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O teu tempo é de quem?

O que é tempo? Assim iniciei um treinamento sobre gestão do tempo dentro de uma grande organização, que assim como tantas outras, tem como desafio garantir produtividade dentro de um recurso que é sim limitado, nosso tempo.

Ao refletir sobre o tema muitas indagações e, consequentemente, reflexões dominam a minha mente. Começo te convidando a pensar sobre isso também. A primeira reflexão é o tema do artigo: o teu tempo é de quem?

A primeira dificuldade ao pensar sobre o assunto é seu conceito, sabemos o que é e como impacta em nossa existência, mas não conseguimos traduzir em palavras certeiras. São inúmeras as contribuições no campo da filosofia, antropologia, física, psicologia e matemática, porém, a definição um tanto quanto antiga, mas ainda válida, é a de Santo Agostinho. “Se ninguém me pergunta, eu sei; mas se quiser explicar a quem indaga, já não sei. Contudo, afirmo com certeza e sei que, se nada passasse, não haveria tempo passado; que se não houvesse os acontecimentos, não haveria tempo futuro; e que se nada existisse agora, não haveria tempo presente.” Importante ressaltar que, mais importante que o seu conceito, é como o utilizamos em nosso cotidiano. Há quem diga que gostaria de algumas horas a mais para dar conta de tudo, já ouviu algo assim? Será que são horas a mais ou a consciência de que somos limitados e que não vamos dar conta de tudo o que falta?

Podemos dar outro nome ao tempo, talvez o que mais faça sentido seja chamá-lo também de vida. O tempo acontece paralelamente à sua existência, escolher como utilizá-lo definirá sua sabedoria e pode contribuir ou não para sua saúde mental. Alguns irão utilizá-lo para alimentar ego, status, segurança etc, poucos irão aproveitar o recurso entendendo que não, ele não é dinheiro, já que este podemos recuperar, e vida não. A grande questão é com quem você passa seu tempo?! Não se distraia, não participe de eventos, lugares, associações e negócios porque você tem que fazer, precisamos aprender a escolher melhor com o quê e quem devemos utilizar nosso recurso, ele não é escasso, mas tem limite.

Perder tempo é perder vida, e não devemos “gastá-la” apenas com temas vinculados ao trabalho, com consciência precisamos ser mais seletivos sobre onde colocaremos nossa atenção. O convite à produtividade excessiva nos faz, equivocadamente, acreditar que tudo o que é urgente é importante, será mesmo?! O que pode ser mais urgente e importante do que as nossas próprias necessidades e de quem verdadeiramente amamos? Precisamos aceitar que uma agenda não cumprida cem por cento no hoje não nos torna piores profissionais, precisamos aceitar que não levar o notebook para casa não será motivo de não entrega de resultado, precisamos aceitar que temos outras identidades além daquela do nosso crachá. Caso contrário o teu tempo nunca será teu!

Pense nisso!

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