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‘Uma pessoa de riso fácil’, lembram amigas de infância de Susana Naspolini

Amigos, familiares e entidades prestam as últimas homenagens a jornalista criciumense, Susana Naspolini, que morreu na noite desta terça-feira, dia 25, e deixa um grande legado

Após a notícia da morte da jornalista criciumense, Susana Naspolini, devido a um câncer, diversos amigos, colegas, familiares e entidades se manifestaram em homenagem à ela. Amigas desde crianças, a empresária e ex-presidente da CDL Criciúma, Andrea Gazola Salvalaggio destaca que o grande legado da jornalista é a luta. Ela conseguiu realizar uma visita à amiga ainda no hospital na última quinta-feira.

“Uma guerreira. Pessoa que lutou até o último dia. Ela não tinha no dicionário dela, na vida dela a palavra desistir. Não era uma possibilidade. Até o último dia foi lutando, lutando muito. Conversamos na quinta-feira, ela não via a possibilidade de se entregar. Acho que foi uma guerreira. Sempre quis proteger muito a Júlia. Ela lutou tanto, porque ela perdeu o Maurício a Júlia tinha oito anos. Foi muito difícil. Várias vezes ela pensou em voltar para Criciúma, mas pensava na Júlia, pensava no Trabalho e no futuro. Acho que o legado dela é a persistência, é ser guerreira”, destaca emocionada, Andrea.  Susana foi casada com o narrador, Maurício Torres, que faleceu em 2014.

Na visita da última quinta, apesar das dores, Andrea lembra que Susana não perdia o bom humor. Ela decidiu ir à São Paulo, pois sabia que a condição de saúde da amiga era grave. “Consegui aliviar meu coração para gente conversar um pouco, para gente rir. Não foi uma despedida, a gente riu e conversou sobre os filhos, coisas que sempre fazíamos”, lembra. “Uma hora fui levantar ela da cama, para arrumar e ela brincou: ‘Tu veio até aqui para quebrar minha coluna’. A gente ria. Ela tratava as coisas com bom humor, mesmo com muita dificuldade, com muita dor”, completa.

O momento, também, foi de relembrar as histórias da infância delas em Criciúma. Como as famílias conviviam muito tempo juntas, Andrea e Susana eram praticamente parentes. “Ela sempre inventava as coisas, sempre muito ativa, muito comunicativa, muito para frente e como amigas acábavamos indo junto, às vezes, até passando uma vergonha porque não tinhamos a mesma desenvoltura”, recorda Andrea.

Andrea, Andressa, Danielle e Susana formavam grupo de amigas na infância – Foto: Aquivos Pessoas/Reprodução/Redes Sociais

Um sorriso fácil

Com um sorriso fácil e uma grande simpatia, Susana deixa um grande legado para os amigos e para o jornalismo brasileiro.

“Esse estilo de jornalismo comunitário que é o grande legado dela. Ela deixa um estilo inusitado que provavelmente vai ser copiado por outros jornalistas jovens. Um jornalismo com muita responsabilidade e que fez um grande impacto na comunidade do Rio de Janeiro e cidades vizinhas”, destaca a amiga de infância de Susana, a jornalista Andressa Fabris que é amiga de infância de Susana e Andrea.

Isso porquê foi no quadro ‘RJ Móvel’ do programa “RJ1”, da TV Globo no Rio, que Susana se destacou com uma foram irreverente de mostrar os problemas das comunidades cariocas. Seja um buraco na rua, uma rua sem pavimentação, entre outros. Uma das marcas de Susana, além do jornalismo, foi a força. Força de quem enfretou por cinco vezes uma batalha contra o câncer. A primeira delas ainda jovem, aos 18 anos.

Foi buscando levar essa força de vontade que a jornalista lançou nos últimos anos dois livros. O primeiro “Eu escolho ser feliz!” e mais recentemente “Terapia com Deus”. Obras com o objetivo de mostrar a luta dela contra a doença e mais que isso, inspirar outras pessoas que passavam pela mesma situação.

“Estávamos em uma turma de amigas do tempo de universidade em um grupo de whats. Todas lembrando coisas muito legais dela. Inclusive uma delas disse que agora está passando por um tratamento de câncer de mama e que se inspirou e lembrou muito dela”, destaca Andressa.

Para Andrea, o livro foi muito importante, inclusive, para Susana. “Acho que o livro foi muito importante na vida dela. Porque conseguiu ajudar muita gente. Ela mostrou para as pessoas que podem lutar e escutamos vários relatos de pessoas que leram e viam a força dela, a vontade dela de viver, de seguir em frente. Esse é o legado dela, também, de ter inspirado muitas pessoas para lutarem”, diz.

Ela e Susana se conheceram na infância, já que os pais frequentavam o mesmo movimento de Igreja em Criciúma. Estudaram juntas nos dois últimos anos do Ensino Médio e Magistério. Além disso, passaram no vestibular de jornalismo da UFSC, também, juntas. “Eu que dei a notícia que ela tinha passado. Comemoramos juntas. Depois na faculdade cada uma seguiu o seu caminho, ela já determinada e focada. Já sabia o que queria. E eu ainda tentando me encontrar”, lembra Andressa.

