância. Jogava bola junto, ia pro bar junto, aí ele ficava escrevendo no guardanapo e sempre tirava um tempo para ir para casa ler. A gente brigava muito também, porque tanto eu quanto ele não gostávamos de perder, mas sempre como amigo. E tive a oportunidade de trabalhar com ele também, na época do Jornal da Manhã”, lembra Job.

David Coimbra, ao centro, com os colegas de profissão após o expediente de trabalho no Varandas, em Criciúma

David Coimbra, ao centro, com os colegas de profissão após o expediente de trabalho nos veículos de comunicação, no ponto de encontro da turma, o Varandas, em Criciúma | Foto: Arquivo pessoal/Ulisses Job

Da mesma forma, o jornalista Rafael Matos foi aluno de David na Unisul e trabalhou com ele no JM e Rádio Eldorado.  “Me ensinou muito. Era diferenciado, um jornalista do meio, que entendia do mercado, foi um choque de realidade aprender com ele. Tinha um texto maravilhoso. Mais tarde vim a conviver com ele no dia a dia como colegas de profissão”, lembra Matos.

Jornalista, o vice-prefeito de Criciúma, Ricardo Fabris, lembra com saudosismo do tempo em que trabalhou ao lado de David. “Começamos uma amizade como setoristas do Criciúma. Ele pelo Diário Catarinense e eu pelo, extinto, Jornal de Santa Catarina. Sempre fazíamos o caminho juntos em direção a sucursal, parávamos na padaria e tomávamos um café, tanto que isso veio a ser tema de crônica dele. Recentemente estive visitando ele e fiquei muito feliz que ele tinha voltado a escrever. Porém essa semana ele entrou na UTI e hoje recebi a notícia. Perdem os familiares, amigos, Criciúma, o Rio Grande do Sul e o jornalismo como um todo”, ressalta Fabris.

O David foi o maior jornalista que eu já conheci. E olha que eu conheci vários e trabalhei com vários. Talvez a pessoa mais inteligente e mais amiga que tenha conhecido também. Fala emocionada a jornalista Ana Sofia Schuster. “A primeira vez que eu o vi, foi quando eu estava trabalhando na redação do Jornal da Manhã e ele apareceu na janela. Isso, a gente trabalhava com a janela aberta e as pessoas iam ali na janela da redação falar com a gente. Foi naquele dia que eu o conheci e encontrei um amigo para a vida. Eu estava há poucos dias no jornal, vindo de Porto Alegre para morar em Criciúma”

A jornalista relembra que: “dias depois, volta o David, desta vez dentro da redação, e me convida para ser coordenadora dos dois correspondentes Eldorado, um às 7 da manhã e outro às 11 horas. Eu nunca tinha trabalhado em rádio, mas fui. E foram seis meses trabalhando direto com ele, onde aprendi muito. No final daquele ano, 1995, acabamos saindo da Eldorado e desde então eu perdi um chefe, mas ganhei um amigo para a vida”.

Ana Sofia conta que nesse período, já na Zero Hora, Davi deu continuidade e atingiu o auge de uma carreira brilhante e premiada, seja nas redações, seja como colunista ou escritor. “O David deixa um legado imenso para o jornalismo, para o incentivo à leitura e para quem ama um texto de alto nível. Uma pessoa sempre alegre, focada e competente em tudo o que fazia. Falava com ele eventualmente e acompanhava com orgulho a sua super trajetória de sucesso. Ficava aqui pensando: – Ele é meu amigo. Já trabalhei com ele. E ficava feliz e orgulhosa com todo o sucesso dele. David Coimbra vai muito cedo, por tudo que ele era e pelo que fez. A alegria dele vai ficar sempre na minha memória. Porque essa era uma marca dele: a alegria e o amor pela vida”.

Criciúma, Grêmio e Inter lançaram nota de pesar

Inspiração para muitos jornalistas, David era gremista de coração, mas como ex-setorista do Tigre, tinha um carinho notório pelo clube carvoeiro. O Criciúma divulgou uma nota de pesar e informou que o jogo contra o Cruzeiro nesta sexta, contará com um minuto de silêncio em memória ao jornalista. Tema de crônicas e até mesmo de livro, a dupla Gre-Nal se manifestou nas redes sociais. Confira:

O Criciúma Esporte Clube lamenta profundamente o falecimento do jornalista David Coimbra, que nos deixou nesta sexta-feira (27/05), aos 60 anos. Ele estava internado no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre (RS), em tratamento de um câncer descoberto em 2013.

David Coimbra chegou a Criciúma no ano de 1985, recém-formado pela PUC e já iniciando como setorista do Tigre pelo Diário Catarinense. Na cidade ainda trabalhou na Rádio Eldorado, no Jornal da Manhã, no Jornal de Santa Catarina e na TV Eldorado.

Jornalista, radialista, apresentador, cronista e escritor, David assinou obras literárias de sucesso, conquistou prêmios e sempre foi um querido amigo dos colegas de trabalho. E como ele mesmo mencionava, era um apaixonado por Criciúma e pelo Criciúma.

O clube presta condolências aos amigos e familiares de David Coimbra e, em sua homenagem, será realizado um minuto de silêncio antes do apito inicial da partida da noite desta sexta-feira entre Criciúma e Cruzeiro no Estádio Heriberto Hülse.



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