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A incrível história da menina que sobreviveu após ficar uma hora submersa

Michelle Funk praticamente 'ressuscitou' após ter ficado mais de uma hora submersa em um lago gelado em 1986

Esta história parece inventada, mas aconteceu sim, e é incrível. A curiosa história aconteceu em 10 de junho de 1986, na cidade de Salt Lake City, nos Estados Unidos. Michelle Funk, na época com dois anos de idade, sofreu um acidente onde escorregou na neve e caiu em um riacho, por lá permaneceu submersa por mais de uma hora até que fosse encontrada. Seu irmão, que viu a queda, informou à sua mãe, que por sua vez correu para procurar pela menina durante um período de dez minutos. Não obtendo sucesso, ligou para o Corpo de Bombeiros local. A partir de então, começava uma história incrível e bizarra ao mesmo tempo.

Esta história impressiona quem se depara com os fatos, nem mesmo os médicos souberam explicar a razão, mas após procedimentos, a menina voltou à vida. Ela estava fria e azul quando os bombeiros a resgataram e não havia sinais de vida. No entanto aconteceu algo que mudou o destino da jovem.

Imagem meramente ilustrativa de riacho / Pixabay

De acordo com o jornal The New York Times, a equipe de resgate iniciou uma busca 8 minutos após chegarem ao local. A primeira ação dos bombeiros foi de conter a vazão de um reservatório que fluía para o córrego, na esperança de encontrar Michelle assim que o nível da água diminuísse. Pouco tempo depois, notaram seu braço em meio a água. Em um momento desesperador perceberam que ela estava presa em uma pedra.

Ainda segundo o jornal, após 66 minutos desde que foram acionados, os bombeiros conseguiram tirá-la da água, já sem batimentos cardíacos ou sinais de vida. Sua pele estava com tons azulados, não respirava, a menina já não tinha pulso. Além disso, suas pupilas estavam muito dilatadas, havia grande chance de que ela tivesse sofrido um grave dano cerebral, mas, mesmo assim, eles tentaram de tudo para reanimá-la e, em seguida, a levaram a um hospital com a ajuda de um helicóptero.

Crédito: Arquivos do New York Times

Já no hospital, ela foi atendida na pediatria pelo Dr. Robert G. Bolte, que utilizou uma técnica de reaquecimento corporal, onde o sangue é constantemente bombeado e aquecido por uma máquina utilizada em cirurgias. Cerca de três horas depois que a criança caiu no riacho, ela ainda parecia sem vida. A temperatura de Michelle estava extremamente baixa, e “muitos a teriam declarado morta naquele ponto”. Na sala de cirurgia, os médicos inseriram tubos nas veias da virilha de Michelle e os conectaram à máquina. Assim, sua temperatura lentamente começou a subir.

Após o seu sangue atingir a temperatura de 25°C, ela começou a tossir e, após uma hora, abriu os olhos, logo depois um fraco batimento cardíaco foi detectado pelos médicos. Cerca de 53 minutos após o início do processo, a criança foi retirada da máquina e levada à UTI, onde foi aos poucos se recuperando. Duas semanas após dar entrada no hospital, ela conseguir esboçar um sorriso para os seus pais e continuou avançando. Após três semanas, ela já se aventurava em tentar dizer algumas palavras. Nas quatro semanas seguintes ela conseguiu formular pequenas frases e sentar-se por no máximo 10 segundos.

Máquina de Bypass / Getty Images

Recuperação

Por mais incrível que pareça, Michelle começou a se recuperar rapidamente. Como sequela, no começo, ela havia perdido a capacidade de enxergar, mas logo recuperou a função totalmente.

Pouco mais de dois meses após o acidente, a menina deixa o hospital totalmente recuperada, estando apenas com um leve tremor nas mãos, que logo desapareceu. Segundo os médicos, a única explicação para o caso é que a ela deve ter ficado profundamente hipotérmica, em um processo que se deu de maneira muito rápida, o que teria evitado danos cerebrais. Praticamente um congelamento instantâneo.

O jornal de medicina, Journal of the American Medical Association, publicou na época uma matéria dizendo que o caso parecia ser um “milagre”. Em um editorial, foi publicado que “Os 66 minutos que Michelle passou no riacho, foi a mais longa submersão documentada com um resultado neurológico intacto”. No texto dizia também que a inciativa do médico que atendeu Michelle foi o primeiro uso bem-sucedido da máquina que devolveu a vida à menina. Normalmente, os cirurgiões usam a técnica aplicada pelo Dr. Bolte para restaurar a temperatura normal do corpo de pacientes após resfriá-los intencionalmente antes de operações, a fim de reduzir os danos cerebrais.

Michelle Funk / Divulgação

Este ano, Michelle completará 40 anos, ela é assistente odontológica em tempo integral no consultório odontológico de seu pai em Salt Lake City, Utah nos Estados Unidos. Tremores ocasionais nas mãos são efeitos físicos mínimos do acidente, considerando a gravidade potencial da submersão prolongada. Ela usa óculos para compensar os danos aos olhos causados pela anoxia. Quando criança, a terapia ajudou a fortalecer as habilidades físicas e cognitivas. Seu senso de equilíbrio está fora, embora ela caminhe e jogue golfe regularmente.

O uso da técnica, no caso de Michelle, mostra como a medicina está sempre em desenvolvimento e em busca de evoluções técnicas. Nesta época do ano, muitas crianças pequenas se afogam em piscinas em seus quintais, lagoas e praias. O que requer muita atenção e cuidado de todos. O caso de Michelle Funk não é garantia de que outros também possam ter uma recuperação milagrosa. Por isso, os cuidados precisam ser redobrados, e medidas de prevenção pode salvar vidas.

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