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Morre Cardeal brasileiro que teve nome cotado para substituir João Paulo II como papa

Cardeal morreu em Londrina, no Paraná, na manhã deste sábado

O cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo emérito de São Salvador, morreu na manhã deste sábado, dia 26, aos 89 anos. De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), ele morreu em Londrina (PR), onde vivia desde 2014. A saúde do religioso se agravou em dezembro do ano passado, quando sofreu um acidente vascular cerebral (AVC). Dom Geraldo estava em internamento domiciliar e apresentou uma piora do quadro nos últimos dias. Ainda não há informações sobre o velório e as exéquias.

Em nota de pesar e condolências, a CNBB prestou homenagem a Dom Geraldo e estendeu seus sentimentos ao atual arcebispo de São Salvador, cardeal Sergio da Rocha, aos familiares e aos fiéis. “Sua vida foi marcada por um grande amor à Igreja e uma contínua dedicação às coisas da Igreja, a serviço da fé e ao testemunho da vida cristã. Dom Geraldo mostrou sempre grande zelo pela Liturgia, pela boa formação dos sacerdotes e do povo católico e pela irrestrita fidelidade ao papa e à Igreja.”

O Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova em Londrina (PR),  emitiu uma nota de luto pela morte do cardeal. Ele foi arcebispo da Arquidiocese de Londrina entre os anos de 1982 e 1991, época em que fundou a Pastoral da Criança, em 1983, ao lado da médica Zilda Arns, em Florestópolis. O cardeal Dom Geraldo escolheu o Santuário de Nossa Senhora Aparecida, local onde celebrou por diversas vezes quando ainda era arcebispo de Londrina, para celebrar os 65 anos de ordenação sacerdotal, com uma missa no dia 29 de junho de 2022.

“Estamos em luto. Não apenas nossa Arquidiocese, mas, sobretudo, nosso Santuário. Aqui, na Casa da Mãe Aparecida em Londrina, foi um dos últimos lugares onde ele esteve publicamente, onde ele participou de uma celebração e onde recebeu tantas homenagens, todas muito merecidas”, ressalta o padre Rodolfo Trisltz, pároco e reitor do Santuário. Entre diversas autoridades civis e religiosas, estiveram presentes na ocasião o Cardeal Dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, e o Cardeal Dom Sergio da Rocha, arcebispo de Salvador, Arquidiocese Primaz do Brasil.

 

Dom Geraldo foi uma pessoa que dedicou sua vida ao trabalho e que ajudou a Igreja em momentos de desafios, em todos os cargos ocupados por ele, desde o exercício do ensino, até como arcebispo, presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nas congregações às quais foi membro, no Vaticano. Amigo pessoal do papa João Paulo II e integrante da Cúria Romana quando o então Pontífice morreu, em 2005, Dom Geraldo teve seu nome cotado para substituir o Santo Padre, com quem conviveu e trabalhou durante muitos anos. Na ocasião, Bento XVI acabou sendo eleito.

Biografia

Filho de Antônio Agnelo e Sylvia Agnelo, Dom Geraldo Majella Agnelo nasceu no dia 19 de outubro de 1933, em Juiz de Fora (MG). Aos 12 anos ingressou no Seminário Menor Diocesano Santo Antônio, onde ficou até completar 14 anos. A ordenação sacerdotal aconteceu no dia 29 de junho de 1957, na Catedral de São Paulo. No dia 13 de janeiro de 1999, foi nomeado pelo Papa João Paulo II como arcebispo metropolitano de São Salvador da Bahia. Em 2011, Dom Geraldo teve o pedido de renúncia aceito pelo papa Bento XVI, tornando-se arcebispo emérito da Arquidiocese de Salvador.

No Vaticano, foi membro do Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes e da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja. Participou de dois conclaves, um deles em 2005, quando foi eleito o papa Bento XVI, e o outro, em 2013, no qual foi escolhido o papa Francisco.

Dom Geraldo foi um dos três presidentes da Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e do Caribe, realizada em Aparecida (SP), em maio de 2007, e presidiu a CNBB de 2003 a 2007.

*Com informações de Agência Brasil.

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