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Maior iate produzido em série no Brasil tem 100 pés e foi fabricado em SC; veja fotos

Produção impactou cerca de 3 mil postos de trabalho no estado; no país, setor náutico emprega 100 mil pessoas

O maior iate produzido em série e em fibra de vidro no Brasil, foi feito na cidade de Itajaí, em Santa Catarina. A embarcação tem quase 30,5 metros de comprimento, cinco suítes e 110 toneladas, o equivalente a cerca de 400 m² de área. O modelo do megaiate é FY 1000, da marca mundial Ferretti Yachts, e o Estaleiro OKEAN tem licença exclusiva de fabricação no Brasil. A primeira unidade produzida já foi vendida a um brasileiro.

O estaleiro brasileiro iniciou a fabricação de iates da marca italiana Ferretti há cerca de dois anos com modelos entre 50 a 80 pés e já contava com cerca de 400 colaboradores diretos. O começo da produção do iate de 100 pés impactou no aumento da planta fabril e em outros 100 empregos diretos que atuam em diversas áreas como laminação, montagem, marcenaria, tapeçaria, engenharia, elétrica, mecânica, entre outras.

“Nos últimos anos o desenvolvimento da indústria náutica brasileira tem assumido grande protagonismo e destaque na geração de empregos e relevante agregação de valor na economia do nosso país. Além de empregar milhares de pessoas direta e indiretamente para o processo de fabricação de seus iates, visto se tratar de uma construção 100% artesanal, ao entregar o produto ao cliente a geração de empregos continua”, afirma o CEO do Grupo OKEAN, Roberto Paião.

Até o momento, mais de 3 mil pessoas foram beneficiadas com a produção do iate, considerando também a cadeia externa, como serviços em marinas, manutenção, tripulação, além de uma ampla rede relacionada como turismo, gastronomia, hotelaria e outros serviços.

“Se comparado com uma indústria automotiva, onde uma linha de fabricação de 1000 carros por mês não utiliza mais de 600 pessoas, devido ao alto índice de automação e robotização, usamos os mesmos 600 funcionários para construção de 40 barcos ano, com competência e salários equivalentes, visto a maestria necessária para construção de produtos sob medida”, exemplifica Paião, que também é engenheiro e já teve passagem pela indústria automobilística antes de ingressar no meio náutico.

Ainda envolvendo as fases de produção de um barco de lazer, ele explica que “para cada barco acima de 70 pés produzido e entregue, por exemplo, temos até cinco novos postos de trabalho direto: capitão, deckhand, steward, administradores, etc. Já em um veículo automotivo, o bem é usufruído apenas pelo comprador”.

Sucesso mundial, a FY 1000 é, hoje, o maior modelo de iate (em série) e em fibra de vidro fabricado no Brasil e, até então, era produzido apenas na Itália pelo centenário Ferretti Group, um dos líderes mundiais em construção de embarcações de luxo.

Atualmente, o estaleiro OKEAN constrói, simultaneamente, embarcações entre 50 e 100 pés. Além disso, com a recente ampliação do parque fabril, hoje conta com marina de serviços anexa à fábrica, o maior travel lift da América Latina para movimentar embarcações de até 220 toneladas (170 pés), são 450 colaboradores diretos e 1500 indiretos e uma área construída de 11 mil m² em 26 mil m² de planta autônoma.

Mercado náutico em números

De acordo com a Associação Brasileira dos Construtores de Barcos e seus Implementos (Acobar), hoje o setor náutico (indústria, marinas, serviços) emprega cerca de 100 mil pessoas. Quanto à produção, o país acumula mais de 4 mil barcos fabricados anualmente, e Santa Catarina, sede do Grupo OKEAN, se destaca por concentrar 70% deste volume. Em 2022, o setor náutico obteve um faturamento de R$ 2,5 bilhões, um crescimento de 15% em relação à 2021.

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