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“Precisei jogar meu filho numa duna perto para ele não ser pisoteado”, conta vítima do acidente na passarela do Balneário Rincão

O que era para ser um momento de alegria em família virou um drama para a professora de Criciúma, Cíntia Franco de Oliveira Teodoro, 38 anos. Moradora do bairro Brasília, ela conta os instantes de pavor que vivenciou com o filho Eric, de oito anos, ao tentar passar pela passarela durante a Festa da Virada do Balneário Rincão. A família foi até a praia depois que o filho pediu para ver os fogos. Uma decisão de última hora que gerou correria, medo, fratura e busca por justiça. Em entrevista exclusiva ao Portal Litoral Sul, a professora relata sua história no acidente que ocorreu por volta das 00h30 do dia 1°de janeiro, que além dela, registrou outras três vítimas.

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Portal Litoral Sul – Conte-nos como tudo aconteceu?
Cíntia Franco de Oliveira Teodoro – A gente resolveu passar a virada no Rincão de uma hora para a outra. Eram 22h quando resolvemos pegar o carro e ir para lá. Meu filho de oito anos, o Eric, queria muito ver os fogos. Então a gente foi para lá. Ficamos um tempo na Praça Central. E depois resolvemos descer para a areia. Estava tudo bem. Comemoramos. Depois de 15 minutos de fogos resolvemos voltar pela passarela. Ainda comentei com meu marido que tinha muita gente ali. Só que não tinha mais como voltar. Mais pessoas subiam a rampa e não tinha mais como voltar. Na bifurcação da rampa começou a confusão. E só se ouvia que tinha acontecido uma “treta”. As pessoas querendo voltar e as outras subindo. E não tinha para onde sair. E gritavam: “volta volta que está dando treta”. Até então, ninguém sabia que a passarela havia caído. E começaram a empurrar eu e meu filho. As pessoas estavam bêbadas, rindo e empurrando a gente. Quando passei pela bifurcação da passarela percebi pessoas pulando. E cada vez mais eu e meu filho sendo empurrandos. E eu vi que meu filho e eu seríamos pisoteados. Foi quando vi uma duna de areia e disse: “mamãe vai ter que jogar você meu filho”. Então joguei ele e pensei: “Meu Deus machuquei meu filho”. Depois notei que uma moça estava com ele e estava tudo bem. Então meu marido, José Ricardo, conseguiu chegar até nós. E as pessoas continuaram a me empurrar. Foi então, que me joguei e senti que meu pé havia torcido. Depois disse para meu marido que era uma torção. Que conseguia caminhar. Então, fomos para a UPA em Criciúma. E lá disseram que era uma torção. No outro dia fui no Hospital São José onde o exame constatou que quebrei o pé esquerdo. Talvez ainda precise de uma cirurgia.

Portal – Qual o seu sentimento diante a esse episódio?
Cíntia – Meu sentimento foi de desespero, de medo. A pior cena para eu foi ter que pegar meu filho e jogar. Até hoje não consigo falar disso sem chorar. Eu pensei: “Meu Deus machuquei meu filho”. Depois fiquei pensando… O que eu fiz??? Mas, a confusão estava grande! E depois que vi que ele estava bem eu notei que tinha que ter feito aquilo para salvar meu filho. Salvei meu filho. Mas, foi horrível. Tinham muitas pessoas bêbadas. Eu lembro que ainda comentei com meu marido que tinha muita gente ali e nunca gostei de muita gente no mesmo local.

Professora registra Boletim de Ocorrência

Além dos exames, Cíntia também está usando um conjunto de remédios para a dor. Entre eles estão: omeprazol, codeina e nimesulida. Também precisa fazer gelo de três a quatro vezes por dia no pé esquerdo onde ficou constato uma fratura. Ela vai precisar ficar 90 dias afastada de atividades físicas e de trabalho. A professora registrou um boletim de ocorrência na 1a Delegacia de Polícia de Criciúma na tarde desta quinta-feira, 02.

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