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Política de Brasília em meio à guerra de narrativas

General da reserva Marco Edson Gonçalves Dias aparece em vídeo de câmeras de segurança do Palácio do Planalto em 8 de janeiro| Foto: Reprodução/ CNN Brasil

Os acontecimentos durante a semana que passou, com o vazamento de novas e comprometedoras imagens, implicando diretamente um agente do alto escalão do governo, o ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, estremeceram o Planalto. De contrário à instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), passou a ser favorável. Em Portugal, neste sábado (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que o Congresso Nacional pode criar a CPMI do 8 de Janeiro, como e quando quiser. Evidente que do jeito que a situação ficou, não haveria mais como seguir na contra mão dos fatos. Lula foi obrigado a se posicionar a favor. A Nação se viu em meio a um contraditório que empurrava os atos ao extremismo da direita, atrelados ao terrorismo. Indicativos, e até mesmo os vídeos vazados anteriormente, davam de qualquer maneira, versões diferentes, porém, sem sustentação. Já os novos registros são contundentes, e a depender do resultado da CPMI, tudo pode acontecer. Inocentes de outrora poderão ser considerados culpados, e vice-versa.

CPMI será inevitável

As imagens reveladas pela CNN Brasil mostram Dias caminhando no terceiro andar do Palácio do Planalto e conversando com invasores. O que se vê nos vídeos, levantam dúvidas sobre a atuação de Gonçalves Dias e do GSI naquele dia. De forma rápida, o ministro entregou seu cargo alegando que isso facilitaria investigações sobre as imagens. O ministério, sob novo comando, já determinou a investigação. Por outro lado, inevitavelmente a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os atos violentos do dia 8 de janeiro em Brasília será instalada já na próxima semana. Resta saber a quem vai caber a condução da Presidência e da Relatoria. Correntes da situação querem o controle das duas. A questão é complexa. Pois, se assim for, irão deter o poder de controle justamente de fatos que depõem contra o governo e à base de sustentação. A situação quer evitar justamente isso. Seja como for, as narrativas de ambos os lados estão insustentáveis. No entanto, o 8 de janeiro precisa ser passado a limpo, doa a quem doer.

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