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Varíola do Macaco: saiba quais são os sintomas

Vírus atinge países onde a doença não é considerada endêmica

Com o avanço dos casos da varíola causada pelo vírus Monkeypox, conhecida popularmente como Varíola do Macaco, em mais de 30 países onde a doença não é endêmica, faz-se necessário ficar atento aos sintomas para procurar ajuda médica em caso de suspeita. Embora branda, a varíola causada pelo Monkeypox é uma doença transmissível que requer cuidados, indica a diretora do Laboratório de Virologia do Instituto Butantan, Viviane Botosso.

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Apesar do nome, essa varíola não tem o mesmo impacto da mortal varíola humana (Smallpox), que acometeu e matou milhões de pessoas ao redor do mundo e foi erradicada do planeta em 1980. Os vírus causadores das duas doenças são, na realidade, considerados “primos”, já que são da mesma família, Poxviridae, e gênero Orthopoxvirus. Apesar disso, a varíola causada pelo monkeypox tende a ser uma doença menos grave em humanos.

Sintomas e como identificá-los

Entre os sintomas clássicos da varíola comum e da varíola causada pelo Monkeypox estão a primeira fase de sintomas que se asssemelham à uma gripe, como febre, dor de cabeça e dor no corpo, calafrios, exaustão, que podem durar em média três dias. Na fase seguinte é que aparecem as lesões na pele que evoluem em cinco estágios, conhecidos como mácula, pápulas, vesículas, pústulas e finalmente crostas, estágio final quando caem. É o contato com elas que causa a transmissão do vírus para outras pessoas.

“A partir do quarto ou quinto dia começam o aparecimento do que a gente chama de rash, que terá uma evolução, com aparecimento de lesões na pele, que contém grande quantidade de vírus, que se distribuem para o restante do corpo até a formação das pústulas, quando finalmente secam e formam as crostas”, conta Viviane.

Se este quadro for acompanhado por dor de cabeça, início de febre acima de 38,5°C, linfonodos inchados, dores musculares e no corpo, dor nas costas e fraqueza profunda, é necessário fazer exame de PCR para confirmar ou descartar a doença, de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).

“O Monkeypox causa uma doença mais branda que a varíola (Smallpox), mas em alguns pacientes de risco, como imunossuprimidos e crianças, ela pode se desenvolver de forma mais grave. Isso acontece porque eles têm um sistema imunitário não tão eficaz, o que pode levar a uma tendência a ter infecções secundárias e complicações como encefalites, que podem levar ao óbito”, explica Viviane.

O Monkeypox dificilmente causa a morte, sobretudo a cepa endêmica na África Ocidental, que tem uma taxa de letalidade de 1% a 3%, a única identificada nos mais de 600 casos em 33 países membros da OMS até 26/5. A outra cepa de monkeypox também endêmica em alguns países africanos, originária do Congo, é considerada mais perigosa com taxa de letalidade de até 10%, de acordo com a OMS.

O que fazer se tiver suspeita

A OMS descreve quadros diferentes de sintomas para casos suspeitos, prováveis e confirmados. Passa a ser considerado um caso suspeito qualquer pessoa, de qualquer idade, que apresente erupções na pele de forma aguda e inexplicável e esteja em um país onde a varíola causada pelo monkeypox não é endêmica. Se este quadro for acompanhado de um ou mais dos demais sintomas (febre, fadiga, linfoadenopatia (inchaço dos linfonodos), dores musculares), é necessário fazer exame de reação em cadeia da polimerase (PCR) para confirmar ou descartar a doença.

Casos considerados “prováveis” incluem sintomas semelhantes aos dos casos suspeitos e que apresentaram contato próximo com indivíduos com a varíola por Monkeypox (casos suspeitos ou confirmados), incluindo: contato físico direto com  a pele ou com lesões na pele, exposição direta a secreções respiratórias, contato sexual ou com materiais contaminados (como roupas, toalhas etc.)  21 dias antes do início dos sintomas.

Soma-se a esse quadro histórico de viagens para um país endêmico, ou ter tido contato sexual com múltiplos parceiros 21 dias antes do início dos sintomas, ou ter resultado positivo para um teste sorológico de orthopoxvirus na ausência de vacinação contra varíola ou outra exposição conhecida a orthopoxvirus, explica a OMS.

Casos confirmados ocorrem quando há confirmação laboratorial para o vírus da varíola por Monkeypox por PCR em tempo real e/ou sequenciamento.

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