Notícias de Criciúma e Região

A Região Serrana mantém o conceito de mais pobre de Santa Catarina

Segundo dados recentes da Amures, há cerca de 13 mil pessoas vivendo extrema pobreza na região e detém os menores índices do IDH  / Foto: reprodução de vídeo.

A Serra Catarinense possui um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) considerado baixo, em comparação com outras regiões de Santa Catarina. O IDH é um indicador que mede a qualidade de vida da população, levando em consideração fatores como saúde, educação e renda.

Diversos municípios da Região, e aí cito o exemplo de Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Bom Jardim da Serra e São José do Cerrito, onde apresentam IDH abaixo da média estadual e nacional. A predominância da atividade agropecuária na região, que possui renda per capita menor em relação a outras áreas mais industrializadas do Estado, está entre os fatores que atribuem a situação.

Bom Jardim da Serra – Fotos: Julio Cavalheiro/Secom

 

Além disso, alguns municípios da Serra Catarinense enfrentam desafios específicos, como isolamento geográfico e a dificuldade de acesso a serviços básicos, o que também pode influenciar negativamente no desenvolvimento humano.

No entanto, vale ressaltar, que apesar do baixo IDH, a Serra possui riquezas naturais e culturais significativas, como as belas paisagens serranas e turismo rural. Uma verdade. Porém, é intrigante, que ainda se mantenha nessa condição negativa do IDH.

Moro em Lages há mais de 25 anos. Nesse tempo, sempre ouvi o lamento de que muitos municípios da Serra Catarinense sofrem o estigma do baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Sabe-se lá, há quanto tempo antes, já se tem o diagnóstico. Ainda hoje, ouço algumas pessoas mostrando preocupação, e salientando repetidas vezes, a necessidade de mais atenção à Serra, em especial os municípios mais atingidos.

É preciso que se seja tomadas providências para melhorar o desenvolvimento humano da região, justamente promovendo investimentos em infraestrutura, em educação e em saúde. Belos temas para discursos. Infelizmente, os governos vão passando, os prefeitos assumem e vão embora, os deputados se revezam no Legislativo, mas essa praticidade nunca foi tomada. E, se foi, de forma insuficiente.

Quem vive na Serra, parece já estar habituado a ouvir que mora numa região menos desenvolvida no campo humano, porém, não reage. É uma constatação. Até quando terá de carregar essa marca negativa e triste, que só prejudica a imagem de toda uma região, e o próprio desenvolvimento. Não desmereço quem está lembrando do problema, mas praticamente de maneira isolada e sem forças para mudar o quadro.

O fator político é outro quesito a ser considerado. A Serra Catarinense, possui uma população relativamente menor em comparação com outras regiões, o que resulta num menor número de eleitores. A Região não tem densidade eleitoral, e se torna pouco significativa aos olhos da política, o que pode ser um dos motivos pela falta efetiva de investimentos.

Por fim, creio que está na hora de ocorrer uma ampla discussão. Que se faça um diagnóstico claro das necessidades, e o que poderia ser feito promover ações definitivas que possam tirar a Serra e alguns municípios desta condição perene. Deveria, acredito, começar pela tomada de iniciativa da Associação dos Municípios da Região Serrana (Amures), em conjunto com os deputados e demais classes representativas. Passou da hora. Falta atitude.

 

Bom domingo a todos!

 

Contato com a coluna: [email protected]

 

Você também pode gostar