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Governo de SC atua para que catarinenses retornem da Ucrânia

Informação foi divulgada pela Assessoria de Comunicação da Secretaria de Assuntos Internacionais

Por conta dos ataques russos, o governo de Santa Catarina está atuando para repatriar os catarinenses que estão na Ucrânia. A informação foi divulgada pela Assessoria de Comunicação da Secretaria de Assuntos Internacionais (Sai).

A nota informa que a secretaria atuará auxiliando o Itamaraty para que os catarinenses que estejam com dificuldades na Ucrânia possam retornar ao Estado. O secretário executivo de Assuntos Internacionais, Fernando Raupp, explica que a atuação do governo será a mesma que a repatriação de catarinenses feitas em outras situações.

Leia a nota na íntegra:

O secretário executivo de Assuntos Internacionais (SAI), Fernando Raupp, informa que do mesmo modo que o Governo do Estado, por meio da SAI, trabalhou para ajudar na repatriação de catarinenses que estavam no exterior em outras situações, novamente – no que compete ao Estado –, o governo auxiliará o Itamaraty para que os catarinenses que estejam com dificuldades na Ucrânia possam retornar a Santa Catarina.

Neste momento, o Itamaraty colocou à disposição, em seu site, os canais de comunicação para que os cerca de 500 brasileiros na Ucrânia entrem em contato a Embaixada do Brasil em Kiev. O Ministério das Relações Exteriores também disponibilizou o contato do Itamaraty, em Brasília, para os familiares desses brasileiros.

Itamaraty pede contato brasileiros com embaixada na Ucrânia

Também por nota, o Itamaraty divulgou que está atuando para dar todo o apoio necessário para os cerca de 500 brasileiros que vivem na Ucrânia.

O Ministério das Relações Exteriores solicita ainda, aos cidadãos brasileiros que estão em território ucraniano, em especial aos que vivem nas áreas de conflito, que mantenham contato direto com a embaixada brasileira no país.

Fonte: ND+

Entenda o conflito entre Rússia e Ucrânia e como ele afeta o Brasil

A movimentação de tropas na fronteira entre Rússia e Ucrânia pôs o mundo em alerta. Num contexto mais recente, o conflito recupera disputas ocorridas em 2014, quando o território da Crimeia, península ucraniana, foi incorporado à Rússia. Há, no entanto, dimensões geopolíticas e históricas relacionadas ao confronto, que remontam à Guerra Fria.

“É uma questão basicamente de geopolítica, mexendo com o tabuleiro de xadrez da política internacional. É como se fosse um triângulo com três vértices: de um lado a Rússia, do outro lado os Estados Unidos e o terceiro vértice seria a Europa propriamente dita. E, no meio de toda esta confusão, está um país relativamente pequeno, que é a Ucrânia”, resume o professor aposentado de História Contemporânea Antônio Barbosa, da Universidade de Brasília (UnB).

Ele aponta que as movimentações de Vladimir Putin, presidente russo, têm a ver com o propósito de mostrar para o mundo que o país “continua no jogo das grandes potências”. Barbosa lembra que, com o fim da União Soviética, em 1991, nos anos que se seguiram, o poder mundial aparente estava concentrado nas mãos dos Estados Unidos. “Putin está conseguindo mostrar que, apesar de a União Soviética não existir mais, de ter perdido o controle sobre os países do Leste Europeu, a Rússia continua sendo uma grande potência, inclusive mantendo intacto o seu arsenal nuclear”, analisa.

O professor Maurício Santoro, do Departamento de Relações Internacionais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), concorda que “a causa última de todos esses conflitos envolvendo a Ucrânia é definir qual é a esfera de influência da Rússia, dos Estados Unidos e da União Europeia no Leste da Europa”. Ele lembra que, após o colapso da União Soviética, houve expansão da influência ocidental nos estados que orbitavam o governo comunista ou mesmo nas repúblicas soviéticas. “Elas passaram a fazer parte da União Europeia, da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], ou dos dois ao mesmo tempo.”

