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A pequena Luize e a luta contra o retinoblastoma

A içarense tinha apenas seis meses quando foi diagnosticada com o mesmo câncer raro que acomete a filha do ex-apresentador da Globo, Tiago Leifert

Foi em uma visita de rotina na Unidade de Saúde do bairro Primeiro de Maio, em Içara, que a analista de gestão de riscos, Alice Fernandes Marques, 38 anos, foi alertada pela vacinadora Fabiana Frello, de que a filha, Luize Marques Pavei, na época um bebê de seis meses, poderia ter algum problema nos olhos. Era março de 2020, e Alice tinha levado a menina para aplicar vacina.  “Na época ela comentou que parecia que um olho não seguia como o outro”, recorda Alice.

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No mesmo momento a mãe despertou para outra situação. “Nos primeiros meses de vida, a gente até percebia um reflexo diferente no olho dela, mas achamos que não fosse nada preocupante, até porque, nem sempre aparecia, dependia da iluminação”, conta.

Foi a partir de então, que acendeu o alerta. Alice e o marido, o engenheiro, Gean Zanette Pavei, 40 anos, foram em busca de acompanhamento médico para entender o que estava acontecendo com a pequena.

Foram meses de tratamento no hospital Graacc em São Paulo – Foto: Arquivo da família

Na semana seguinte, conseguiram consulta com um oftalmologista, que pediu a opinião para um outro especialista e conseguiu diagnosticar o problema: retinoblastoma. Trata-se de um câncer que atinge em sua maioria crianças com até cinco anos e pode levar, em casos mais graves, a perda dos olhos e da visão. O mesmo tipo de tumor raro, detectado no olho de Lua, filha de Tiago Leifert e Daiana Garbin, anunciado no último fim de semana .

“Nunca imaginamos que isso poderia acontecer, pois a Luize sempre foi saudável, nunca teve febre, uma criança ativa e com todos os reflexos normais. A ficha demorou para cair e confesso que foi muito difícil para a gente”, conta a mãe emocionada.

O casal e a filha foram encaminhados pelos médicos para São Paulo (SP), onde iniciaram tratamento no Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer (Graacc), hospital especializado em tumores infantis.

Da primeira consulta até a quimioterapia

Era período forte de pandemia com  idas e vindas à São Paulo fazendo diversos exames até descobrir que o retinoblastoma era bilateral, ou seja, nos dois olhos. Pela classificação, o olho direito já estava em estágio crítico até que foi marcada a primeira quimioterapia em 21 de maio de 2020, um mês após a descoberta da doença. “A equipe médica nos acalmou e disse que daria tudo certo. Fomos bem acolhidos. O foco inicial era salvar a vida dela no combate ao tumor  já que a doença estava em estágio bem avançado”, revela a mãe.

Médica Priscila Otomo com Luize em uma das sessões de quimioterapia – Foto: Arquivo da Família

No total foram três sessões de quimioterapia intra-arterial, com intervalo de 20 dias cada, o que resultou num bom desempenho no olho esquerdo, sendo necessário, mais seis ciclos de quimioterapia sistêmica que encerrou em dezembro de 2020. O resultado não surtiu o efeito esperado foi então, que optaram em fazer mais uma quimioterapia, a intravítrea concluída em maio do ano passado. O procedimento correspondeu com as expectativas e Luize recebeu alta das quimios.

Hoje com dois anos de idade e desde que passou pela última quimioterapia, está com a doença sob controle. Em casa, Luize pula, brinca, se diverte. “É a mais feliz da família”, diz Gean. Mas o tratamento permanece, principalmente nesse primeiro um ano sem a quimioterapia. “Estamos em período de “férias” desde o final do ano passado. Nosso retorno para São Paulo acontece em março deste ano. Sabemos que ela não enxerga bem do olho direito, mas ainda não conseguimos definir o nível certo”, informam os pais.

“Agora vamos fazer outros exames com mais calma”, fala Alice feliz da vida o ver a filha saudável. “A Luize suportou todo o tratamento. Em alguns momentos ela ficava mais quietinha sendo que no decorrer de todos os procedimentos se portou muito bem. Estava sempre alegre e não teve efeitos colaterais”, diz aliviada.

Durante o tratamento, Alice ficou tão inteirada sobre a doença que abriu sua rede social para compartilhar informações com outros pais que poderiam estar passando pela mesma situação. Participou de lives, gravou vídeos e agora deixa um recado especial aqui no Portal Litoral Sul para quem está passando pelo mesmo problema. Acompanhe no vídeo abaixo:

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