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Mercado Tech: mulheres conquistam cada vez mais espaço e protagonismo

Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número passou de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2020, reforçando as oportunidades que elas podem encontrar no setor de tecnologia

Desde 1843, quando Augusta Ada King criou o primeiro programa de computador, as mulheres vêm revolucionando e ganhando cada vez mais espaço dentro do mercado Tech e na Ciência. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o número passou de 27,9 mil mulheres para 44,5 mil em 2020, reforçando as milhares de oportunidades que elas podem encontrar no setor de TI.

“As mulheres que empreendem hoje, muitas vezes fazem isso mais por necessidade do que por oportunidade. E a gente quer mostrar que o setor de tecnologia tem um potencial de oportunidades muito grande, por isso é importante que tenhamos mulheres capacitadas e com vontade de empreender nessa área. Nós da ACATE, trabalhamos para incentivar essa participação”, diz a diretora do GT Mulheres ACATE, Betina Zanetti Ramos.

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Empresária do setor de tecnologia, Betina é uma das incentivadoras desse movimento dentro da Associação Catarinense de Tecnologia, ACATE, que criou em 2018 o grupo temático que hoje conta com 80 mulheres ativas atuando em cinco comitês diferentes. “Nosso objetivo é criar oportunidades à novas empreendedoras e promover o protagonismo de quem já empreende no setor. Fazemos isso por meio de treinamento, desenvolvimento, pesquisas e capacitação. Criando sobretudo conexões”, ressalta.

Empresária do setor de TI, Betina é uma das incentivadoras desse movimento dentro da ACATE – Foto: Divulgação

 

 

Mercado Tech ainda é desigual

A consultoria Mercer realizou um levantamento, divulgado pela Forbes, confirmando o que muitos já percebem no mercado. A área de tecnologia é uma das mais desiguais entre mulheres e homens com relação aos rendimentos. Foram mais de 30 mil empresas analisadas no mundo inteiro; no Brasil, foram 759.

A pesquisa revelou que, no nível de executivos de empresas de alta tecnologia, a disparidade salarial é de 36%. As diferenças se estendem para outros níveis: gerência (7%) e operacionais (9%). “O tema diversidade ainda é polêmico e um pouco distante, mas a gente tem aí muitas pesquisas mundo afora que mostram a importância de termos diversidade no mundo corporativo e nas instituições”, destaca a diretora do GT Mulheres ACATE, Betina Zanetti Ramos. Pensando nisso a associação, por meio do GT Mulheres ACATE, promove em junho o primeiro evento sobre diversidade do ecossistema de inovação em Santa Catarina.

Nos últimos 5 anos, a participação das mulheres no mercado de TI cresceu 60% – Foto: Divulgação

Esperança de mudanças

Uma pesquisa realizada pela consultoria global de tecnologia Thoughtworks, entre novembro de 2018 e março de 2019, levantou dados sobre o perfil dos profissionais de tecnologia do país. O estudo identificou que dentre os profissionais de TI, as mulheres atuam em 31,7% dos cargos.

Nos últimos cinco anos, a participação das mulheres no mercado de tecnologia cresceu 60%, de acordo com os últimos dados apresentados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).  Somente em 2021, o Banco Nacional de Empregos identificou mais de 12,7 mil candidaturas de mulheres para vagas de tecnologia, contra pouco mais de 10 mil no ano anterior.

Mesmo com o crescimento das mulheres no mercado tech, ainda existem muitas barreiras a serem superadas.  “Na área de pesquisa científica temos um equilíbrio, 45% do número de docentes são mulheres. Somos também maioria quando se fala de bolsas na área da Ciência, 60% delas são para pesquisadoras. Mas já quando se fala da área de exatas, ainda se esbarra na barreira cultural”, explica Gabriela Mager, Gerente de Tecnologia e Inovação da Fapesc, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina.

Programas da Fapesc incentivam o empreendedorismo no setor – foto: Ricardo Wolffenbüttel/Secom SC

A mudança começa na escola

Segundo o estudo realizado pela CGEE (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos), no campo acadêmico as mulheres já representam 60% desse universo, e com isso especialistas esperam que em breve tenha uma crescente ocupação em cargos na área da TI.

A Associação Catarinense de Tecnologia, ACATE, tem iniciativas como a feira de oportunidades e o Prototipando a Quebrada, que visam conectar as oportunidades de vagas no setor de tecnologia com as jovens interessadas, promovendo também a capacitação. “Para transformar esse cenário é preciso plantar uma semente já no ensino fundamental de que o setor de TI é sim um ambiente feminino”, declara a diretora do GT Mulheres ACATE, Betina Zanetti Ramos.

Para Gabriela Mager, Gerente de Tecnologia e Inovação da Fapesc, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina, essa igualdade de oportunidades precisa ser divulgada e incentivada. “Existe essa percepção de que o trabalho nas áreas de Ciência e Tecnologia não tem oportunidades para mulheres. Isso deve mudar, principalmente dentro das instituições de ensino”.

Para transformar esse cenário é preciso plantar uma semente – Foto: Divulgação

 

Amanhã você confere a segunda matéria da Série: Mulheres e o mercado Tech. Os programas e as iniciativas que visam ampliar a participação de mulheres no mercado tecnológico e reforçar o papel de lideranças femininas como fundadoras e gestoras de startups. 

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