Nos vestimos para mostrar ao mundo como queremos que ele nos veja. E isto precisa estar bem claro para que nossas escolhas valorizem o que pretendemos demonstrar.
Um político deve compreender que sua imagem é responsável por conectá-lo (ou não) ao seu público. Mais do que uma simples roupa é o simbolismo que a envolve.
Abrir os olhos para perceber que estamos comunicando a todo instante nos oferece mais instrumentos de conexão.
Não é vestir um terno, costume, terninho ou tailleur que irá simbolizar, isoladamente, credibilidade. Para transmitir mensagens de confiança a imagem precisa estar afinada à personalidade daquele que veste a roupa. Colocar um terno tradicional naquele que não tem este perfil irá desconectá-lo dos outros e de si mesmo, irá criar um ruído. E ruídos atrapalham a forma como o público irá percebê-lo.
Uma imagem não pode ser fabricada sob pena de ruir a qualquer momento.
É fundamental ver na roupa um fator de coerência com o discurso, com os hábitos, com a personalidade. Coerência, esta sim, reforça a credibilidade.
Tratar as escolhas diárias de vestimenta como um forte canal de comunicação permite utilizar a imagem como uma ferramenta de poder, podendo direcionar o olhar do espectador para aquilo que deve ser percebido.
Quer que a mensagem seja compreendida e, mais do que isto, absorvida? Alinhe o discurso à imagem pessoal. O elemento visual é impactante, ele fala antes mesmo do discurso. Por este motivo é essencial que haja afinidade com a personalidade.
Estar bem-vestido é estar adequado ao momento, local, ocasião e público. Não tem nada a ver com vestir de terno e gravata diariamente alguém que não tenha este perfil. O bem vestir-se é, acima de tudo, encontrar coerência entre a personalidade e o contexto em que está inserido o político.
É imprescindível perceber que a roupa conecta e, portanto, deve ser utilizada como estratégia de comunicação.
Aline Savi é advogada, consultora de imagem, especialista em etiqueta e pós graduanda em marketing político e comunicação eleitoral. Nesta coluna semanal fala sobre imagem e comunicação política.