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Os desafios da reaproximação entre Criciúma e torcida

Vitor Marcelo, gerente comercial e de marketing, será o responsável para que sentimento de pertencimento seja reestabelecido

Reaproximar o Criciúma da torcida carvoeira. Por incrível que pareça, é possível que clube e torcida caminhem em sentidos opostos e o Tigre vinha sendo a prova disso. Desde a renúncia do ex-presidente Jaime Dal Farra e da posse do atual presidente, Anselmo Freitas, a reaproximação começou a acontecer, mas ainda é tímida. Cabe à Vitor Marcelo, gerente comercial de marketing do Criciúma fazer acontecer.

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Depois de sete anos, Marcelo volta ao clube. Saiu em 2013, quando o Criciúma esteve pela última vez na Série A do Campeonato Brasileiro. “Aceitei o convite do presidente porque ele tem a visão de pertencimento do clube e eu penso igual. O clube precisa voltar a ter a presença do torcedor no dia a dia, mas é claro que isso tem um limite. Sabemos que não vamos agradar a todos, afinal de contas, cada torcedor tem sua demanda”.

Após a saída do clube, o profissional buscou se desligar e se desintoxicar do futebol. “O Vitor lá atrás tinha muito de torcedor. Frequentei por muito tempo a Guerrilha Jovem, eu era apaixonado e até ingênuo. Hoje já me sinto mais maduro, mais sóbrio, conheço mais do meio, ainda que seja pouco”, afirma o profissional que faz questão de deixar claro que ainda é um torcedor. “Amo o clube e bem por conta disso aceitei o convite, mas tenho outra cabeça, agora sou casado, pai de família e já coleciono alguns cabelos brancos”, brinca.

Se o tempo passou e muita coisa mudou para Vitor, o mesmo para o Criciúma. “É outro momento, inevitavelmente. Os empresários procuravam o clube, hoje é o contrário, estou tendo que ir atrás de patrocinadores, parceiros e afins”. Ainda de acordo com o gerente, o marketing esportivo também se desenvolveu muito nos últimos anos. “A  cultura do torcedor é outra, ainda que aquele ingrediente a mais, que é a paixão, que ofusca a razão siga marcando presença”, conta lembrando de uma vez que foi expulso de um restaurante na quarta-feira por um torcedor e convidado pelo mesmo para entrar no camarote de uma festa no domingo.

Para ele o principal desafio será atender as demandas do torcedor, que está sedento por dias melhores. “O Criciúma nunca vai deixar de ser grande, porque ele tem uma torcida grande, um torcedor que ama o clube, que o engrandece. Então enquanto instituição, independente da divisão em que esteja, o clube não pode ser pequeno, mas tem uma grande diferença entre ser grande e arrogante, e grande e se saber se posicionar, precisamos trabalhar com  o que temos e da forma com a qual conseguimos”, completa.

Para o lançamento do plano de sócios, liguei para um amigo, que é empresário e pedi uma caixa de som emprestada, porque o clube não tinha. Essa é a nossa realidade, muitas vezes desconhecida pelo torcedor.

Vitor Marcelo, gerente comercial e de marketing do Criciúma

Há pouco tempo no cargo, o profissional acredita que pequenas ações podem colocar o clube de volta nos trilhos. “Esses dias eu estava saindo do Estádio Heriberto Hülse e dois carros pararam, eram amigos e parentes, que estavam de passagem e queriam visitar o majestoso, mas até então não tinham conseguido, encontravam o estádio sempre fechado. Já tinha passado das 18 horas, conversei com eles, abri o estádio, deixei eles à vontade e avisei o guarda. Outro dia, uma família estava admirando o gramado da arquibancada, então chamei eles e levei as duas crianças no gramado. Isso não tem custo para o Criciúma, mas tem valor, e eu acredito muito nisso, na geração de valor. É preciso ter propósito”, reforça.

Durante os relatos do novo gerente comercial e marketing do Criciúma, ele deixou claro que entende as diversas ações que precisam ser realizadas pelo clube, mas garante que aos poucos elas vão acontecer, porém é preciso dar prioridade ao que no momento se faz necessário.

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