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Primeira vacinada, Adelaide celebra um ano de vacinação em Criciúma

O cartão de vacinação virou um tesouro na mão de Adelaide Santiago. A agente comunitária foi a primeira pessoa vacinada contra a Covid-19 em Criciúma. Há exatamente um ano, no dia 19 de Janeiro de 2021, o município iniciava a campanha de vacinação com a tão esperada dose de esperança.

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Adelaide, 62 anos, trabalha como agente comunitária há mais de duas décadas, e sempre esteve muito próxima das pessoas da comunidade. Antes da pandemia fazia as visitas, entrava nas casas, conversava e as vezes até tomava café com as pessoas. Há dois anos, a postura da profissional precisou ser adequada, pra garantir a segurança dela e das pessoas que visitava. “Eu sentia muito medo, algumas vezes até pensei em não sair de casa. Mas era o meu dever, então colocava minha máscara e eu ia”, afirma.

Os atendimentos passaram a ser feitos com distanciamento, a agente sempre no portão e os pacientes dentro das suas casas. “Eu tinha muito medo, mas naquela época, esse era o único jeito de nos proteger”, declara.

Ativa em suas funções e com idade considerada de alto risco, Adelaide ainda possui comorbidades. Fatores importantes para o agravamento em caso de infecção do coronavírus. Ainda assim ela acreditava que seria passageiro. “Eu achava que a pandemia duraria no máximo três meses, quando o tempo foi passando, todos fomos percebendo que a situação era realmente séria. Piorou quando eu comecei a perder pessoas próximas”, declara.

A gente só se da conta e percebe a gravidade quando acontece com alguém que está muito perto da gente.

Adelaide, agente comunitária

Sempre alerta para as notícias divulgadas pela televisão, Adelaide ficou empolgada ao saber que a vacinação começaria no Brasil e mal poderia imaginar que seria escolhida para receber a primeira dose do imunizante na cidade que nasceu e viveu toda a sua vida.

No dia 19 de janeiro de 2021, uma ligação surpresa trouxe a notícia mais aguardada. “Eu atendi meu telefone e era minha chefe me dizendo que se eu quisesse, eu poderia ser vacinada, e é claro que eu quis, me arrumei, chamei um uber e fui”, conta.

A primeira

Foto: Marcelo De Bona

Adelaide foi escolhida por ser a profissional da saúde atuante com mais idade em Criciúma. Ela recebeu a primeira dose por volta das 11h35min, no Salão Ouro Negro da Prefeitura Municipal. “Foi uma mistura de sentimentos, fiquei muito feliz, mas ao mesmo tempo eu chorei, porque eu perdi colegas de profissão que não tiveram a mesma sorte que a minha de receber a vacina”, declara.

Hoje é uma defensora do imunizante e alerta a todos para a eficácia da vacina. “Se nós estamos vivendo um cenário diferente do que vivemos antes, com menos casos graves e mortes, é prova de que a vacina faz efeito”, defende.

Alvo de fake news

A profissional conta que depois de um tempo que fez a aplicação da vacina, surgiram notícias de que ela tinha apresentado reações ao imunizante. “As pessoas me ligavam, perguntando como eu estava, se eu estava precisando de ajuda, se eu estava bem”, conta. Falsas informações começaram a circular dizendo inclusive que Adelaide havia morrido em decorrência da vacina. “Tudo para tentar prejudicar a importância da vacinação e colocar dúvida nas pessoas”, analisa. Com o sorriso no rosto e a carteira contendo os registros das três doses, ela afirma: “Já estou pronta para a quarta dose e se for preciso, para quantas vierem. O que eu puder fazer para me manter saudável e segura, farei”, afirmou.

Conselho de quem entende

Agente Comunitária de Saúde há 23 anos, Adelaide acompanha muitas pessoas que precisam de suporte dos órgãos de saúde por estarem com as mais diversas enfermidades, todas acometidas por acaso. São pessoas que se tivessem uma oportunidade, escolheriam não ficar doente. “Se você tem uma vacina, que te ajuda a ficar mais forte e sobreviver à essa doença, não pense duas vezes, faça a imunização”, aconselhou.

Foto: Deivid Morona

Em Criciúma quase 385 mil doses já foram aplicadas. Sendo que quase 180 mil criciumenses já têm pelo menos a primeira dose do imunizante. “Quem faz a vacina pensa em si e pensa no próximo também”, afirmou.

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