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“Saímos dessa mais fortalecidos”, diz secretário de Saúde de Criciúma sobre pandemia

Os desafios enfrentados pelas prrincipais cidades do Sul no combate à pandemia

Já são 730 dias de luta e desafios gerados pela Pandemia do coronavírus. Neste mês de março, completa dois anos que a Covid-19 passou a fazer parte da vida do catarinense. No dia 12 de março de 2020, para ser mais exato, o primeiro paciente foi diagnosticado com a doença em Santa Catarina.

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Desde então muitos foram os desafios das equipes de profissionais de saúde. Hospitais com Unidade de Terapia Intensiva (UTI) lotadas, filas de espera e a luta pela vida de milhares de pacientes.  Na linha de frente, médicos, enfermeiros aprendiam a lidar com um vírus até então desconhecido.

A combater um doença que ainda não tem um tratamento específico. Uma guerra, em alguns momentos desigual, em que o vírus muitas vezes venceu a medicina e a ciências. Um triste “cenário” de erros e acertos que  tem custado muitas vidas. Até agora o Estado registrou 21.587 mortes.

A esperança de que esse vírus poderia finalmente ser derrotado chegou com a vacina, em 2021.  A Saúde Pública tem sido fundamental durante a Pandemia. O Portal Litoral Sul ouviu gestores e profissionais da Saúde nas principais cidades do Sul: Criciúma, Tubarão e Araranguá, para saber como cada um deles enfrentou esse desafio.

“Saímos dessa mais fortalecidos”, diz secretário de Saúde de Criciúma

Durante toda a pandemia, Criciúma foi um dos municípios que apoiou os hospitais da região, principalmente disponibilizando leitos de UTIs. Muitos desafios foram enfrentados pelas equipes de saúde, principalmente no início , onde tudo era incerto. “Saímos dessa mais fortalecidos”, diz secretário de Saúde de Criciúma.

A falta de respiradores foi uma das questões que mais preocupou os profissionais, que tinham que lidar com a preocupação e a angústia de familiares de pacientes contaminados com o vírus, implorando por ajuda, que viam os entes queridos lutando para sobreviver. “Em uma determinada noite, com 85 pacientes precisando de um respirador, as pessoas me ligavam pedindo ajuda e não tinha respirador em lugar nenhum, nem particular. Sofri bastante pois me coloco no lugar do outro. Mas saímos dessa mais fortalecidos”, ressalta o secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande.

O número de pessoas infectadas e internadas em Criciúma, assim como em todo o Brasil, começou a diminuit com a chegada da vacina. Mas mesmo com todo o preparo e investimentos , muitas pessoas ainda resistem em se imunizar. Em Criciúma, mais de 64 mil adultos ainda não tomaram a dose de reforço. Segundo o Secretário de Saúde, as fake News também são “vírus” que acabam contaminando.

“A vacina foi e está sendo muito importante no enfrentamento. Se não fosse ela, muitos teriam morrido, como acontecia no início da pandemia. Muitas pessoas deveriam aprender e refletir sobre o que é a vida. De uma hora para outra não tem rico, não tem pobre, não salvou rico, não salvou pobre”, comenta Casagrande.

Acompanhe abaixo a entrevista completa com o secretário de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande, sobre o enfrentamento da pandemia de Covid-19 em Criciúma:

Gratidão aos profissionais da saúde em Tubarão

Gratidão. Essa é a palavra utilizada pelo gerente da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Tubarão, Carlos Alexandre das Neves, o Xandão, para falar sobre o trabalho dos profissionais da saúde nesses dois anos de pandemia.

“Ações desenvolvidas no município tiveram a parceria de todas as instituições, agradecemos a gestão do prefeito que deu todo o suporte para orientar a população, bem como todos os funcionários da Saúde, médicos e enfermeiros que desde o começo se dedicaram nas ações desenvolvidas. Fica a nossa gratidão aos profissionais da saúde e o apelo para que as pessoas continuem se cuidando”, comenta Xandão, que responde pela FMS, já que o presidente, Daisson Trevisol está na missão tubaronense em Israel.

De acordo com o último boletim da Prefeitura de Tubarão, divulgado na segunda-feira, dia 14, o número de casos de Covid-19 desde o início da pandemia foi de 35.302, destes, 513 pacientes morreram.

