Notícias de Criciúma e Região

“Nunca tinha visto isso. Perdi tudo”, diz moradora do bairro Sangão, em Criciúma

Passado a chuva, moradores limpam as casas e contabilizam prejuízos

As chuvas pararam e as águas que invadiram as casas em Criciúma baixaram. Mas caminhando pelas ruas dos bairros atingidos, o cenário é de tristeza e destruição. Moradores que perderam os móveis e comerciantes o ganha pão. Tudo o que tinham, foi destruído pela água. A lama, galhos e sujeiras eram vistas nas paredes, cercas e ruas.

No bairro Sangão, um dos mais atingidos de Criciúma, a água chegou a uma altura de 1,75 metros, aponta a Defesa Civil do município. Senair Tomé Gomes, de 58 anos, mora na rua há 30 anos. No imóvel dela, uma edificação de dois pisos, funciona dois comércios, sendo uma floricultura e um salão de beleza. Em lágrimas de desespero, a moradora mostra o que a água destruiu. Poucas coisas sobraram, e o que ficou, foi danificado pela água.

“A floricultura tinha aberto há pouco tempo, ainda estou pagando. Perdi tudo. Além dos móveis da minha casa, perdi meus instrumentos de trabalho. Não sei o que vou fazer agora”, lamenta Senair.

A moradora conta que nunca tinha visto algo parecido e que pretende morar em outro local, pois teme que aconteça novamente. “Vou sair daqui, nem que eu more em uma casa bem pequena. Mas passar por essa situação de novo não. É muito triste perder tudo o que levamos anos para conquistar”, relatou.

Na casa de outra moradora da mesma rua, Glória Luiz, de 64 anos, a água entrou cerca de 1,5 metros. Para ter uma ideia do tamanho da enxurrada, dava de ver somente uma pequena parte da janela do imóvel. Como Glória mora no local há 40 anos e já passou por outras enchentes, quando começa a chover muito que o nível do rio sobe, ela já levanta os móveis. Mas dessa vez, até com tudo levantado, a água atingiu boa parte das mobílias.

Hoje, a família estava na casa de dona Glória ajudando na limpeza. Em lágrimas ela mostra as portas, móveis, colchões, tudo cheio de lama e danificado. “Nunca tinha passado por algo assim. Nas outras vezes que encheu, a água nunca subiu tanto. Agora é limpar tudo e recomeçar mais uma vez”, lamentou a moradora.

Comércios atingidos

O mercado Aléssio, que fica na rua principal do bairro Sangão, a água atingiu parte das mercadorias. Em outras cheias, naquele ponto que é mais alto no bairro, a água não chegava naquele ponto, ou chegava em menor quantidade. Hoje, o proprietário, familiares e colaboradores realizavam a limpeza do local.

Em frente ao estabelecimento, uma caminhonete que foi arrastada pela força da água está parada em cima da calçada. Segundo moradores da redondeza, o motorista do veículo foi tentar a travessar e foi arrastado. Um casal foi retirado do carro.

Na mesma rua, que tem vários estabelecimentos comerciais, fica o restaurante de Idiara Machado Casagrante. A família tem o comércio no local há 21 anos e relata que não deu tempo de tirar muita coisa. Por volta de 2 horas da madrugada de quarta-feira, dia 10, a família, que mora em cima do restaurante, foi pega de surpresa.

“Já estávamos cuidando para ver se ia subir a água. Mas foi muito rápido. Quando chegamos aqui a água já estava na altura da canela. Conseguimos salvar poucas coisas e o que levantamos, a água atingiu”, relatou.

Até os carros da família foram atingidos. As portas de vidro do estabelecimento caíram devido a força da água. Segundo Idiara, quando os caminhões tentavam atravessar a água, formava uma onda e provocou a queda dos vidros. “Ainda bem que não quebrou. Agora vamos tentar reaproveitar elas”, frisou.

Foto: Lucas Colombo/Portal Litoral Sul
Você também pode gostar