Santoro acrescenta que a Rússia coloca pressão nos países ocidentais por entender que os Estados Unidos passam por um período de instabilidade. “Há uma leitura, tanto por parte da Rússia quanto por parte da China, de que esse é um momento de declínio dos Estados Unidos, em que o governo americano tem se mostrado mais frágil e com maior dificuldade em alcançar os seus objetivos”, avalia. Ele cita questões relacionadas à pandemia como reflexo de fragilidade.

Invasão põe em risco a ordem mundial

Em comunicado divulgado nesta quinta-feira, dia24, a Embaixada da Ucrânia no Brasil afirma que a invasão russa no país é um ato de guerra e tem como objetivo destruir o estado ucraniano, tomar o território à força e estabelecer o controle da ocupação.

A nota diz ainda que o conflito é um ataque à soberania e integridade territorial da Ucrânia, uma grave violação da Carta das Nações Unidas e das normas e princípios fundamentais do Direito Internacional.

“A Ucrânia apela à comunidade internacional para que aja imediatamente. Somente passos unidos e decisivos podem parar a agressão de Vladimir Putin contra a Ucrânia. Nossos parceiros devem ativar imediatamente um pacote de novas sanções. Apelamos também às capitais amigas, para que continuem fortalecendo as capacidades de defesa de nosso Estado, fornecendo armas e equipamentos militares. A nossa resposta conjunta depende agora não só da segurança dos cidadãos ucranianos, mas também da segurança dos cidadãos em toda a Europa e do futuro da ordem mundial”, diz a nota.

Por que a Ucrânia?

Santoro explica que a expansão da Otan é encarada pela Rússia como uma ameaça militar. “Uma ameaça para sua própria integridade territorial”, aponta. Para os russos, conforme explica o professor, a Ucrânia é um território com o qual eles podem impedir o avanço das forças militares ocidentais. Ele compara aos países bálticos – Letônia, Estônia e Lituânia – que foram incorporados ao tratado militar e à União Europeia. “Mas eles são países que historicamente têm uma relação forte com o resto da Europa, muito próxima ao Ocidente, em termos de comércio, em termos de cultura. Os russos não tinham como resistir.”

A situação é diferente na Ucrânia. “Basicamente a metade leste do país tem uma história muito ligada à Rússia e uma presença muito grande de pessoas que falam russo, com origem étnica russa, quer dizer os laços históricos ali realmente são todos voltados para a Rússia”, explica. A metade oeste, no entanto, tem uma história mais ligada ao Ocidente. “É um território que, em vários momentos da história, fez parte do império Habsburgo ou fez parte da Polônia. É outra cultura, outra tradição histórica, então a Ucrânia é, ela mesma, muito dividida com relação a para onde ele vai.”

Santoro lembra que os russos conseguiram manter também sua esfera de influência nas antigas repúblicas da Ásia Central, como Cazaquistão e Uzbequistão, e nos países do Cáucaso, como Geórgia e Azerbaijão.

Fonte: Agência Brasil

Embaixada do Brasil na Ucrânia pede que brasileiros fujam para países vizinhos

A Embaixada do Brasil na Ucrânia publicou nas redes sociais na manhã desta quinta-feira, dia 24, uma nota pedindo que os brasileiros que estão no país, se desloquem para países vizinhos o mais rápido possível.

“Aos brasileiros em Kiev, a recomendação das autoridades ucranianas, no momento, é não sair, tendo em conta grandes engarrafamentos nas saídas da cidade. Os brasileiros que buscarem deixar a cidade nesse momento devem contar com grandes dificuldades. Solicita-se aguardar novas instruções da embaixada”, diz um trecho da mensagem. 

As filas quilométricas para deixar a capital foram registradas por moradores e compartilhadas nas redes sociais ao longo da manhã desta quinta. 

Ainda segundo a nota, a recomendação para brasileiros que estão na região leste do país e não puderem seguir viagem para a região oeste de maneira segura, devem ir para Kiev e contatar a embaixada.

Aos brasileiros que não puderem deixar o país de modo seguro, a embaixada orienta a procurar um local seguro para o momento, longe de bases militares, instalações responsáveis pelo fornecimento de energia e internet e áreas responsáveis pela produção de energia elétrica.

Fonte: NSC

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