“Foi desafiador trabalhar com um agravo que era desconhecido para a medicina, os protocolos de combate a pandemia foram criados conforme toda a evolução dos casos, os serviços de saúde não tinham suporte pra tanta demanda, leitos de UTI e enfermarias lotados, então foi um desafio”, lembra o gerente.

Por isso, além das ações preventivas de distanciamento, uso de máscara e álcool em gel, a vacinação foi um marco importante no combate à Covid-19. Em Tubarão, com o grande avanço da imunização de adultos e adolescentes, principalmente, é possível observar uma queda no número de casos e, principalmente, hospitalizações.

“Além de todas as medidas sanitárias, a introdução da vacinação foi fundamental para a queda no número dos casos”, afirma. “Números tem mostrado uma redução gradativa. Isso nos deu a capacidade de publicar, seguindo o Estado, um decreto desobrigando o uso de máscara”, completa o gerente.

Apesar disso, a vigilância e os cuidados de prevenção ao coronavírus devem continuar. “Avançamos e chegamos nos dias de hoje descendo ladeira abaixo. Isso não nos dá garantia que estamos livre da contaminação da disseminação do vírus, mas estamos avançando”, destaca. “ Vamos seguir com nossas ações, temos várias ainda a ser desenvolvidas. Sábado já conseguimos devolver o sorriso de um para o outro sem máscara e vamos trabalhar para avançar ainda mais para ‘varrer’ essa pandemia”, finaliza Alexandre.

‘Sofremos bastante no início’, ressalta enfermeira de Araranguá

Muitos foram os desafios nesses dois anos de pandemia. Atuando como enfermeira e coordenadora de imunização da Secretaria de Saúde de Araranguá, Vera Lúcia Leal de Oliveira, lembra do início em 2020.

“Como enfermeira, foi muito sofrimento, muita dor, sofremos bastante no início, quando todo mundo estaca em casa, estávamos trabalhando e lutando por vidas. Além da dor e da tristeza, crescemos muito profissionalmente e espiritualmente. São vidas, trabalhamos com o ser humano e as pessoas que trabalham na área da saúde fazem por amor. Eu vou levar comigo, hoje, gratidão por ter conseguido passar por esse período, essa pandemia”, destaca.

Para ela, a grande mudança na luta contra o coronavírus foi a vacina. Com um início tímido, a vacinação em adultos e adolescentes pode ser considerada um sucesso. “Liberada as vacinas tinha a esperança da solução, a população ficou um pouco receosa por ser uma vacina nova, feita muito rápido, mas a cada momento era gratificante. Quando começou a vacinação dos idosos, passou aos imunossuprimidos, os adultos e dos adolescentes recebendo a vacina”, lembra ela.

Até o momento 98% de adultos e adolescentes de Araranguá, já receberam a primeira dose da vacina contra a Covid-19. Fizeram a segunda dose, cerca de 88% de adultos e adolescentes. Quanto a terceira dose, a dose de reforço, o levantamento ainda está sendo realizado. “Uma doença nova, sem medicamento, quando saiu as vacinas marcou. A população correu atrás e foi através da vacina que diminui os casos”, ressalta Vera.

Porém, agora, o grande desafio é a vacinação de crianças de 5 a 11 anos de idade. Já que o percentual de imunização ainda se encontra em 16% do número de crianças que devem se vacinar. Isso com a primeira dose.

“Anseio por essa vacina era muito grande, só que como aconteceu alguns casos de reações adversa mais graves, mais acentuados, a população ficou com medo, estamos tendo dificuldade de vacinar as crianças”, comenta ela, destacando que a vacinação em crianças é segura.

Quanto a não obrigatoriedade da utilização da máscara, que continua sendo recomendada como forma de prevenção à Covid, ele é enfática. “Acho que foi muito cedo, tinha que esperar mais um pouco. A máscara protege não só o Covid, mas se for olhar os índices de gripe influenza, H1N1, desses dois anos de pandemia, baixou muito. Acredito que se ficasse até julho a máscara ia ser melhor”, finaliza.

Autores: Lucas Colombo e Caroline Sartori

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