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Abelhas invadem o centro de Criciúma; entenda o fenômeno

Enxames de abelhas tem aparecido no centro de Criciúma e casos chamam a atenção; apenas nesta quinta-feira, dia 17, foram registrados cinco ocorrências

A moradora do 15º andar de um Edifício no centro de Criciúma, Caroline Eyng, saiu para trabalhar por volta das 8h, como faz todos os dias. Ao olhar a sacada, estava tudo normal. Porém por volta das 9h, o noivo dela, Gustavo Milioli percebeu algumas abelhas na cortina e ao olhar para sacada viu um enxame.

“Ele até estava me mandando um áudio na hora que percebeu a presença delas. Em seguida me enviou a foto da quantidade toda que tinha se reunido na sacada, eu levei um susto enorme. Acabei saindo do trabalho e indo para casa para acompanhar e vermos como resolver”, conta Caroline.

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Com um cãozinho em casa, a principal preocupação é que elas não entrassem no apartamento. “A nossa preocupação maior durante todo o dia foi alguma abelha entrar no apartamento e ferroar o nosso cachorro, ele é de porte pequeno e isso poderia ser bem perigoso, mas no fim deu tudo certo”, ressalta.

 

Eles, então, avisaram todos os moradores do prédio para fecharem as janelas e ligaram para a o Corpo de Bombeiros.

“Eles nos instruíram chamar um apicultor para recolher as abelhas. Ligamos para alguns e conseguimos marcar com um no fim da tarde, porque durante o dia elas ficam mais agitadas e é mais perigoso fazer a remoção”, afirma a moradora.

Durante a remoção das abelhas,  veio uma surpresa. “Ele ficou por volta de uma hora no local até conseguir retirar tudo, informou que tinha aproximadamente umas 20 mil abelhas. Esse foi o meu maior susto, imaginei que tivesse no máximo umas 3 mil”, afirma.

Veja o vídeo:

Infestação de abelhas na área urbana de Criciúma

Diversos casos tem sido registrados no centro de Crici̼ma РFoto: Divulga̤̣o

A ocorrência no apartamento de Caroline, foi uma de cerca de cinco registradas nesta quinta-feira, dia 17. Um dos apicultores que tem realizado esse trabalho é Edson Pereira. Ele feito cerca de três a quatro resgates de abelhas por dia no centro de Criciúma.

“Estou aqui fazendo um resgate em um pneu, também na área central. Ontem fiz três resgates”, informa o apicultor na manhã desta sexta-feira, dia 18.

Segundo ele, não é normal essa quantidade de infestação. “A infestação é pela época, mas a incidência em área urbana não é normal tantas”, ressalta.

Edson destaca que é proibido matar abelhas de acordo com a A lei nº 9605 de 12 de fevereiro de 1998. Além disso que nesses casos de urgência e emergência, um apicultor deve ser chamado.

“Em nenhuma ocasião deve-se manipular ou mexer nestes insetos durante o dia, pois ficam bem agressivos e se perderá o controle sobre eles. Orientamos que ninguém se aproxime ou faça barulho e se possível seja isolada a área até a que o serviço possa ser executado pelo apicultor”, ressalta Pereira.

Professora da Unesc explica o fenômeno

A professora doutora da Unesc, Birgit Harter Marques, é estudiosa sobre abelhas e esclarece que a grande presença do inseto precisa ser encarada com cuidado.  Já que eles possivelmente passam por período de stress e se tornam ainda mais agressivos.

Além disso, ela destaca que nessa época o ‘enxameamento’ ocorre porque se está em um período de grande disponibilidade de flores, que são o alimento para as abelhas.

“Os prédios que temos nas cidades fazem com que as abelhas não consigam voar de forma horizontal na procura de um lugar permanente adequado para se instalar. Sendo assim, elas estão se dividindo, pois são muito numerosas, muito calor, muitos recursos e acabam procurando lugares arejados, escuros e seguros que pode ser dentro de um quarto ou em uma sacada como nos vídeos e fotos”, explica.

De acordo com Birgit, este é um processo natural, que pode durar alguns dias, caso elas considerem o local temporário, ou um período melhor, no caso de a colmeia avaliar o local como ideal.

“Em alguns casos a instalação demora alguns dias e depois procuram um lugar mais adequado. Mas quando acham um lugar adequado elas podem se instalar no local mesmo. Aconselho que onde acontecer isso, sempre entrar em contato com apicultor para que ele retire o enxame em uma caixa e transfira para a natureza, onde deveriam estar e não dentro das cidades”, alerta a doutora.

 

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