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“Nossa pequena gigante brigou bravamente”, diz Maria Dal Farra na despedida da filha, Susana Naspolini

Corpo da jornalista foi velado e sepultado na tarde desta sexta-feira, dia 28, em Criciúma

O corpo da jornalista Susana Naspolini, de 49 anos, chegou pouco antes das 15 horas, desta sexta-feira, dia 28, no Cemitério Municipal do bairro São Luiz, em Criciúma. Logo em seguida, sua mãe, Maria Dal Farra, com os filhos, Samira (mais velha) e Samuel (do meio), e a neta Julia, filha de Susana, chegaram na sala do velório, amparados por familiares e amigos, que também foram se despedir da criciumense, que morreu na última terça-feira, dia 25, em São Paulo (SP). Ela lutava contra um câncer em fase de metástase nos ossos.

Ao chegar no caixão, a mãe deu beijo no rosto da filha, enquanto a neta, colocou um rosário entre as mãos da mãe. Pouco depois, com o microfone em mãos, Maria Dal Farra conversou com todos os presentes no velório. “Nossa pequena gigante lutou bravamente, feito um leão. Ela era assim, vivendo com intensidade em tudo”, disse.  Em suas palavras, ela também destacou, “pacificou meu coração essa certeza de que Deus nos deu a tarefa de ser família de Susana. Educar, formar, desenvolver valores e quando ela ficou pronta Deus disse: ‘vem de volta para cá, e a chamou’”.

“Um ser de luz”, diz amiga da família

Amiga da família, Tânia Regina de Souza Antunes, refere-se a Susana, como um ser de luz. “Uma mulher de muita garra e perseverança. Ela vai deixa como legado a esperança cristã. A esperança em Deus, a qual não podemos perder nunca”, disse ela. E ainda destacou o papel da mãe em todo o processo. “A Maria acompanha Susana desde os 18 anos de idade, quando ela teve indícios da doença. Nos últimos anos, esteve no Rio de Janeiro, sempre muito presente. Agora foram dois meses seguidos e a Maria nos dando esperança e nunca nos desanimou. Ela sempre buscava incentivar a gente, apesar de sabermos que estava muito triste”, conta ela.

O prefeito Clésio Salvaro acompanhado da esposa Adriana, participou da despedida. “Nesses dias que antecederam a sua partida, passei a entender melhor a dimensão, o espírito e a alma desta pessoa que saiu de nossa cidade e conquistou corações no Rio de Janeiro e em todo o Brasil. Criciúma a acolhe agora como sua terra natal e é com muita tristeza que estamos aqui para deixar o último adeus”, lamentou o prefeito.

Amigos criados no jornalismo e fora do ambiente profissional lamentaram a morte, para eles, Susana teve uma importância muito grande para o jornalismo, tendo ajudado a formar gerações de repórteres, além de inspirar outros tantos. “Para nós que estudamos jornalismo aqui na região, ela se tornou referência e com um jeito muito próprio de fazer o jornalismo, com uma conexão muito forte com o público”, disse emocionado, o diretor da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) Regional Criciúma, João Pedro Alves.

A jornalista Karina Manarin conta que conheceu Susana nos tempos de colégio e recorda que neste período, Susana sempre foi muito ativa e já falava que gostaria de ser jornalista e atriz. “Ela sempre teve essa vocação para ser jornalista, isto não temos dúvidas, tanto que criou um estilo totalmente irreverente. Conquistou não só o Rio de Janeiro, mas sim o Brasil, era com esse jeito diferente, que cobrava as coisas para a comunidade, e soube fazer isso muito bem e de um jeito leve. Susana sempre foi uma pessoa leve e extrovertida, que levava alegria. Uma grande amiga. Sua luta contra o câncer foi um exemplo de força para tantas pessoas que também enfrentam esse processo difícil. Foi uma guerreira”, considera Karina.

Emocionado, o também jornalista e amigo, Maurício Vieira, destaca a força e a alegria de Susana. “Por tudo o que  passou, prova a energia e força que a pessoa precisa ter numa hora ruim na vida. Com isso, considero que ela foi uma grande batalhadora e guerreira, sem contar que uma excelente profissional. Tinha uma integridade incrível. Ela cumpriu sua missão aqui na terra, viveu com intensidade no período em que esteve aqui”, ressalta.

O sepultamento de Susana aconteceu por volta das 18 horas, no cemitério municipal. Ela foi enterrada junto ao seu pai, Fulvio Naspolini, que morreu há um ano. “Foi um pedido dela”, disse Maria Dal Farra.

 

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