Para ela, além do legado profissional, fica a saudade de uma grande amiga. “Uma pessoa de riso fácil, se divertia muito. Ríamos muito juntas. Ela sempre queira saber as fofocas da cidade. Aí acabávamos lembrando das coisas que fazíamos na adolescência e ríamos muito. Então o que posso dizer é que vou sentir muita saudade. Ela deixou um pedaço dela em Criciúma, com as amizades de juventude, um pedaço dela em Florianópolis, com as amizades de universidade e um legado gigante no Rio de Janeiro, onde ela fez história e vai ficar marcada no coração de todos”, finaliza Andressa.

Ainda não há informações sobre onde ocorrerá o velório e o sepultamento de Susana.

 

Biografia

Susana Dal Farra Naspolini Torres nasceu no dia 20 de dezembro de 1972, em Criciúma. Ela é Filha da professora e ex-vice-prefeita de Criciúma, Maria Dal Farra Naspolini e de Fúlvio Naspolini (in memorian). Suzana entrou no Grupo Globo em 2002 como repórter temporária na GloboNews.

Na emissora, ela passou pelo Canal Futura, produção da Editoria Rio, da TV Globo e pela equipe de reportagem dos telejornais ‘Bom Dia Rio’ e ‘RJTV. Foi em 2008 que ela se encontrou e passou a ficar conhecida pelo quadro ‘RJ Móvel’, parte do ‘RJ1’. Em Santa Catarina, ela foi repórter do SBT e da antiga RBS. Susana foi casada com o comentarista, Maurício Torres (in memorian), com teve a filha Júlia que hoje tem 16 anos. Veja a homenagem da TV Globo à jornalista exibida no Jornal Nacional:

 

Confira algumas notas de pesar emitidas por entidades e homenagens de amigos nas redes sociais:

Fernanda Gentil:

Zé Dassilva:

Fátima Bernardes:

Criciúma Esporte Clube:

Prefeitura de Criciúma:

Nota de Pesar ⬛️⬛️

O Governo do Município de Criciúma vem a público registrar pêsames pela passagem da jornalista criciumense Susana Naspolini, de 49 anos.

Susana, profissional talentosa e que construiu sua carreira focada em jornalismo de televisão, ascendeu de Santa Catarina para todo o Brasil e fez história com a linguagem popular característica de suas reportagens. Atualmente era repórter da TV Globo no Rio de Janeiro.

Há anos Susana lutava contra um câncer, e, mesmo diante das dificuldades, sempre se manteve alegre, mãe dedicada e com postura feliz e propositiva.

Um exemplo para todos nós!

Nossos mais profundos sentimentos à família Naspolini, em especial a senhora Maria Dal Farra, mãe, e a filha, Júlia.

Que Deus os conforte nesse difícil momento de dor.

Prefeitura Municipal de Criciúma 🟩🟥

 

Unesc:

A Unesc lamenta a morte da jornalista criciumense Susana Naspolini, aos 49 anos de idade. Ela deixa a filha Julia Naspolini, de 16 anos.

Susana, filha da ex-vice-prefeita de Criciúma e professora da Unesc, Maria Dal Farra Naspolini e de Fúlvio Naspolini (in memoriam), descobriu o primeiro câncer aos 18 anos, atuava na TV Globo e se tornou conhecida no país todo por meio do quadro “RJ Móvel”, que ia ao ar na emissora do Rio de Janeiro, onde cobrava melhorias para a população.

Susana Naspolini nasceu em 20 de dezembro de 1972. Estudou no Colégio São Bento até concluir o ensino médio, ingressando na faculdade de jornalismo, aos 17 anos, na UFSC.

Após cursar um ano de jornalismo, em 1991, trancou a faculdade para fazer teatro no Rio de Janeiro. Retomou à faculdade, começou a trabalhar como repórter e apresentadora no SBT de Florianópolis, até se formar em 1994.

Formada, trabalhou na RBS de Criciúma, atuando como repórter, editora e apresentadora do Bom Dia Santa Catarina da região; em 1998 atuou como editora chefe, apresentadora do RBS Joinville, e no ano de 2000, implantou o projeto Clic-RBS na internet.

Em seguida, em São José dos Campos, em São Paulo, trabalhou na TV Vanguarda; no Rio de Janeiro como repórter da Globo News; como assessora de imprensa na APPROACH, na TV Futura e em 2005 voltou para a TV Globo Rio, atendendo os bairros e seus moradores promovendo a busca de melhorias para o local onde vivem.

Em 2001 casou com Maurício Torres (in memoriam). No dia 21 de abril de 2006, nasceu Julia, filha e grande amor de sua vida.

Ela foi diagnosticada com câncer nas células do sistema linfático pela primeira vez aos 18 anos. Aos 37, foi identificado um câncer de mama e, em seguida, um na tireoide. Em 2016, foi acometida novamente por um câncer de mama, que se espalhou para os ossos em 2020.

O corpo de Susana Naspolini será velado em Criciúma nesta sexta-feira, dia 28, na capela mortuária do Cemitério Municipal do bairro São Luiz. Ela será homenageada na quinta no Teatro Municipal do Rio de Janeiro (RJ) e em seguida haverá o translado para a cidade natal de Susana. 

TV GLOBO

 

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